Economia
Reajuste da Petrobras terá impacto de 0,18 ponto no IPCA, diz FGV
Maior efeito sobre a inflação será o aumento da gasolina, prevê o economista André Braz.
O novo reajuste dos combustíveis anunciado nesta sexta-feira (17) pela Petrobras deve ter impacto acumulado de 0,18 ponto percentual na inflação de junho e julho, de acordo com o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz.
Segundo ele, o impacto da gasolina, item de maior peso no IPCA, será de 0,14 ponto percentual e do diesel, de 0,04 ponto. O diesel reverbera de forma mais indireta no índice oficial de inflação, através de custos indiretos e frete.
A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou nesta sexta-feira (17) reajustes de 5,18% para a gasolina e de 14,26% para o diesel, valendo a partir de sábado, mesmo sob forte protesto do presidente Jair Bolsonaro e da classe política em meio à pressão inflacionária em ano eleitoral.
Impacto na inflação de junho e julho
Braz explicou que esses reajustes devem aparecer nos índices de junho e julho e podem elevar a previsão para o IPCA acumulado neste ano para 9,2%, taxa bem acima do teto da meta, que é de 3,50% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
“(O aumento da) gasolina na bomba pode chegar a 2% e do diesel, a 5%. O impacto total será de 0,18 ponto percentual na inflação, mas isso vai ser distribuído entre junho e julho”, disse Braz.
“Minha estimativa está em 9,2% para a inflação deste ano com impactos diretos e indiretos desse reajuste”, completou. “Mas tem que ver como será o efeito do ICMS, que pode atenuar (o impacto do aumento dos combustíveis) e talvez trazer o IPCA para menos de 9%.”
Teto do ICMS
A Câmara dos Deputados concluiu na quarta-feira (15) a votação do projeto que fixa um limite de aproximados 17% para a cobrança do ICMS sobre os setores de combustíveis, energia elétrica, gás natural, comunicações e transporte coletivo, que tinha voltado do Senado e seguirá para sanção presidencial.
O texto prevê que até 31 de dezembro deste ano haverá uma compensação paga pelo governo federal aos Estados e aos municípios pela perda de arrecadação do ICMS.
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