Economia

Gustavo Machado Gonzales renuncia e é exonerado da diretoria da CVM

Mais cedo, instituição informou que avaliava abrir um processo para investigar operações atípicas com papéis da Petrobras.

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O Diário Oficial da União publicou a exoneração de Gustavo Machado Gonzales do cargo de diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O documento cita que a saída formal de Gonzalez é válida a partir de 26 de fevereiro de 2021 e se dá em virtude de renúncia.

O decreto com a decisão foi assinado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e por Paulo Guedes, ministro da Economia, a quem a CVM é vinculada.

Investigação nas ações das Petrobras

Mais cedo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que avalia abrir um processo para investigar operações atípicas com papéis da Petrobras nas últimas semanas, quando eclodiu a crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e a administração da companhia, que culminou com a troca do comando da petroleira.

De acordo com o Estadão, a área técnica do órgão regulador do mercado de capitais está analisando informações preliminares antes de formalizar uma investigação sobre uso de informações privilegiadas (insider trading, no jargão do mercado).

Os sinais de que alguém pode ter lucrado com a antecipação de informações sobre o que ocorreria na estatal foram revelados pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo. Segundo a coluna, um investidor pode ter levantado R$ 18 milhões em transações opções de venda de papéis da petroleira ao efetuar operações, na quinta-feira (18), em um volume que só faria sentido se realmente acreditasse que as ações iriam cair pelo menos 8% na sexta-feira (19).

Na operação de opção, o investidor adquire o direito de comprar ou vender um ativo em uma data futura, a um preço fixo, para se proteger do movimento contrário do papel ou especular. Dados públicos da B3 mostram que os detentores dos papéis tinham garantida a venda de ações da Petrobras no vencimento (22 de fevereiro) a R$ 26,50.

No dia 18, quando a ação fechou a R$ 29,27, antes de o presidente anunciar durante live, à noite, que promoveria mudanças na estatal, duas ordens de compra foram realizadas: uma de 2,6 milhões de opções às 17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhões de papéis, ambas com preço de R$ 0,04, ou seja, a R$ 160 mil no total. O número de negócios com o papel naquela data foi de 238, disparando para 1.097 no dia seguinte, após Bolsonaro sinalizar mudanças.

Crime no Brasil, o insider trading é o uso de uma informação relevante ainda desconhecida do mercado na negociação de papéis, obtendo lucro ou evitando uma perda. Oficialmente, a CVM diz que “acompanha e analisa informações e movimentações envolvendo companhias abertas, tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário”.

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