Economia
Setor de serviços cresce 1,1% em julho, diz IBGE
Transportes foi responsável pelo aumento do índice. Essa foi a terceira alta consecutiva do setor de serviços.
O volume do setor de serviços do Brasil cresceu 1,1% em julho em relação ao mês anterior puxado, principalmente, pelo setor de transportes. A alta foi de 6,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (13).
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de avanços de 0,5% na comparação mensal e de 5,8% na base anual.
Esse foi o terceiro resultado positivo seguido e a alta acumulada no período foi de 2,4%. Com esse resultado, o setor se encontra 8,9% acima do patamar pré-pandemia e 1,8% abaixo do seu nível mais alto, atingido em novembro de 2014.
“Com esse crescimento de julho, o setor de serviços chega ao ponto mais alto desde novembro de 2014, ou seja, do maior patamar da série. Essa retomada de crescimento é bastante significativa e é ligada aos serviços voltados às empresas, como os de tecnologia da informação e o de transporte de cargas, que têm um crescimento expressivo e alcançam, em julho, os pontos mais altos das suas respectivas séries. Então o que traz o setor de serviços a esse patamar é o dinamismo desses dois segmentos”, destaca o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Atividades em destaque
O resultado positivo foi disseminado por três das cinco atividades investigadas pela pesquisa, com destaque para os transportes (2,3%) e informação e comunicação (1,1%).
O setor de transportes acumulou ganho de 3,9% nos três últimos meses e, em julho, foi influenciado principalmente pelos bons resultados de atividades como gestão de portos e terminais e concessionárias de rodovias. O transporte de cargas, que acumula alta de 19,7% desde outubro do ano passado, avançou 1,2% em julho.
Destaques negativos
O segmento de outros serviços recuou 4,2%, após ter avançado nos dois meses anteriores. Rodrigo Lobo explica que esse resultado pode estar relacionado a mudanças no consumo das famílias.
“Naquela fase mais aguda da pandemia, a partir do segundo semestre de 2020 até meados do ano passado, os serviços financeiros auxiliares cresceram de maneira significativa. Nesse momento, havia um aumento da poupança das famílias de renda média e renda média alta, tendo em vista que elas diminuíam o consumo em decorrência das restrições existentes durante a pandemia. Com a flexibilização das restrições, essas famílias passaram a utilizar uma parcela maior de sua renda no consumo de bens e serviços e uma muito menor na poupança. Nesse sentido, a destinação desse recurso para o mercado financeiro já sofre redução na comparação com aqueles períodos de 2020 e 2021, quando houve um crescimento importante”, observa.
Os serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,1%) também recuaram após crescimento em maio e junho. Essa queda está relacionada a uma redução da receita nas empresas que prestam serviços a outras empresas.
*Com Reuters.
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