Economia
Credit Suisse corta recomendação para Eletrobras
Recomendação surge após fala de Bolsonaro e cita risco político
Analistas do Credit Suisse reduziram a recomendação para as ações da estatal Eletrobras e cortaram preços-alvo dos papéis, citando fala do presidente Jair Bolsonaro no fim de semana de que o governo pretende “meter o dedo” no setor elétrico.
“Uma afirmação que pode ter muitas implicações”, escreveu a equipe do Credit Suisse em relatório no domingo (21), no qual apontou que eventual intervenção governamental no setor “pode aumentar a percepção de risco”, principalmente por levantar ecos de medidas do governo para reduzir tarifas em 2012 que impactaram empresas, principalmente estatais.
“Consequentemente, o posicionamento (de Bolsonaro) deve provavelmente levantar preocupações para o setor e especialmente para a Eletrobras”, acrescentaram.
A recomendação para as ações preferenciais da companhia passou para “neutra”, de “outperform”, enquanto para os papéis ordinários passaram de “neutra” para “underperform”. Os preços-alvo foram cortados de 40,20 reais para 32 reais e de 39,60 para 28,30 reais, respectivamente.
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O Credit Suisse destacou que mudanças estatutárias na gestão do CEO Wilson Ferreira fortaleceram a empresa contra interferências, assim como a Lei das Estatais de 2016, mas ainda assim expressou alguma preocupação com a sucessão de Ferreira, que anunciou que deixará a companhia em março para assumir a BR Distribuidora.
Por volta de 11h20, ações da Eletrobras (ELET6) recuavam 6,73%, cotadas a R$ 27,32.