Economia
Payroll: EUA criam 315 mil vagas de trabalho em agosto; desemprego sobe a 3,7%
Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura de 300 mil vagas.
Os empregadores americanos contrataram um pouco mais de trabalhadores do que o esperado em agosto, mantendo o Federal Reserve no caminho de um terceiro aumento de 0,75 ponto percentual dos juros este mês, embora a taxa de desemprego tenha aumentado para 3,7%.
O Departamento do Trabalho informou que foram abertas 315 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês passado, de acordo com o relatório de emprego dos Estados Unidos, o payroll, divulgado nesta sexta-feira.
Os dados de julho foram revisados ligeiramente para baixo para mostrar abertura de 526.000 pontos, em vez de 528 mil como relatado anteriormente. Isso marcou o 20º mês consecutivo de crescimento de empregos.
Economistas consultados pela Reuters projetavam abertura de 300.000 vagas. As estimativas variavam de 75 mil a 450 mil. A taxa de desemprego aumentou para 3,7%, depois de atingir a mínima pré-pandemia de 3,5% em julho.
Repercussão
Segundo Andrey Nousi, fundador da Nousi Finance, o payroll mostra um mercado laboral que está esfriando.
“Isso é o que o banco central norte-americano quer, porém, ainda muito tímido, não mudando muito a perspectiva de mudança do Fed. O mercado, nesse momento, continua esperando três aumentos de juros (0.75%) em setembro”, avalia Noise.
Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, afirma que os números vieram ligeiramente acima do esperado, sendo bom para o Fed, que vai na linha dos objetivos do banco central norte-americano.
“O importante é a participação da força de trabalho, que bateu para um nível recorde após a covid-19 de 62,4%, outra indicação positiva, pois sugere um relaxamento do aperto do mercado de trabalho. Mas é inegável que este mercado ainda permanece robusto, mesmo com o aumento marginal da taxa de desemprego”, aponta Lima.
De acordo com Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, o que mais chamou a atenção foi a taxa de desemprego, que veio acima do esperado e o salário médio por hora, que veio abaixo do esperado. “Ou seja, mais desemprego e pessoas ganhando menos”, disse Cohen.
Para o co-fundador da Escola de Investimentos, os dados de hoje não surpreendem, pois os dados de ADP, prévia do payroll, já haviam antecipado um número de criação de vagas bem abaixo do esperado.
Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, destacou que, apesar do mercado de trabalho apertado, há sinais de que a inflação está arrefecendo um pouco, o que ajuda o Federal Reserve.
“Isso trouxe um ânimo para o mercado, que vai virar os olhos para o dia 13, em que temos os dados do CPI, o número de inflação. Esse número sim vai mostrar o que vai acontecer com a taxa de juros. Eu acredito que se o CPI vier em linha ou até um pouco abaixo, o Fed pode ter total tranquilidade para, na reunião de setembro, surpreender o mercado e subir o juros só em 0,50 ponto percentual e não em 0,75 ponto percentual”, avalia Fares.
(*Com informações da Reuters.)
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