Quando o assunto é renda fixa, os Certificados de Depósito Bancário, mais conhecidos como CDBs, despontam como uma das opções de investimento mais populares do mercado. Esse tipo de ativo oferece a possibilidade de ganhar dinheiro emprestando para os bancos.
Mas, apesar da sua popularidade, muitos investidores têm dúvidas sobre como esse produto funciona e quais são as suas características. Por isso, entender o que é CDB ajuda a compreender como esses ativos funcionam, quais os tipos de rentabilidade e a melhor forma de investir.
O que é CDB e como funciona?
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um investimento de renda fixa emitido por bancos para captar recursos. É como um empréstimo: o investidor empresta dinheiro para a instituição financeira por um determinado prazo e, em troca, recebe o valor investido de volta com juros.
Os CDBs possuem características que variam de acordo com o emissor, o prazo e a forma de remuneração. Geralmente, quanto maior o prazo de investimento, maior tende a ser a rentabilidade oferecida pelo banco.
Além disso, a remuneração dos CDBs pode ser pré-fixada, com uma taxa de juros definida no momento da aplicação, ou pós-fixada, atrelada a algum índice – geralmente o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), taxa que espelha a Selic (se a Selic estiver em 9,75%, por exemplo, o CDI tende a estar no mesmo patamar).
Enquanto alguns CDBs estabelecem um vencimento, no qual o banco devolverá ao investidor o dinheiro investido com os juros, outros possuem liquidez diária. O que isso significa? Que o investidor poderá fazer o resgate do dinheiro investido em qualquer data, como acontece num fundo de investimento qualquer. Explicaremos como funciona cada tipo de rentabilidade adiante.
Vale lembrar que os CDBs são considerados investimentos de baixo risco, já que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) em caso de quebra da instituição financeira. O FGC garante o ressarcimento do investidor em até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
Ou seja: se você tem R$ 250 mil num CDB do banco X e outros R$ 250 mil num CDB do banco Y, vai receber R$ 500 mil do FGC caso os dois quebrem. Mas e se você tiver 10 CDBs com R$ 250 mil de saldo e cada um, em 10 bancos diferentes? Vai receber de volta seus R$ 2,5 milhões em caso de quebradeira generalizada? Não. O limite aí é de R$ 1 milhão por CPF. Para grandes somas, então, vale escolher CDBs de bancos grandes – quanto maior a instituição, em tese, mais difícil que ela quebre.
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Qual a diferença entre CDB e CDI
Quando falamos em renda fixa, o CDB e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) são entidades financeiras relacionadas, mas com algumas diferenças importantes. Como dito anteriormente, o CDB é emitido por instituições financeiras a fim de captar recursos.
O CDI, por sua vez, representa a taxa média dos empréstimos interbancários e é utilizado como referência para diversas operações financeiras — incluindo o próprio CDB. A maioria dos CDBs pós-fixados tem sua rentabilidade atrelada ao CDI, ou seja, o investidor recebe uma taxa de juros que segue de perto a variação do índice (que, vale repetir, anda de mãos dadas com a Selic).
Em resumo, enquanto o CDB é um investimento de renda fixa emitido por bancos para captar recursos, o CDI é um indicador que serve como referência para a remuneração de diversos produtos financeiros, incluindo o CDB.
Quanto rende um CDB?
O rendimento de um CDB depende do tipo de contrato preestabelecido entre o banco e o investidor.
Geralmente, o rendimento varia conforme o prazo do investimento. Como dito, quanto maior o prazo, maior tende a ser a rentabilidade oferecida pelo banco. Além disso, ele pode ser classificado de três formas que serão descritas a seguir.
Tipos de rentabilidade
- CDB pós-fixado: neste caso, a rentabilidade do CDB está atrelada a um índice de referência – em geral, o CDI. O rendimento é calculado diariamente e vai variar ao longo do tempo; com a Selic em alta, o CDI sobe, e o investimento rende mais; com a Selic em baixa, rende menos. Os CDBs dessa linha são, de longe, os mais comuns. E eles pagam uma porcentagem do CDI: 90%, 100%, 110%… Na prática: se o CDI estiver em 10%, um CDB “90% do CDI” vai pagar 9% ao ano; um 100%, 10%, um 110%, 11%…
- CDB prefixado: nesse tipo de contrato, a taxa de juros é definida no momento da aplicação e permanece fixa até o vencimento. Ou seja, o investidor sabe exatamente quanto irá receber no final do prazo, independentemente das variações do mercado;
- CDB híbrido: possui parte da rentabilidade vinculada à variação da inflação, medida pelo IPCA. Além disso, tem uma parte prefixada. Dessa forma, o investidor tem uma proteção contra a inflação, pois o rendimento acompanha o índice de preços. O rendimento sempre será a inflação mais um certo juro – daí o nome desse tipo de taxa no mercado financeiro: “IPCA+”.
Em resumo, o rendimento do CDB pode variar conforme o tipo de contrato e a estratégia de remuneração escolhida. É importante analisar as condições oferecidas pelo banco emissor, considerando o prazo, a taxa de juros e a forma de remuneração, para tomar a melhor decisão de investimento.
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Outras dúvidas
Além das características de rentabilidade, o CDB apresenta outras especificidades que podem gerar dúvidas aos investidores. A seguir, vamos abordar algumas dessas questões para ajudar você a entender melhor esse tipo de investimento.
Qual o prazo de vencimento de um CDB?
O prazo de vencimento de um CDB pode variar de acordo com o contrato estabelecido entre o investidor e o banco emissor. Geralmente, variam de 30 dias a 5 anos, mas é possível encontrar CDBs mais longos.
Qual o prazo de carência?
O prazo de carência é o período durante o qual o investidor não pode resgatar o CDB sem sofrer penalidades. Esse prazo também é estabelecido no contrato e pode variar de acordo com o banco emissor e com o tipo de CDB. Em geral, os prazos de carência dos CDBs costumam ser de 30 a 180 dias, mas também podem ser mais longos. Não deixe de conferir.
Qual a liquidez?
A liquidez de um CDB refere-se à facilidade de resgatar o investimento antes do prazo de vencimento. Os CDBs podem ter liquidez diária, ou seja, o investidor pode resgatar o dinheiro a qualquer momento, ou liquidez no vencimento, em que o resgate só pode ser feito após o prazo acordado. Quanto maior a liquidez, menor tende ser a rentabilidade.
Qual o investimento mínimo?
O investimento mínimo varia de acordo com o banco e com o tipo de CDB. Algumas instituições podem exigir um valor mínimo de investimento, enquanto outras não têm essa restrição. O investimento mínimo costuma estar relacionado à rentabilidade e ao prazo do CDB, sendo que, também nesse caso, quanto maior for a exigência de investimento mínimo, maior tende a ser a rentabilidade oferecida.
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Investir em CDB é seguro?
O Certificado de Depósito Bancário é considerado um investimento seguro, uma vez que conta com a garantia do FGC em caso de quebra da instituição financeira emissora. No entanto, como qualquer investimento, esse tipo de título apresenta vantagens e riscos que devem ser considerados pelos investidores.
Vantagens do CDB
- Segurança: é um investimento seguro, pois conta com a garantia do FGC, que protege o investidor em caso de falência da instituição financeira emissora, garantindo o ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira; nota: os juros também contam. Se você colocou R$ 240 mil num CDB e o banco quebrou quando seu saldo estava em R$ 245 mil, ok: o FGC ressarce R$ 245 mil. Mas o que passar de R$ 250 mil não volta. Por conta disso, bancos grandes pagam menos juros que bancos pequenos – já que o risco de falência deles é bem menor.
- rentabilidade: oferece rentabilidades atrativas, principalmente para prazos mais longos e para investimentos de valores mais elevados. Além disso, a possibilidade de escolher entre CDBs prefixados, pós-fixados ou híbridos permite ao investidor encontrar a melhor opção de acordo com seu perfil e objetivos;
- diversificação: é uma forma de diversificar a carteira de investimentos, pois oferece uma alternativa eventualmente mais rentável que outros investimentos de renda fixa, como os títulos públicos do Tesouro Direto.
Riscos do CDB
- Risco de crédito: apesar da garantia do FGC, existe o risco de crédito associado ao CDB, ou seja, o risco de a instituição financeira emissora não conseguir honrar seus compromissos. É importante verificar a classificação de risco da instituição antes de investir;
- risco de liquidez: a maior parte dos CDBs tem liquidez restrita. Isso significa que o investidor pode não vai conseguir resgatar o dinheiro antes do prazo de vencimento sem sofrer penalidades;
- risco de mercado: CDBs estão sujeitos a riscos de mercado. Se você investir num prefixado que paga 10% ao ano e a Selic for a 13%, seu dinheiro renderia mais em qualquer investimento que segue o CDI (fundos DI, títulos Tesouro Selic, outros CDBs…).
Pior: se você tiver de sacar um CDB prefixado antes do vencimento, poderá terminar com menos do que investiu.
Num CDB híbrido (IPCA+), idem. Se ele pagar IPCA+4% e os títulos públicos dessa linha (as NTN-Bs) estiverem oferecendo IPCA+6%, seu dinheiro estará mal alocado. E se precisar do dinheiro antes do vencimento, corre o risco de ver sua renda fixa converter-se em perda fixa.
A modalidade mais segura é a pós-fixada, que segue o CDI na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Se a Selic/CDI cair a 2%, você vai receber menos, claro. Mas numa realidade assim todos os ativos de renda fixa estarão pagando uma taxa famélica, já que a Selic baliza todo esse mercado.
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Como investir em CDB?
Ficou interessado em investir em CDBs? Então siga estes dois passos:
- cadastre-se em uma corretora (seja a do seu banco, seja qualquer outra): é a melhor maneira de ter acesso a um cardápio variado de CDBs. Você não precisa ter conta no banco X para investir em CDBs do banco X – basta estar disposto a emprestar dinheiro para ele em troca de condições que lhe pareçam satisfatórias;
- escolha bem a instituição emissora: para correr riscos menores, dê preferência a CDBs de instituições confiáveis e sólidas – mais ainda quando pretende investir mais do que o limite de R$ 250 mil do FGC. Verifique a classificação de risco do banco emissor do CDB; seja como for: quanto maior a taxa que o banco oferece, pior tende ser a classificação dela. Não existe almoço grátis.