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Taxa Selic: entenda em 12 pontos o que é e como mexe com seu dinheiro

Copom decide os rumos da taxa Selic a cada 45 dias, em decisão que impacta diretamente o bolso dos brasileiros.

Prédio do Banco Central em Brasília. 16/05/2017. REUTERS/Ueslei Marcelino.

O que é a taxa Selic? E como ela mexe com o seu dinheiro? A taxa básica de juros da economia brasileira é um dos principais instrumentos do Banco Central para controlar a inflação no país, mas ela não mexe somente com os preços. Existem também reflexos nos investimentos, contas públicas e no crescimento da economia. 

Veja abaixo 12 pontos para entender a taxa Selic. 

O que é taxa Selic e para que serve

Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, mas é mais conhecida como a taxa básica de juros da economia brasileira. Isso porque ela é a média de juros que o governo brasileiro paga por empréstimos tomados dos bancos. A partir dela é que são definidas as taxas de crédito a outras instituições e aos consumidores. Então, quando a Selic sobe, a tendência é que os juros para clientes dos bancos, por exemplo, subam também, e vice-versa. 

Uma das principais funções da Selic é controlar a inflação. A ideia é que, subindo os juros, as pessoas consumam menos, já que o crédito fica mais caro. Então, pela lei da oferta e da demanda, uma redução do consumo levaria por efeito a uma queda dos preços. 

E quem decide o valor da Selic?

A Selic é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), em reuniões que acontecem a cada 45 dias. Esse comitê é formado pelo presidente do BC e seus diretores. 

Como a taxa Selic é calculada

Os membros do Copom decidem os rumos da Selic como parte da política monetária, com base em 4 pilares: inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo. 

Isso porque, apesar de ser uma das principais ferramentas de controle da inflação, a Selic também impacta outros aspectos da economia. As contas públicas, por exemplo, são afetadas pelo gasto do governo com o pagamento dos juros de sua dívida. 

A atividade econômica também sente os efeitos da Selic. Isso porque, quanto mais baixos os juros, maior é o incentivo para que as pessoas consumam e para que os empresários invistam em fábricas ou novos estabelecimentos, por exemplo (já que deixar dinheiro aplicado torna-se menos vantajoso). Por isso, um cenário de juros baixos é chamado de “estimulativo”. 

O cenário externo também pesa na decisão do Copom. Um cenário de crise em países que são importantes para a economia do Brasil, por exemplo, pode demandar juros mais baixos para estimular a economia.

Importância da taxa Selic

Em resumo, a Selic tem diversos impactos sobre a economia:

  • Controle da inflação
  • Impacto sobre o custo do crédito (empréstimos, financiamentos etc)
  • Rendimento de investimentos, com impacto desde o retorno da poupança até a atratividade da bolsa de valores (com a Selic baixa, muitos investidores partem para a renda variável em busca de mais rentabilidade). 
  • Gasto do governo com os juros de sua dívida
  • Atratividade do país para investidores (se o governo representa algum risco aos investidores com uma situação fiscal preocupante, por exemplo, uma taxa de juros mais alta pode ajudar a atrair capital por causa da promessa de mais retorno). 

Qual é a taxa Selic hoje

O patamar da taxa básica de juros é reavaliado a cada 45 dias. Na reunião encerrada em 26 de outubro de 2022, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano.

O consumidor também pode encontrar a taxa Selic atual no site do Banco Central

Veja abaixo as datas de reuniões do Copom para 2022:

  • 1 e 2 de fevereiro.
  • 15 e 16 de março.
  • 3 e 4 de maio.
  • 14 e 15 de junho.
  • 2 e 3 de agosto.
  • 20 e 21 de setembro.
  • 25 e 26 de outubro.
  • 6 e 7 de dezembro.

Como funciona a taxa Selic

A Selic é a taxa de juros apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia, conforme explicação do próprio BC. Mas como fazer com que a taxa das operações fique dentro do estabelecido pelo Copom? Para isso, o BC opera no mercado de títulos públicos para que a taxa Selic efetiva esteja em linha com a meta definida na reunião do comitê.

Taxa Selic e IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o índice oficial de inflação no país. Para cada ano, existe uma meta do Banco Central para o IPCA – o regime de metas de inflação. A Selic, então, serve como o principal instrumento para o BC perseguir essa meta. Se o IPCA estiver muito alto, por exemplo, o Copom sobe os juros para tentar aproximá-lo da meta, e vice-versa. 

Como a Selic afeta seu dinheiro

A Selic impacta o bolso dos brasileiros, primeiramente, pelo custo do crédito. Com a taxa básica mais alta, a tendência é que toda a cadeia de juros da economia seja elevada. Na prática, isso quer dizer que os bancos vão cobrar mais por empréstimos ou financiamentos, por exemplo. 

Mas é importante lembrar que não é apenas a Selic que determina os juros que os bancos cobram dos clientes. Existem outros fatores que pesam nessa decisão. Se a taxa de inadimplência estiver muito alta, por exemplo, a tendência é que os bancos subam os juros para compensar o risco de perdas com calotes. 

Quais investimentos são afetados pela Selic

Se a Selic cai, a tendência é que o retorno de diversos investimentos também recue. O primeiro deles, naturalmente, é o Tesouro Selic – título do Tesouro Direto que remunera o investidor de acordo com a taxa ao final do vencimento do papel. 

A Selic também afeta o retorno da poupança. Pela regra, quando a Selic é maior que 8,5% ao ano, a poupança tem rendimento de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial  (TR). Quando a Selic é menor ou igual a 8,5% ao ano, a poupança rende o equivalente a 70% da taxa Selic vigente no período. 

Há impacto ainda em títulos privados do tipo CDB, LCI e LCA. Eles são emitidos por bancos e sua rentabilidade é geralmente atrelada ao Certificado de Depósito Interbancário, o CDI (que, por sua vez, anda junto com a Selic).

Mas, além dos impactos diretos em investimentos atrelados à Selic, a mudança na taxa também mexe com outros mercados. Quando a Selic está muito baixa, muitos investidores acabam buscando produtos de renda variável, como investir em ações ou fundos imobiliários, em busca de maior retorno que a renda fixa – ainda que o risco seja mais elevado. 

Taxa Selic e CDI

Se a Selic subir, o CDI também aumenta. O CDI é uma taxa parecida com a Selic Over (veja mais abaixo). Serve para nortear os juros que os bancos pagam para emprestar dinheiro entre si, mas com garantia não em títulos públicos, e sim em recursos próprios. 

Taxa Selic Meta

A taxa Selic Meta é a definida pelo Copom em suas reuniões periódicas. O BC, portanto, trabalha para que a Selic fique no patamar que foi determinado nesses encontros.

Taxa Selic Over

A taxa Selic Over costuma ser um pouco mais baixa que a Selic Meta. Ela é a média ponderada de todas as operações financeiras registradas no sistema Selic com lastro em títulos públicos federais. Essas operações são feitas todos os dias pelos bancos, e servem para zerar posições financeiras. A Selic Over, portanto, é a média dos juros pagos por esses depósitos feitos pelos bancos. 

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