Economia

5 fatos para hoje: protocolo de guerra; acordo com Rússia; Eletrobras

Governo poderá acionar o protocolo de guerra, com um orçamento especial que inclui exceções ao teto de gastos, caso a guerra entre a Rússia e a Ucrânia se prolongue, disse Paulo Guedes.

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1 – Eletrobras encerra SPE Inambari Geração de Energia

A Eletrobras (ELET3, ELET6) informou nesta terça-feira (15) que encerrou a Sociedade de Propósito Específico (SPE) Inambari Geração de Energia S.A. (Igesa).

A SPE tinha participação de 51% da Construtora OAS Ltda, 29,4% da Eletrobras, e 19,6% da Furnas Centrais Elétricas, segundo comunicado da elétrica.

A sociedade foi criada em 2008 com o objetivo de elaborar estudos, implantar e explorar o aproveitamento hidroelétrico do rio Inambari, localizado no Peru, para integração energética com o Brasil.

“A referida operação de encerramento está no escopo da iniciativa de racionalização das participações societárias da Eletrobras”, disse a empresa.

2 – Bolsonaro cobra que Petrobras agora siga queda do petróleo após reajustar combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro disse esperar que a Petrobras (PETR3, PETR4) siga a redução do preço internacional do barril do petróleo, que fechou nesta terça feita abaixo de US$ 100, no menor patamar desde o final de fevereiro, véspera da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em discurso no Palácio do Planalto, Bolsonaro reclamou, mais uma vez, que a Petrobras não esperou a aprovação pelo Congresso do projeto de alteração da cobrança do ICMS antes de repassar um reajuste de 18,8% para gasolina e 24,9% para o diesel, na semana passada.

“Nos últimos dias o preço do petróleo lá fora tem caído bastante. A gente espera que a Petrobras acompanhe a queda de preço lá fora”, disse.

O preço do barril do petróleo Brent fechou nesta terça a US$ 99,91, uma queda de 6,54% em relação ao dia anterior. Desde o início da guerra na Ucrânia chegou a bater US$ 139 no último dia 7.

Mais tarde, em trecho de entrevista à TV Ponta Negra divulgado no YouTube da emissora do Rio Grande do Norte, Bolsonaro voltou a cobrar da Petrobras que reduza os preços e prometeu que, caso ocorra um novo aumento, o governo agirá para que ele não recaia sobre o consumidor.

“A gente está esperando, inclusive, ter um retorno da Petrobras para rever esses preços que foram absurdamente majorados na semana passada”, afirmou.

“Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não cheque na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada.”

3 – CSN aumentará preços em 12,5% em 1º de abril, e no dia 15 em 7,5%

A Companhia Siderúrgica Nacional – CSN (CSNA3) anunciou nesta terça-feira (15), aos seus clientes que vai aumentar os preços do aço no mês que vem. Serão dois reajustes, o primeiro de 12,5% a partir de 1º de abril, e um outro no dia 15, de 7,5%. Os reajustes valem para os laminados a quente, laminados a frio, zincado e aços longos.

O diretor executivo comercial da CSN, Luis Fernando Barbosa Martinez, disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a companhia está repassando o aumento de custos com o carvão, que disparou nos últimos meses. Em dezembro, o carvão era cotado a US$ 320 a tonelada, e agora já está entre US$ 650 a US$ 700 a tonelada.

Apesar do carvão ser a principal causa do aumento dos custos, o minério também contribui, segundo Martinez. O preço do minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou hoje (15 de março) cotado a US$ 136,19 a tonelada.

No mês passado, a CSN já havia comunicado aos clientes do mercado de distribuição de aços planos que estava elevando seus preços com a retirada de parte dos descontos concedidos no último bimestre de 2021.

4 – Autoridade ucraniana diz que vê espaço para acordo com Rússia

Um alto funcionário ucraniano disse nesta terça-feira (15) que as conversações com a Rússia sobre o fim da guerra são muito difíceis, mas disse que há “certamente espaço para um acordo”, acrescentando que as negociações continuarão na quarta-feira (16).

“Continuaremos amanhã — é um processo de negociação muito difícil. Existem contradições fundamentais, mas certamente há espaço para acordos”, disse Mykhailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, no Twitter.

As conversas foram retomadas por meio de uma videoconferência na terça-feira. Autoridades ucranianas mostraram esperança de que a guerra possa terminar mais cedo do que o esperado, dizendo que Moscou pode estar aceitando seu fracasso em impor um novo governo a Kiev pela força.

Em uma sugestão de possível compromisso, Zelenskiy disse que a Ucrânia está preparada para aceitar garantias de segurança que ficam aquém de seu objetivo de longo prazo de se tornar membro da Otan, ao qual Moscou se opõe.

5 – País pode acionar protocolo de guerra se necessário, diz ministro

O governo poderá acionar o protocolo de guerra, com um orçamento especial que inclui exceções ao teto de gastos, caso a guerra entre a Rússia e a Ucrânia se prolongue, disse nesta terça-feira (15) o ministro da Economia, Paulo Guedes. Em cerimônia no Palácio do Planalto, ele declarou que o Brasil se recuperou da pandemia de covid-19 e que está mais preparado que outros países.

Segundo o ministro, a emenda constitucional que criou o novo marco fiscal, promulgada pelo Congresso no ano passado, criou a possibilidade de o país acionar um orçamento abastecido com créditos extraordinários (fora do teto de gastos) em situações de calamidade. Usada pela primeira vez em 2020, no início da pandemia de covid-19, a ferramenta foi chamada de Orçamento de Guerra.

“Estamos prontos. Temos o protocolo de guerra todo preparado, temos a PEC [ Proposta de Emenda à Constituição] Emergencial [novo marco fiscal], temos o botão de emergência, temos a exceção ao teto se for preciso. Estamos preparados para qualquer guerra”, declarou o ministro durante o lançamento de medidas econômicas para o setor rural e para o mercado de câmbio.

Guedes ressaltou que o Brasil recuperou-se dos impactos da pandemia e está melhor que outros países, tendo praticamente zerado o déficit primário do setor público (resultado negativo sem os juros da dívida pública) no ano passado. Segundo ele, o país está “pronto para outra briga”, com a possibilidade de expandir gastos fora do teto em caso de uma nova guerra mundial.

“O Brasil é duro na queda: caiu, levantou, está em pé, já sacudiu e está mais arrumado do que o pessoal lá fora. Nós estamos com déficit zerado. Nós estamos prontos para outra briga. Se vier a Segunda Guerra Mundial aí, estamos prontos de novo, nós vamos expandir de novo, porque nós estamos com o déficit zerado”, declarou Guedes.

Esclarecimentos

Em conversa com jornalistas após a cerimônia, o ministro esclareceu que o Brasil não quer entrar em nenhuma guerra. Em relação à fala sobre a Segunda Guerra Mundial, ele disse ter se referido à “guerra mundial da pandemia”, de caráter sanitário, e à alta global dos grãos, do petróleo e dos fertilizantes após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia.

O ministro ressaltou que o Brasil votou na Organização das Nações Unidas (ONU) contra a ocupação de parte da Ucrânia pelos russos. “Estamos superentristecidos com esse negócio da invasão”, declarou.

* Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil.

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