Economia
FMI vê riscos para inflação e crescimento se conflito se ampliar
Guerra entre Israel e Hamas pode impulsionar a inflação e prejudicar o crescimento global, segundo Fundo Monetário Internacional.
Gita Gopinath, segunda no comando do Fundo Monetário Internacional, disse que a guerra entre Israel e Hamas pode impulsionar a inflação e prejudicar o crescimento global se virar um conflito mais amplo que provoque alta significativa nos preços do petróleo.
Os modelos elaborados pelo FMI mostram que um aumento de 10% no preço do petróleo eleva a taxa de inflação em 0,4 ponto percentual um ano mais tarde, disse a vice-diretora gerente do fundo, em entrevista a Francine Lacqua, na Bloomberg TV.
Nesse cenário, o PIB global cai 0,15 ponto percentual. Isso aumentaria um ambiente já difícil para inflação e crescimento que desafia os bancos centrais.
É um pouco cedo para saber todas as implicações do conflito e muito dependerá de ele se estender a outros países, disse a ex-professora de Harvard.
“Se se transformar num conflito mais amplo, e isso fizer com que os preços do petróleo subam, isso terá um efeito nas economias”, disse.
Embora as nações do Oriente Médio provavelmente sejam mais diretamente afetadas, o impacto de preços mais elevados de energia pode se tornar generalizado, disse Gopinath.
Mais de 2.000 pessoas já morreram desde o início do pior ataque a Israel em décadas. As forças israelenses lutam para retomar território capturado e aumentam os sinais de que se preparam para uma invasão terrestre de Gaza.
Com relação à China, a economista disse que o país precisará fazer mais para enfrentar a crise no setor imobiliário.
“Eles cortaram juros e estimo que precisem fazer mais. Muito mais medidas precisam ser tomadas para resolver o problema do setor imobiliário”, disse.
Outro vento contrário para economia global são as obstruções ao comércio. Houve 3.000 novas restrições comerciais impostas apenas no ano passado.
“Deveríamos realmente garantir que isto não acabe com todos nós nos voltando completamente para dentro e com um enorme retorno ao protecionismo.”
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