Economia

Moro diz que abre mão da pré-candidatura presidencial neste momento

Ex-juiz saiu do Podemos e decidiu se filiar ao União Brasil.

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Pouco após deixar o Podemos e se filiar ao União Brasil, o ex-juiz Sergio Moro afirmou nesta quinta-feira (31) que abre mão “nesse momento” da sua pré-candidatura à Presidência da República.

“A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”, disse ele, em postagem no Instagram.

Segundo Moro, o Brasil precisa de uma “alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização”.

“Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única”, destacou ele.

Essa foi a primeira vez que Moro – que tem aparecido em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto – recuou da sua candidatura a presidente da República.

Decisão posterior

Após se reunir com Moro em São Paulo, o deputado federal do União Brasil Junior Bozzella – um dos principais aliados dele na nova legenda – disse que o ex-juiz chega para participar de um projeto de partido, e que a definição sobre a qual cargo ele vai concorrer se dará depois.

Moro tem aparecido em pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto em terceiro lugar, bem atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL), não tendo decolado desde que ingressou formalmente na vida político-partidária em novembro passado com a filiação ao Podemos.

Pesquisa Datafolha realizada neste mês mostrou Moro com 8% das intenções de voto, contra 43% de Lula e 26% de Bolsonaro no cenário principal.

“Moro vem para um projeto de partido e obviamente o partido vai definir qual é o melhor projeto de país”, disse Bozzella.

Segundo o deputado, não haverá nenhuma dificuldade ou resistência por parte de Moro, que foi ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro.

“Ele é um filiado como outro qualquer e ele foi muito humilde, se colocar como um soldado da União Brasil”, disse. “Aquilo que o partido definir ele irá cumprir”, ressaltou.

Mais cedo, o deputado federal Alexandre Leite, também do União Brasil, havia dito à Reuters que Moro não vai mais concorrer ao Palácio do Planalto, mas sim a deputado federal.

Unificar candidatura

Bozzella afirmou que o presidente do União Brasil, Luciano Bivar, tem feito um grande esforço para se buscar a unidade em torno de uma candidatura presidencial. Bivar tem defendido um acordo com partidos como o PSDB e o MDB em torno de uma única candidatura de forma a fazer frente a Lula e Bolsonaro.

“Esse nome deve ser debatido nos próximos meses, acho que vai ser bom”, disse o parlamentar. “A luta, estamos perseguindo, não é a terceira, quarta, quinta via, é uma única via para vencer a eleição“, destacou.

Um dos principais entusiastas da candidatura presidencial de Moro, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) defendeu nesta quinta que os quatro partidos – PSDB, MDB, União e Podemos – decidam por uma única candidatura desse grupo em junho. “É mais uma tentativa que se faz e não sabemos que haverá sucesso”, disse.

Entretanto, não será uma tarefa fácil para Moro convencer integrantes do próprio União Brasil – em particular aqueles que vieram do DEM – a embarcar numa candidatura presidencial dele mais adiante.

“Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido”, destaca nota publicada por lideranças da legenda, como o ex-prefeito de Salvador e secretário-geral do partido, ACM Neto.

A eventual candidatura de Moro a deputado federal seria uma reviravolta para as pretensões políticas do ex-magistrado, que ficou internacionalmente conhecido pelo trabalho à frente da Lava Jato em Curitiba.

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