Economia
Federal Reserve eleva taxa de juros dos Estados Unidos para 0,25%
O aumento nos juros tem como objetivo reduzir inflação e manter mercado de trabalho aquecido.
O Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) informou há pouco a elevação da taxa de juros do país, o primeiro ajuste desde 2018, em 0,25 ponto percentual, para um intervalo entre 0,25% e 0,5%. A decisão ocorre após reunião do Fomc (Federal Open Market Commitee) na tarde desta quarta-feira (16). Por aqui, o mercado também aguarda a decisão do Banco Central brasileiro, que deverá anunciar a nova Selic após às 18h30.
Em comunicado, o Fomc apontou que o aumento nos juros tem como objetivo apoiar as metas de redução da inflação para 2%, além de fazer com que o mercado de trabalho continue forte.
A autoridade americana escreveu que a invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes “dificuldades humanas e econômicas” e que as implicações para a economia dos EUA são altamente incertas, “mas no curto prazo a invasão e os eventos relacionados provavelmente criarão uma pressão ascendente adicional sobre a inflação e pesarão na atividade econômica”.
Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, reiterou que de uma forma geral, o mercado já está precificando essa alta de 0,25%, que veio em linha o esperado. “Apenas um integrante do Comitê votou acima disso, é alguém que vem pedindo há algum tempo uma alta maior, então não vejo nenhuma mudança que surpreenda o mercado. É importante aguardarmos a ata para termos mais informações sobre quais serão os próximos passos do FED”, explicou.
André Perfeito, da Necton, escreveu em comunicado que o Fed fez o esperado ao subir a taxa de juros e sinalizou que irá eleva-la ainda mais.
“No entanto, ao não iniciar seu programa de diminuição de ativos, o tightening (aperto), e deixando isso para a próxima reunião acabou soando “frouxo” e assim os juros mais curtos dispararam”, afirmou o especialista.
Perfeito disse ainda que o FED deveria iniciar sua política de vendas de ativos o que é similar a uma política monetária contracionista uma vez que ao vender os ativos no seu balanço ele retira dinheiro do sistema. “A decisão não agradou os investidores e deve reforçar o sentimento que será necessário mais altas de juros por lá. Este mal-estar joga pressão sobre o Banco Central do Brasil que irá anunciar ainda hoje a nova taxa básica e há consenso de 100 pontos base. Se o BCB não for firme podemos ter ainda maiores ruídos na curva de juros brasileira”, escreveu.
Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, disse que a taxa de 10 anos americana atingiu 2,20%, maior nível desde 2019, e que a curva de juros 10-2 anos recua 0,23%, queda forte desde março de 2021. “À medida que se aproxima de 0, aumenta-se a probabilidade de que uma recessão americana poderá ocorrer em 12 meses após ficar negativa. A curva de 10-5 anos agora está em somente 0,01%”, escreveu.