Economia
3 fatos para hoje: Marina pretende atrair investimentos, IPC-Fipe sobe e Tesla
A ministra do Meio Ambiente anunciou uma secretaria extraordinéria e diz que pretende abrir o mercado brasileiro.
1 – Marina anuncia secretaria especial e diz que vai abrir mercados no Brasil
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou na quarta-feira (4), ao tomar posse, a criação de uma secretaria extraordinária de combate ao desmatamento que terá como medida de sucesso ser extinguida ao acabar com a destruição da floresta, em um discurso com a promessa de atrair investimentos e abrir o mercado brasileiro ao tornar o país respeitado no mundo pela preservação ambiental.
“Vamos ter uma ação que respeita o multilateralismo, mas vamos atuar internamente para que o Brasil volte, em lugar de ser um pária ambiental, ser um país que vai nos ajudar a fazer com que a gente consiga finalizar o acordo do Mercosul (com a União Europeia)”, afirmou.
“Que a gente consiga trazer os investimentos, que a gente consiga abrir os mercados para os nossos produtos. Que a gente deixe de ser o pior cartão de visitas para os nossos interesses.”
Marina, que volta ao ministério que comandou anteriormente de 2003 a 2008, também anunciou que a Autoridade Nacional do Clima proposta por ela será criada até março e ficará sob a alçada de seu ministério, e ainda disse que será criado um conselho sobre mudança do clima que será liderado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em uma cerimônia super concorrida no Palácio do Planalto, Marina afirmou ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que espera trabalhar “muito conjuntamente”, e exaltou o compromisso assumido por Lula de tornar o meio ambiente um tema transversal em todo o governo.
A ministra reconheceu que haverá “tensões”, mas acrescentou que o papel de seu ministério não é “ser um entrave às justas expectativas de desenvolvimento social, mas facilitador” de que isso ocorra sem atacar o meio ambiente.
Com capital político próprio e visibilidade internacional, a ministra vai comandar uma área que vai ser acompanhada de perto no exterior e ela própria será uma espécie de baliza do sucesso do governo Lula 3 em conciliar interesses, como o de ambientalistas e o do importante setor do agronegócio.
Marina disse que o governo brasileiro não se furtará a exercer um papel de liderança nacional e internacional frente à emergência climática que se impõe, que tem como mais atingidos os mais pobres, lembrou.
Ela fez duras críticas à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro na área ambiental e mencionou declaração do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles durante uma reunião ministerial sobre “passar a boiada”.
“Boiadas se passaram nos lugares onde deveriam passar apenas políticas de proteção ambiental”, disse. Durante o governo Bolsonaro, diversas políticas ambientais foram desmontadas, resultando em um recorde de 15 anos no desmatamento da Amazônia.
2 – Fundos com ações da Tesla podem ter problema em 2023
A acentuada queda nas ações da Tesla (TSLA34) está se provando um pesadelo incessante para gestores de fundos que apostaram pesado na fabricante de carros elétricos liderada por Elon Musk.
No geral, 50 fundos com gestão ativa nos Estados Unidos têm ações da Tesla representando mais de 5% de seus ativos, excedendo a barreira que muitos gestores de portfólio não cruzam com apenas uma posição para diversificar sua exposição.
Estes fundos caíram uma média de 42,1% ano passado, mais que o dobro da média de 17% dos fundos de ações nos EUA, segundo a Morningstar.
O fundo Baron Partners Retail, de 6 bilhões de dólares, e que lidera todos os fundos mútuos dos EUA com cerca de 52% de seus ativos em ações da Tesla, despencou quase 43% ano passado. O fundo Zevenbergen Genea Institutional, de 54 milhões de dólares e que tem 13% de seus ativos atrelados à montadora, caiu quase 59%. Ambos não comentaram o assunto.
As ações da Tesla despencaram cerca de 65% no ano passado, com declínios acelerando depois que Musk decidiu comprar o Twitter. Os papéis da montadoras tombaram 37% em dezembro e caíram mais de 12% na terça-feira, primeiro dia de negociação de 2023, depois que as entregas da companhia ficaram abaixo do esperado no quarto trimestre.
A perspectiva de outro ano de performance menor que as expectativas do mercado pode fazer outros grandes investidores na Tesla reduzirem suas exposições, disse Dan Ives, analista da Wedbush Securities.
“É um momento de encruzilhada para muitos desses investidores institucionais, e muito de para onde eles vão é dependente de Musk”, disse ele. “Musk começou o fogo com o show de circo no Twitter e é o único que pode apaga-lo e fazer com que Wall Street foque nos fundamentos da empresa novamente.”
Musk concluiu a aquisição do Twitter por 44 bilhões de dólares em outubro. Ele logo começou a demitir altos executivos da empresa e promoveu demissões de mais da metade dos funcionários da rede social enquanto parece mudar a estratégia da companhia tuíte por tuíte. O patrimônio líquido do bilionário caiu mais de 100 bilhões de dólares, de acordo com a Forbes, o que o tirou da posição de pessoa mais rica do mundo.
Até agora, há poucos sinais de que os maiores apoiadores da Tesla estão perdendo a fé. O ARK Innovation ETF, por exemplo, comprou 144.776 ações da Tesla durante a queda do papel na terça-feira, elevando a participação da montadora nos seus 5,9 bilhões de dólares em ativos para cerca de 6,5%. O fundo caiu 67% no ano passado, perto das maiores quedas registradas por todos os fundos de ações dos EUA. O fundo não comentou o assunto.
Embora as ações da Tesla estejam atualmente sofrendo, elas estão em posição de superar o desempenho ao longo do tempo devido à sua tecnologia de bateria superior, disse Graham Tanaka, cujo Tanaka Growth Fund, de 14 milhões de dólares, tem cerca de 5,3% de seus ativos na empresa.
“O Twitter é uma distração temporária, mas enorme, e é lamentável que Musk tenha mordido mais do que pode mastigar, mas não prejudicou de forma alguma as operações ou as perspectivas de crescimento futuro da Tesla”, disse ele.
3 – IPC-Fipe fecha 2022 com alta de 7,32%, pressionado por alimentos
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de São Paulo acelerou a alta em dezembro 0,54% e encerrou 2022 com avanço acumulado de 7,32% informou a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta quinta-feira.
A inflação acumulada no ano passado ficou abaixo da taxa de 9,73% vista em 2021. Em novembro o índice havia subido 0,47%.
No ano passado, o destaque ficou para a disparada de 14,74% dos custos de Alimentação. Já os preços de Vestuário e Despesas Pessoais saltaram respctivamente 11,49% e 10,82%.
O maior impacto no último mês do ano foi exercido por Alimentação, com alta de 1,07% dos preços sobre novembro. Também pesaram com força as Despesas Pessoais, cujos custos subiram 0,75%.
O IPC-Fipe mede as variações quadrissemanais dos preços às famílias paulistanas com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.
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