Economia
5 fatos para hoje: indicados para o conselho da Petrobras; Bolsonaro e Biden
Ministério enviou 10 nomes, e apenas quatro membros foram mantidos.
1 – Governo divulga indicados para o novo conselho de administração da Petrobras
O Ministério de Minas e Energia divulgou na noite desta quinta-feira (9) a lista com os nomes indicados para o Conselho de Administração da Petrobras (PETR3; PETR4), confirmando o nome do secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, Caio Paes de Andrade, para o lugar do presidente demissionário, José Mauro Coelho.
O ministério enviou 10 nomes, e apenas quatro membros foram mantidos: Ruy Flaks Schneider e Márcio Weber, indicados pela União; e os representantes dos acionistas minoritários José João Abdala Filho e Marcelo Gasparino da Silva.
Foram confirmados os nomes de Edison Antonio Costa Britto Garcia; Ieda Aparecida de Moura Gagni e Jonathas Assunção Salvador Nery de Castro, que tiveram seus nomes vazados nos últimos dias. Também foram indicados Ricardo Soriano de Alencar e Gileno Gurjão Barreto, este último para a presidência do Conselho.
“O Governo Federal renova o seu compromisso de respeito à sólida governança da Petrobras, mantendo a observância dos preceitos normativos e legais que regem a empresa”, disse o MME em nota.
Os nomes indicados passarão agora pelos órgãos de elegibilidade da Petrobras e, se aprovados, serão levados à Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas, ainda sem data marcada.
2 – Furnas eleva fatia em sociedade de usina do Madeira a 72,36%, diz Eletrobras
A Eletrobras (ELET3 e ELET6) informou nesta quinta-feira (9) que sua subsidiária Furnas Centrais Elétricas subscreveu as sobras de 7,26 bilhões de novas ações ordinárias emitidas pela Madeira Energia, e que a companhia elevou sua participação na sociedade dona de hidrelétrica no Rio Madeira de 43,055% para 72,364%, segundo fato relevante.
O movimento ocorreu após os debenturistas de Furnas aprovarem nesta semana a realização do aumento de capital na Santo Antônio Energia, condição esta para a privatização da Eletrobras.
A empresa que controla uma usina hidrelétrica de mesmo nome realizou aumento de capital para fazer frente a uma decisão arbitral desfavorável, e sócios, como a Cemig, disseram que não acompanhariam a operação.
3 – Campos Neto dará entrevista sobre política monetária em 23 de junho; relatório de inflação atrasa
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, concederá entrevista coletiva à imprensa em 23 de junho sobre a condução da política monetária, informou nesta quinta-feira (9) a autarquia.
Na data, o calendário oficial do Banco Central prevê a apresentação do Relatório Trimestral de Inflação, mas a autarquia informou que o relatório só será divulgado em 30 de junho. A greve dos servidores do órgão tem levado à suspensão e atrasos da divulgação de documentos.
“A entrevista trimestral, que faz parte da política do BC de tornar sua comunicação mais clara e objetiva, será sobre a condução da política monetária”, disse o órgão sobre a entrevista do dia 23.
O novo diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, fará breve apresentação e também participará da entrevista.
4 – Em bilateral com Biden, Bolsonaro repete discurso sobre eleições auditáveis e defende soberania na Amazônia
Em um encontro marcado pelo estranhamento, o presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta quinta-feira (9) pela primeira vez com o presidente norte-americano, Joe Biden, e, em uma fala em que defendeu a soberania brasileira na Amazônia e repetiu o discurso de “eleições auditáveis”, acrescentou o interesse em retomar a aproximação do Brasil com os Estados Unidos.
“Temos um interesse enorme em cada vez mais nos aproximarmos dos EUA. Vivemos há quase 200 anos em parceria. Em alguns momentos nos afastamos por questões de ideologia. Mas tenho certeza de que no momento da nossa chegada ao governo nunca tivemos uma oportunidade tão grande pelas afinidades que nosso governo tem”, afirmou Bolsonaro.
Apesar da decisão de ambos os governos de aceitarem o encontro bilateral, o desconforto estava visível entre os dois presidentes durante os primeiros minutos da reunião, que foram abertos à imprensa. Ao contrário da praxe diplomática, não houve imagens de ambos apertando as mãos. Biden e Bolsonaro já estavam sentados quando a imprensa foi autorizada a entrar na sala.
Durante a curta fala de Biden, o presidente brasileiro pouco olhou para o seu colega norte-americano. Já durante a fala de Bolsonaro, mais longa –cerca de sete minutos– foi a vez do norte-americano manter o olhar fixo à frente na maior parte do tempo.
Em meio às desconfianças do governo dos Estados Unidos com o risco representado pela retórica bolsonarista para as eleições brasileiras, o presidente mencionou o assunto, sobre o qual não pretendia inicialmente falar.
“Esse ano temos eleições no Brasil e queremos sim eleições limpas, confiáveis e auditáveis, para que não sobre nenhuma dúvida após o pleito e tenho certeza que ele será realizado nesse espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza que quando deixar o governo será também de forma democrática”, afirmou.
Pouco antes, Biden elogiou o Brasil como uma democracia vibrante com instituições eleitorais fortes. Nos últimos meses, diversos enviados do governo norte-americano levaram recados em que pediam a Bolsonaro para moderar o discurso contra as instituições eleitorais do país, o que não surgiu efeito.
Entre os temas que o presidente brasileiro tentou vetar no encontro com Biden estava justamente admoestações sobre questões eleitorais, mas o governo dos EUA informou que eleições e democracia seriam sim discutidas no encontro.
Da mesma forma, Bolsonaro avisou que não queria ser cobrado por questões relativas à Amazônia, e acabou recebendo um elogio de Biden: “Vocês têm feito grandes sacrifícios como país na tentativa de proteger a Amazônia, o grande sumidouro de carbono do mundo. Acho que o resto do mundo deveria participar ajudando vocês a financiar isso para que vocês possam preservar o máximo que puderem. Todos nós nos beneficiamos disso”, disse.
Mais cedo, em conversa com jornalistas, Bolsonaro chegou a dizer que havia conversas sobre colocar recursos para proteger a Amazônia –uma cobrança constante do governo brasileiro– mas que esses recursos nunca chegavam.
Na bilateral, no entanto, Bolsonaro não falou de recursos. Mas reclamou de o Brasil ser supostamente ameaçado em sua soberania na região.
“O Brasil é um país gigantesco, de proporções territoriais entre as maiores do mundo, temos uma riqueza no coração do Brasil, a nossa Amazônia, que é maior que a Europa Ocidental. Com riquezas e biodiversidade, riquezas mineiras, água potável e uma fonte de oxigênio. Por vezes nos sentimos ameaçados em nossa soberania naquela área mas o Brasil preserva muito bem o nosso território”, disse.
Previsto para meia hora, o encontro entre os dois presidentes durou mais do que isso, mas nenhum dos lados tinha grandes expectativas de avanços em temas que, desde a eleição de Biden, não avançaram.
No governo brasileiro, a expectativa era apenas de abrir caminhos para retomar negociações. Do lado norte-americano, o convite a Bolsonaro, com quem Biden nunca teve qualquer relação, era garantir a presença de ao menos um dos chefes de Estado dos maiores países da região, depois que Andrés Manuel López Obrador, presidente do México, recusou-se a comparecer à cúpula.
5 – Pacheco sobre votação do pacote dos combustíveis: vamos definir a pauta no fim de semana
O presidente em exercício, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta quinta-feira (9) na saída do Palácio do Planalto que vai definir neste fim de semana se o Senado votará o pacote dos combustíveis na próxima segunda-feira (13).
Pacheco é presidente do Senado e responsável por pautar os projetos em plenário, mas até domingo exerce ainda a Presidência da República interina, devido à viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos. Os dois primeiros nomes da linha sucessória, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também estão fora do País.
A expectativa é que o Senado aprecie na próxima segunda-feira o projeto de lei complementar que estabelece um teto para o ICMS incidente sobre os combustíveis. O texto integra o pacote apresentado pelo Executivo para tentar frear a alta dos combustíveis.
A jornalistas, Pacheco não quis revelar quais atos assinou enquanto presidente interino nesta quinta-feira. “Assinei o que presidente Bolsonaro assinaria”, limitou-se a dizer. De acordo com o parlamentar, a Secretaria de Comunicação do governo (Secom) vai divulgar o que foi assinado em breve.
* Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo.
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