Economia

Lula e empresários ampliam coro contra BC às vésperas do Copom

Autoridades do governo e líderes pedem por corte da Selic, mas expectativa é de manutenção na próxima semana.

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O Banco Central está de novo sob críticas de diversas autoridades de alto escalão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do empresariado, que pedem por um corte da Selic na semana que vem, quando o Copom se reúne para provavelmente manter o juro básico da economia, a Selic, estável pela sétima vez seguida.

“Não há explicação” para juros de 13,75%, disse o presidente Lula durante uma entrevista a rádios de Goiás nesta quinta-feira. “As pessoas não estão comprando nada”, e não há inflação causada pela demanda, disse ele.

Presidente Lula discursa no Palácio do Planalto, em Brasília 05/06/2023 REUTERS/Ueslei Marcelino

O atual nível da Selic prejudica a atividade e o emprego, já que juros reais sobem com inflação mais baixa, disse o vice-presidente Geraldo Alckmin na véspera.

Os pedidos por um corte de juros ecoaram comentários de executivos nesta semana. Há “grandes dificuldades” no setor de varejo, disse na quarta-feira Jorge Gonçalves Filho, presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo. Ele exigiu uma reversão de curto prazo nas taxas de juros, já que as empresas enfrentam desafios para manter as vendas e acessar o crédito.

No início da semana, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, pediu um corte imediato da Selic maior que 0,25 ponto percentual, durante evento ao lado do presidente do BC, Roberto Campos Neto. As pequenas e médias empresas “não aguentam mais”, disse ela, pois há sobra de mercadorias em todo o setor.

Luiza Helena Trajano. Crédito: Lailson Santos

Expectativa de manutenção da Selic

O Copom deve manter o juro básico no maior nível em seis anos, de 13,75%, na próxima quarta-feira. Embora os membros do comitê tenham enfrentado críticas do governo por meses, são os líderes empresariais de diferentes setores da economia que agora se manifestam sobre as condições monetárias apertadas.

A autoridade monetária pode sinalizar que está pronta para discutir cortes de juros após a queda da inflação na base anual pelo décimo primeiro mês consecutivo para 3,94% em maio, dentro da faixa de tolerância do BC. As medidas de núcleo da inflação que excluem energia e alimentos estão em desaceleração, e as estimativas de inflação recuaram.

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