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BC revisa PIB de 2022 de alta de 1,7% para elevação de 2,7%

No relatório, o BC também divulgou pela primeira vez suas projeções para o PIB do ano que vem.

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O Banco Central (BC) elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 2,7%, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado nesta quinta-feira (29). “A surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e estímulos não contemplados no RI anterior – notadamente o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação, resultante, em grande medida, da redução de tributos sobre combustíveis, energia e serviços de comunicação – são os principais fatores para a revisão. Esses mesmos fatores indicam nova expansão do PIB no terceiro trimestre, mas em magnitude menor do que a observada nos últimos três trimestres”, avaliou a autoridade monetária.

Pelo lado da oferta, o BC alterou a estimativa para a expansão da agropecuária de avanço de 2,2% para zero, enquanto a revisão para a indústria foi de alta de 1,2% para 2,4%. No caso dos serviços, o BC mudou a previsão de crescimento de 2,1% para 3,4%.

Em relação aos componentes da demanda, o RTI informou alteração de 1,7% para 3,9% na expectativa de crescimento do consumo das famílias e de 1,8% para 0,7% previsão de alta do consumo do governo.

O documento agora divulgado indica ainda que a projeção para 2022 da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – indicador que mede o volume de investimento produtivo na economia – passou de queda de 2,7% para retração de 0,4%. Todas as estimativas anteriores constavam do RTI divulgado em junho.

“Após quatro trimestres de variações negativas ou próximas à estabilidade, a FBCF apresentou crescimento elevado, maior do que o previsto, no segundo trimestre. Esta recuperação repercutiu altas na produção e na importação de bens de capital, após recuos no primeiro trimestre, e desempenho favorável na construção civil”, comentou o BC.

2023

29/10/2019 REUTERS/Adriano Machado

No RTI, o BC também divulgou pela primeira vez suas projeções para o PIB do ano que vem. A expectativa é de crescimento de 1,0%, “com arrefecimento na demanda interna e nos componentes mais cíclicos da oferta, sob influência da esperada desaceleração global e dos impactos cumulativos da política monetária doméstica”.

Pelo lado da oferta, o BC prevê expansão de 7,5% da agropecuária; enquanto, para a indústria, a projeção é de avanço de 0,4%. No caso dos serviços, a autoridade monetária estima crescimento de 0,6%.

Já entre os componentes da demanda, o BC projeta alta de 0,7% para o consumo das famílias e aumento de 1,00% no consumo do governo. A FBCF deve cair 0,5% nas contas da autarquia.

No Boletim Focus, a mediana é de crescimento de 2,67% para o PIB deste ano e de 0,50% no próximo.

Transações correntes

O Banco Central também atualizou por meio do RTI, suas projeções para o balanço de pagamentos em 2022. A projeção para o resultado das transações correntes do País passou de superávit de US$ 4 bilhões para déficit de US$ 47 bilhões. Já a estimativa para o Investimento Direto no País (IDP) neste ano foi de US$ 55 bilhões para US$ 70 bilhões.

“A revisão da projeção para o saldo em conta corrente em 2022 decorre majoritariamente da reavaliação para baixo do saldo comercial esperado. Por outro lado, os fluxos de investimento direto surpreenderam positivamente, o que justifica aumento na projeção do ano”, justificou o BC. “Apesar da acentuada revisão para 2022, as projeções continuam indicando cenário favorável para as contas externas, com déficit em conta corrente inferior às entradas líquidas de investimento direto”, avaliou.

Em relação ao saldo líquido de investimento de estrangeiros em carteira – incluindo ações e títulos de renda fixa -, a projeção passou de superávit de US$ 7 bilhões para déficit de US$ 9 bilhões.

Nas estimativas para 2023, no caso das transações correntes, a projeção é de déficit de US$ 36 bilhões. Para o IDP, o BC prevê fluxo positivo de US$ 75 bilhões. Em relação aos investimentos estrangeiros em carteira, a estimativa é de déficit de US$ 5 bilhões.

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