Economia

Copom anuncia Selic nesta quarta; mercado espera manutenção em 13,75%

Especialistas apontam que a incerteza maior é sobre o momento de início de cortes em 2023.

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (26) sua decisão sobre a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. A expectativa do mercado e de especialistas é por uma manutenção dos juros em 13,75% ao ano

Segundo dados da B3 sobre contratos de opção de Copom, considerando a expectativa do mercado, a probabilidade de manutenção da taxa Selic na reunião desta quarta é de 97%. Também é vislumbrada uma possibilidade de alta de 0,25 ponto, mas a probabilidade é bem menor, de 2,85%.

A decisão do Copom já havia sido de manutenção da Selic na reunião anterior, em setembro. Na ocasião, o Comitê disse em comunicado que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.

O economista-chefe da Daycoval Asset, Rafael Cardoso, acredita que os juros básicos do Brasil devem começar a cair somente na segunda metade do ano que vem. “O comitê deve começar um movimento de redução da Selic somente a partir de agosto de 2023 de forma gradual levando os juros básicos a 11,75% a.a ao final do ano”, disse em nota. 

“Na última reunião, apesar de indicar que pode voltar a elevar a Selic se as metas de inflação não convergirem, o Copom mostrou que ‘o plano de voo’ é de manutenção dos 13,75% a.a por um período mais longo”, acrescenta Cardoso. 

Rafael Perez, economista da Suno Research, também acredita em manutenção da Selic em 23,75%, mas pondera que uma elevação a 14%, embora bem menos provável, não está descartada. “No último Boletim Focus, apesar das quedas nas projeções do IPCA nos próximos anos, a inflação esperada continua acima do limite superior da meta em 2023 e acima do centro da meta para 2024”, destacou em comentário.

“Dessa forma, o Copom deverá ponderar sobre as incertezas domésticas e globais antes de tomar qualquer decisão, pesando sobre os riscos altistas e baixistas divulgados na última ata”, completa o economista.

De qualquer maneira, economistas da Terra Investimentos apontaram em nota que o Copom tem “pouco espaço para surpresas” na decisão desta quarta. “Mantemos nossa expectativa de cortes da Selic a partir de junho de 2023 e uma taxa de 10,75% em dezembro do ano que vem.”

“Em resumo, na ausência de maiores choques, fica evidente que o cenário sofreu poucas alterações desde a última reunião. Por conta disso, a dinâmica eleitoral e os riscos à consolidação fiscal a partir de 2023 continuam sendo as principais fontes de incerteza”, disseram ainda os especialistas.

De maneira semelhante, Rafael Marques, economista e CEO da Philos Invest, também diz que o foco de dúvida agora é o que deve acontecer com a Selic num prazo mais longo. “Para este ano os números já estão aí, sem grandes surpresas. A questão agora é ver 2023 e 2024. O Focus trouxe uma elevação em 24 e isso é para deixar ligado um sinal de alerta”, disse em nota.

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