Economia
3 fatos para hoje: oferta por Braskem é reafirmada; PPI da zona do euro
Comissão europeia diz que acordo UE-Mercosul é prioridade.
1 – Apolo e estatal de Abu Dhabi reafirmam oferta pela Braskem
Um time com executivos da Adnoc, estatal de petróleo de Abu Dhabi, e do fundo de private equity americano Apollo veio ao Brasil para reafirmar a proposta feita pela petroquímica Braskem, que envolve cerca de US$ 7,2 bilhões (cerca de R$ 35,7 bilhões).
No último dia 30, os executivos que estão à frente das negociações estiveram reunidos com a Petrobras e, no dia 31, com os bancos credores da Novonor. A Novonor, ex-Odebrecht, controla a Braskem, ao lado de Petrobras, outro sócio da petroquímica.
A Novonor deu as ações da Braskem a um grupo de bancos – Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – em garantia a empréstimos concedidos para o grupo.
A ideia da visita é um segundo passo em direção à aquisição, depois da entrega dos documentos com a proposta não vinculante, feita no início de maio. As diligências técnicas, com visita à Braskem, não foram feitas e não têm data marcada, de acordo com pessoas próximas à negociação. Representando a Apollo está Samuel Feinstein, um dos principais sócios da área de private equity do fundo.
Incerteza
A grande dúvida nesse negócio é saber como será recebida a oferta pela Braskem (BRKM5) pelo novo governo, que vem se mostrando contrário à desestatização e ainda está definindo qual será o papel da Petrobras. A estatal tem direito de preferência na aquisição das ações remanescentes da Braskem, ao preço ofertado pela parte da Novonor, e eventualmente poderia adquirir a petroquímica.
A oferta de Apollo e Adnoc é de R$ 47 por ação, considerando a possibilidade de ficar com toda a companhia. A holding J&F, que controla a JBS e o banco Original, também informou que pretendia entrar na disputa. Outros nomes que olharam a petroquímica foram a Ultrapar e o BTG Pactual, que queria comprar a dívida.
2 – PPI da zona do euro desacelera
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 1% em abril ante igual mês do ano passado, desacelerando fortemente em relação ao ganho anual de 5,5% de março, segundo dados publicados nesta segunda-feira, 5, pela Eurostat, como é conhecida a agência oficial de estatísticas da União Europeia.
O resultado de abril ficou bem abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam acréscimo anual de 1,7%. A leitura de março foi revisada para baixo, de 5,9% originalmente.
Em relação a março, o PPI do bloco caiu 3,2% em abril. Neste caso, a projeção do mercado era de queda menor, de 2,8%.
Excluindo-se os preços de energia, que tendem a ser voláteis, o PPI da zona do euro recuou 0,1% em abril ante março e registrou alta de 5,1% no confronto anual.
3 – Comissão europeia diz que acordo UE-Mercosul é prioridade
A Comissão Europeia afirmou que a conclusão do acordo entre Mercosul e UE é prioridade, acrescentando que a América Latina e a Europa deveriam trabalhar para reduzir a “dependência excessiva” de outros países, de acordo com documento visto pela Reuters.
Bruxelas está lançando uma ofensiva política e econômica na América Latina para garantir o acesso prioritário aos recursos da região — especialmente matérias-primas –, identificando a região como um potencial aliado próximo diante dos “desafios geopolíticos crescentes”, principalmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em comunicado a ser apresentado em 7 de junho e visto com antecedência pela Reuters, o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, traça um roteiro para a conclusão de uma série de acordos de livre comércio e de parceria com países latino-americanos o mais rápido possível, bem como para impulsionar relações bilaterais com o Brasil e o México.
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