Economia
5 fatos para hoje: acordo Ucrânia e Rússia; recorde de dividendo; ataque russo
Rússia e Ucrânia concordaram sobre a necessidade de organizar corredores humanitários e um possível cessar-fogo em torno deles para civis ucranianos fugirem da guerra.
1 – Ucrânia e Rússia concordam sobre corredores humanitários em meio a avanço da guerra
Rússia e Ucrânia concordaram sobre a necessidade de organizar corredores humanitários e um possível cessar-fogo em torno deles para civis ucranianos fugirem da guerra, disseram negociadores dos dois lados após conversas nesta quinta-feira.
Mas, embora o negociador russo Vladimir Medinsky tenha dito que as negociações “progrediram substancialmente”, as forças invasoras da Rússia cercaram e bombardearam novamente cidades ucranianas, com o conflito entrando em sua segunda semana.
Um negociador ucraniano afirmou que as conversas ainda não entregaram os resultados que Kiev esperava, mas que os dois lados chegaram a um entendimento sobre a retirada de civis.
Em Moscou, o presidente russo, Vladimir Putin, rechaçando as condenações ao redor do mundo à invasão, disse que a operação militar estava indo de acordo com o plano.
Soldados e civis ucranianos mantiveram a resistência à força invasora, e a capital Kiev e outras grandes cidades permaneciam sob controle ucraniano na noite de quinta-feira.
Mas a crise humanitária se aprofundou, com a ONU dizendo que um milhão de pessoas fugiram de suas casas até agora.
Aqueles que ficaram estão enfrentando bombardeios e ataques de mísseis em várias cidades, muitas vezes em áreas residenciais. Faixas da região central de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia com 1,5 milhão de pessoas, foram destruídas.
As conversas entre Rússia e Ucrânia, em um local não especificado, marcaram a primeira vez que os dois lados concordaram em qualquer progresso sobre qualquer assunto desde a invasão da Rússia.
O assessor presidencial da Ucrânia Mykhailo Podolyak disse que os dois lados preveem um possível cessar-fogo temporário para permitir a retirada de civis e a criação de corredores humanitários para a saída de civis.
“Quer dizer, não em todo lugar, mas apenas nos lugares em que os próprios corredores humanitários estiveram localizados, será possível cessar-fogo durante a evacuação”, disse.
Eles também chegaram a um entendimento sobre a entrega de remédios e alimentos a locais onde as lutas mais ferozes estão acontecendo.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse mais cedo que Kiev e Moscou poderiam encontrar uma maneira de parar a guerra se o Kremlin tratar a Ucrânia em pé de igualdade e entrar nas conversas com disposição para negociar de boa fé.
“Há coisas nas quais algum meio termo precisa ser encontrado para que as pessoas não morram, mas há coisas em que não há meio termo”, disse Zelenskiy, em uma entrevista pela televisão, dizendo que estava disposto a ter uma conversa aberta com Putin.
2 – Após ataque russo, maior usina nuclear da Europa está em chamas
A Usina Nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, está em chamas após ser atacada por forças russas, após confronto com os ucranianos, segundo informações divulgadas pelo prefeito da cidade ucraniana de Energodar, Dmytro Orlov.
Orlov também informou que há vítimas, mas não disse o número de mortos ou feridos. O prefeito de Emergodar também publicou em uma rede social que “tiros podem ser ouvidos na cidade”.
A Usina Nuclear de Zaporizhzhia é a maior central nuclear da Europa.
Mais cedo, o conselheiro do Ministério do Interior ucraniano, Anton Herashchenko, fez uma publicação online em que disse que os russos estavam intensificando os esforços para tomar o controle da usina nuclear de Zaporizhzhia e que entraram na cidade de Energodar, onde moram os trabalhadores da usina, com tanques.
A Rússia já capturou a extinta usina de Chernobyl, a cerca de 100 quilômetros ao norte da capital da Ucrânia, Kiev.
3 – Governo seguirá política de redução de impostos, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que o governo irá continuar reduzindo impostos, a exemplo do ocorrido com o IPI, e que autorizou o ministro da Economia, Paulo Guedes, a seguir essa política.
“Vamos continuar diminuindo impostos. É uma política da Economia. Logicamente eu dei o aval. E o ministro Paulo Guedes resolveu diminuir o IPI e ele tem chamado essa diminuição de IPI de nova industrialização ou reindustrialização do nosso Brasil”, disse o presidente em sua transmissão ao vivo semanal pelas redes sociais.
O governo publicou na semana passada decreto em que reduziu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25% para todos os produtos com exceção de tabaco, na tentativa de conter a inflação e restimular a indústria.
Segundo Guedes, a medida implicará em renúncia de R$ 20 bilhões ao ano.
4 – Empresas brasileiras pagam dividendo recorde em 2021 e Vale é destaque mundial
Empresas brasileiras distribuíram dividendos em valor recorde em 2021, puxadas pela Vale, oitava maior pagadora do mundo, após surfar na disparada dos preços do minério do ferro, segundo relatório da gestora Janus Henderson Investors.
Empresas do país distribuíram um total de US$ 25,4 bilhões em dividendos em 2021, ante 9,4 bilhões de dólares no ano anterior. O valor foi o terceiro maior entre os emergentes, atrás de China e Rússia. O Brasil representou mais da metade do crescimento nos mercados em desenvolvimento, que somaram US$ 164,4 bilhões em 2021, também recorde.
Do total distribuído no Brasil, quase metade, ou US$ 12,4 bilhões, vieram da Vale. O número foi o segundo maior valor pago por uma empresa de mineração a nível mundial, tendo sendo batida apenas pela BHP, destaca o relatório.
O levantamento é realizado em bases trimestrais e anuais e rastreia os dividendos das 1.200 maiores empresas em termos de valor de mercado no mundo. Os dividendos são registrados em dólares, o que também embute um efeito cambial, e são incluídos com base na data de pagamento.
A presença da Vale no ‘top 10’ de maiores pagadoras segue tendência vista em todo o mundo, já que as mineradoras, junto com os bancos, foram os maiores impulsionadores do crescimento no valor recorde de dividendos globais distribuídos em 2021.
A Vale anunciou a retomada de sua política de dividendos em julho de 2020, após interrupção por cerca de um ano e meio, na sequência do rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho (MG), em 2019, que matou mais de 250 pessoas.
Mas o cenário para 2022 no setor é incerto. “Os preços do minério de ferro são um fator importante e, apesar de terem se recuperado de uma desvalorização, estão num ponto mais baixo do que estiveram durante a maior parte de 2021”, diz o relatório.
O levantamento também destaca a Petrobras como grande impulsionadora do crescimento dos dividendos no país em 2021, com US$ 7,7 bilhões distribuídos.
Entre os bancos, o Banco do Brasil, com US$ 1,19 bilhão distribuídos, e o Bradesco, com US$ 1,15 bilhão, puxaram a fila.
O único setor do país a reportar dividendos mais baixos foi o de bebidas, dado o corte feito pela Ambev, de US$ 1,2 bilhão em 2020 para US$ 223 milhões em 2021.
Sobre os potenciais impactos da guerra na Ucrânia nos dividendos, Ignacio de la Maza, que comanda a área de América Latina na Janus Henderson, disse que isso vai “variar de acordo com o setor e a empresa, sendo alguns mais impactados do que outros por sanções e aumento dos preços dos insumos”.
Recorde global
Os dividendos globais tiveram valor recorde de US$ 1,47 trilhão em 2021, alta nominal de 16,8% ante 2020. Quando ajustados de dividendos extraordinários, variação cambial, efeitos temporais e alterações de índices, a alta foi de 14,7%.
Mais de um quarto do aumento atual veio das empresas de mineração, por causa da forte subida dos preços das commodities. A BHP se tornou a empresa com dividendos mais elevados no mundo, com Rio Tinto na terceira colocação e Fortescue, na 10ª.
A retomada da distribuição de benefícios por empresas que tinham interrompido suas políticas em 2020 devido à pandemia ajudou a impulsionar os números, como no caso de bancos.
A Janus Henderson projeta US$ 1,52 trilhão em dividendos globais em 2022, o que seria um novo recorde, ajudada por expectativa de crescimento nos números das petrolíferas.
5 – Supremo mantém Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (3) manter o valor de R$ 4,9 bilhões para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) em 2022. O fundo é destinado ao financiamento público de campanhas políticas e está previsto no orçamento federal deste ano.
O julgamento começou no dia 23 de fevereiro e foi finalizado na tarde de hoje. Por 9 votos a 2, a maioria seguiu voto proferido pelo ministro Nunes Marques.
Na primeira sessão destinada para julgar o caso, o ministro manteve o valor do fundo ao entender que não houve irregularidades na tramitação da matéria e que o Judiciário não pode interferir em questões orçamentárias do Congresso.
Relator do caso, o ministro André Mendonça votou contra o aumento, por entender que o Congresso não demonstrou a necessidade de retirar dinheiro de outros projetos para aumentar o fundo. Para promover o aumento, foram retirados 20% dos recursos das emendas de bancadas estaduais e distrital, que são de execução impositiva.
O Fundo Eleitoral é repassado aos partidos em anos de eleições. O repasse foi criado pelo Congresso em 2017 após a decisão do Supremo, que, em 2015, proibiu o financiamento das campanhas por empresas privadas. Além do Fundo Eleitoral, os partidos também contam com o Fundo Partidário, que é distribuído anualmente para manutenção das atividades administrativas.
Entenda
Na ação protocolada na Corte, o Novo questionou a emenda legislativa que resultou no aumento do fundo. Em 2020, o valor distribuído aos partidos foi de R$ 2,1 bilhões. Para a legenda, a alteração deveria ser de iniciativa exclusiva do Executivo. Além disso, a legenda sustentou que o aumento teve contornos de “imoralidade”, atendendo a “interesses pessoalistas” dos legisladores.
Para barrar o aumento, a sigla pediu uma liminar para suspender o artigo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que autorizou a expansão do Fundo Eleitoral para até R$ 5,7 bilhões.
Ao sancionar a LDO, o presidente Jair Bolsonaro vetou o acréscimo no cálculo do Fundo Eleitoral, mas o veto foi derrubado pelo Congresso.
Posteriormente, ao aprovar o Orçamento, o Legislativo estabeleceu o valor de R$ 4,9 bilhões, que foi sancionado pelo presidente da República.
* Com informações das agências Reuters, Agência Brasil e RTP
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