Em dezembro de 2021, os usuários com até 49 anos de idade representaram 88% das transações feitas por Pix, sistema de transferências e pagamentos instantâneos, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (19) pelo Banco Inter, com base em números do Banco Central.
“As pessoas mais velhas costumam ser um pouco mais avessas a essas novas ferramentas e um pouco mais preocupadas com segurança. Nos últimos meses vimos um aumento considerável no número de fraudes e elas são mais resguardadas com relação a isso”, explicou Matheus Amaral, analista do Inter.
No último mês do ano passado, somente 4% dos usuários que usaram a modalidade tinham mais de 60 anos e apenas 8% tinham entre 50 e 59 anos. Entre os mais jovens, 5% tinham até 19 anos; 18%: entre 40 e 49 anos; 31%: entre 30 e 39 anos; e 34% (a maior fatia): entre 20 e 29 anos. O número se manteve estável praticamente ao longo de todo o ano.
As regiões com maior destaque foram o Sudeste e o Nordeste com 45% e 24% de usuários, respectivamente.
Ainda de acordo com o documento, as transações por Pix movimentaram R$ 716 bilhões no mês, crescimento de 15% em relação a novembro.
“O final de ano com o varejo mais aquecido, além de mais comércios aceitando a ferramenta foram fatores que impulsionaram este desempenho na comparação anual”, disse Amaral em relatório.
As transferências também tiveram avanço ao atingirem 1,5 bilhões de transações, crescimento de 18% ante novembro.
O Pix, que completou um ano em dezembro, representou 15% do volume financeiro total do sistema de pagamentos, deixando para trás, por exemplo, o boleto, com 9%. Já o TED seguiu como o meio mais relevante ao representar 75% do volume em dezembro.
O ticket médio do Pix, no geral, caiu 2%, para R$ 491 em dezembro, ante novembro “refletindo o aumento das transações entre pessoas (P2P), as quais têm menor ticket médio”, disse o relatório.
As transações entre pessoas físicas (P2P) no Pix representaram 74%, alta de 1 ponto percentual contra novembro, com volume financeiro representando 42%, dado seu menor ticket médio (R$ 288).
Já as transações de pessoas para empresas (P2B) se mantiveram em 17% das operações no sistema de pagamentos instantâneo e em volume financeiro representaram 10%, queda de 1% na variação mensal, devido a redução de 6,5% em seu ticket médio, que figurou em R$ 311.
Os usuários únicos pessoas físicas desaceleraram ao registrarem crescimento de 2,2% em comparação a novembro. Em novembro, a alta foi de 2,3% ante outubro. Já as pessoas jurídicas mantiveram um crescimento de 4% pelo terceiro mês consecutivo em novembro. O número de chaves cresceu 4,6% em dezembro ante novembro, baixa de 0,1 ponto percentual.
“Em nossa visão os registros têm desacelerado em razão da grande adesão desde o lançamento, confirmando sucesso do Pix entre pessoas, mas ainda com espaço para maior crescimento entre varejistas”, explicou o analista em relatório.