Economia
Coronavírus afeta projeções para a economia brasileira
Efeito a curto-prazo incide mais sobre os países dependentes do comércio com a China.
Enquanto os bancos centrais ao redor do mundo tomam medidas para reaquecer as economias prejudicadas pela epidemia de coronavírus; no Brasil, diversas instituições financeiras reavaliam suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB).
O Banco Safra reduziu a projeção do PIB de 2020, de 2,10% para 1,90%, em virtude do menor crescimento esperado para a China em meio ao surto da doença. Já o Rabobank, banco holandês, manteve sua projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano em 2%. No entanto, para 2021, o banco cortou sua previsão para a alta de PIB brasileiro de 3% para 2,5%.
Nesta manhã, o Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Banco Central, mostrou que a expectativa de crescimento da economia em 2020 passou de 2,20% para 2,17%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 2,30%.
No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2020 passou de alta de 2,33% para 2,41%. Há um mês, estava em 2,21%.
Os economistas do mercado financeiro alteraram levemente a previsão para a inflação em 2020. A pesquisa Focus mostra que a mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 3,20% para 3,19%. Há um mês, estava 3,40%. A projeção está abaixo do centro da meta de 2020, de 4%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%).
As mudanças de expectativa partem do mundo inteiro. Também nesta segunda-feira, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) reduziu sua previsão para o crescimento global em 2020 em 0,5 ponto porcentual, de 2,9% para 2,4%, de olho nos impactos econômicos do coronavírus. Este é o nível mais baixo desde 2009.
Novos casos
O número de casos confirmados de coronavírus em todo o mundo subiu 1.739 e chegou a 87.137, sendo que 2.977 pessoas morreram da doença. Os dados foram atualizados neste domingo (1) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que manteve as avaliação de risco global no nível “muito alto”.
No epicentro da epidemia, a China registrou 202 novas infecções pelo vírus, elevando o total de contágios para 80.026. Uma equipe de especialistas das autoridades sanitárias chinesas publicaram análise em um periódico norte-americano, revelando fatores que tornam mais difíceis o diagnóstico da doença.
Segundo a publicação, mais da metade das 1.099 pessoas infectadas na China até 29 de janeiro não apresentaram febre quando foram hospitalizadas, e 17,9% de 877 pacientes sem sintomas graves não apresentaram nenhuma anormalidade em exames de raio-X e outros testes.
Nos Estados Unidos, até então com baixo número de infectados, já registra a segunda morte pelo vírus. Autoridades de saúde do Estado de Washington, nos Estados Unidos, confirmaram na noite do domingo (1) que um homem na faixa dos 70 anos morreu nas proximidades de Seattle após contrair o coronavírus.
A primeira morte foi anunciada na sexta-feira (27): um homem de cerca de 50 anos, na mesma região. Pesquisadores creem que o coronavírus esteja circulando há semanas no entorno de Seattle. Há 12 pessoas comprovadamente infectadas em Washington, e ainda há dezenas de casos suspeitos.
No Brasil
O Ministério da Saúde atualizou os números da Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) e registrou que subiu de 207 para 252 casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. O segundo caso positivo foi confirmado em São Paulo, um homem de 32 anos, que também retornou de uma viagem à Itália.
São Paulo continua sendo o Estado com maior número de casos suspeitos, 136 pelo boletim atualizado. Em seguida, Rio Grande do Sul, com 27, e Rio de Janeiro, com 19.
O Ministério também informou por meio de nota que os dados atualizados sobre casos suspeitos e confirmados do novo coronavírus no País voltarão a ser divulgados nesta segunda-feira (2), às 16h, na plataforma IVIS.
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil