Economia
Restauradores tentam recuperar relíquias danificadas na invasão ao Congresso
Muitos dos itens danificados são presentes cerimoniais trazidos por líderes mundiais durante visitas oficiais.
Um restaurador de arte em Brasília raspa suavemente a sujeira de um vaso ornamentado, apenas uma das relíquias danificadas no início deste mês, quando manifestantes bolsonaristas radicais invadiram as sedes dos Três Poderes em Brasília.
Uma boneca, cerâmica de porcelana e uma adaga de prata incrustada com pedras vermelhas ocupam as mesas onde ocorrem trabalhos de restauração na Câmara dos Deputados.
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram o Congresso, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro.
Os manifestantes jogaram móveis pelas janelas quebradas do palácio presidencial, inundaram partes do Congresso usando o sistema de combate a incêndios e saquearam salas cerimoniais no STF.
“Isso é um Parlamento do país, historicamente o nosso Parlamento ele é um ícone da arquitetura moderna e um dos prédios mais queridos de Oscar Niemeyer, e é a representação da nossa democracia”, disse Gilcy Rodrigues, chefe da área de conservação e restauração.
Muitos dos itens danificados são presentes cerimoniais trazidos por líderes mundiais durante visitas oficiais.
Felizmente, os danos foram limitados, disse Marcelo Sá, diretor do Museu da Câmara, embora pelo menos uma peça, um ovo de avestruz do Sudão, estivesse danificada demais para tentar a restauração.
Assim que a equipe de Sá conseguiu entrar nos prédios, eles coletaram tudo o que puderam para juntar algumas das relíquias.
“De certa forma o impacto é incalculável. Esses bens, eles representam, eles trazem com eles a história do Parlamento, no caso alguns bens do salão verde, bens integrados do palácio. É a própria história da arte brasileira, a história do Brasil, então a perda é de certa forma incalculável. Mas, felizmente nós tivemos uma sorte de que os danos foram bem limitados”, disse Sá.
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