Economia
IPCA sobe para 0,53% em janeiro com pressão dos alimentos, diz IBGE
Apesar da desaceleração da inflação oficial do país, essa foi a quarta alta seguida do índice.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, subiu 0,53% no mês de janeiro ante alta de 0,62% em dezembro, de acordo com divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (9).
Apesar do recuo, essa foi a quarta alta consecutiva do IPCA. O preço dos alimentos foi o principal responsável pela alta no primeiro mês do ano. Em janeiro do ano passado, a alta foi de 0,54%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 5,77%, acima do teto da meta da inflação para esse ano que é de 4,75%.
Para André Fernandes, Head de Renda Variável e sócio A7 Capital, o IPCA de janeiro veio um pouco melhor que as estimativas de +0,57% mensal e de +5,81% anual.
“Apesar do indicador ter vindo um pouco melhor que as expectativas, isso ainda não está sendo refletido nos juros. A ponta longa da curva segue abrindo. O que podemos observar é que o ruído político em relação a política monetária e a pressão no presidente do Banco Central ainda dão o tom ao nosso mercado, mesmo com um alívio no nosso indicador oficial de inflação.”
Alimentos influenciam alta da inflação
O grupo de alimentação e bebidas subiu 0,59% e puxou a inflação, contribuindo com 0,13 ponto percentual sobre o índice geral.
Em nota, o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, disse que a batata-inglesa (14,14%) e cenoura (17,55%) tiveram grande peso nesta alta.
“As altas nesses dois casos se explicam pela grande quantidade de chuvas nas regiões produtoras. Por outro lado, observamos queda de 22,68% no preço da cebola, por conta da maior oferta vindo das regiões Nordeste e Sul, item que teve alta de mais de 130% em 2022”, explicou.
O segundo maior impacto positivo sobre o índice geral foi do grupo dos transportes (0,55%), contribuindo com 0,11 p.p. em janeiro, com combustíveis registrando alta de 0,68%.
“Nos transportes, os destaques foram a gasolina, com alta de 0,83%, o emplacamento e licença, que incorporou pela primeira vez a fração referente ao IPVA de 2023, com alta de 1,60%, e o automóvel novo, com aumento de 0,83%”, disse Kislanov.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, apenas vestuário registrou variação negativa (-0,27%).
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