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‘A fênix volta para o ninho’: UBS recomenda venda de PETR4 e corta preço em 53%

Ação recuava após banco fazer duplo rebaixamento dos papéis de olho em aumento de despesas, futuros investimentos e preços dos combustíveis.

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Em relatório ao mercado, os analistas do UBS Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcelos recomendam a venda das ações preferenciais da Petrobras (PETR4). O documento, entitulado de “A fênix de volta para o seu ninho”, diminui o preço-alvo, que antes era de R$ 47, para R$ 22 – um rebaixamento de 53%. O motivo? Uma estatal sob nova direção.

As ações ordinárias da petroleira (PETR3) operavam em forte queda de 4,2% até às 11h50 (horário de Brasília). Enquanto isso, os papéis preferenciais (PETR4) caíam 3,4%.

A equipe de analistas aponta que, desde 2016, iniciou a cobertura dos papéis mantendo uma visão favorável durante a maior parte deste período baseados em uma tese de três etapas:

1- uma mudança de dívida para patrimônio e desinvestimentos (com dívida bruta caindo de US$ 120 bilhões para US$ 54 bilhões);

2- pagamentos significativos de dividendos (US$ 47 bilhões desde o início de 2021);

3 – reclassificação potencialmente positiva.

No entanto, agora é esperado que essas fases estão em caminho de reversão, com os próximos anos parecendo mais sombrios do que as alturas que a Petrobras atingiu.

Global Research UBS

Agora, outros três pontos estão levando ao rebaixamento dos papéis pelo UBS: preço dos combustíveis, investimentos e despesas gerais. Apesar de nada estar claro – até agora – os analistas ponderam que os primeiros comentários da equipe de transição do governo Lula fornecem algumas informações e, “olhando para o passado da Petrobras, nos tornamos substancialmente mais cautelosos”.

Por não haver uma definição sobre os preços dos combustíveis e sobre a nova política de preços da companhia, é esperado que as margens fiquem “comprimidas”. Maiores investimentos e uma busca por diversificar em transição energética exigiriam que a Petrobras se tornasse “maior”, e as despesas gerais (que haviam sido negligenciadas pelo mercado nos últimos anos) também foram ressaltadas como pontos de atenção.

Além disso, isso acarretaria em menores dividendos para os acionistas, o que pode levar a Petrobras a pagar um payout de 25% (o mínimo estabelecido por lei).

Segundo o UBS, o novo preço-alvo é formado pelo impacto negativo da compressão da margem de refino (-R$ 10); aumento de custos (-R$ 6); visão negativa com exploração e produção, além de uma economia mais fraca (-R$ 6).

Veja abaixo a justificativa na íntegra para a mudança de tese da equipe de research do UBS:

Mudanças na política de preços da Petrobras levarão à queda de margem?

Sim. Embora a política da nova administração ainda não tenha sido definida, o que sabemos até agora é que o novo acionista controlador manifestou a intenção de reduzir os preços ao consumidor, o que reduziria as margens da Petrobras. Não prevemos que a Petrobras incorra em perdas em quaisquer volumes de refino (pois isso pode exigir mudanças na legislação e no estatuto da empresa). Assim, esperamos que a Petrobras precifique seu combustível com margem zero para o petróleo bruto importado (EBIT negativo, Ebitda marginal), deixando a maior parte dos lucros da empresa no segmento de E&P.

O Capex pode transformar a Petrobras?

Possivelmente. No entanto, dado o histórico da empresa, achamos improvável que o mercado considere o investimento em ativos não essenciais. Além disso, nenhum projeto formal foi anunciado ainda, além da intenção de aumentar a capacidade de refino da Petrobras (não necessariamente por meio de uma nova refinaria, mas potencialmente), diversificação potencial (como fertilizantes) e esforços de transição energética (eólica offshore, renováveis, etc. .).

No entanto, a Petrobras não foi capaz de desenvolver expertise em negócios integrados de E&P não essenciais, e é provável que vejamos uma abordagem cautelosa para investimentos mais altos, com a história sugerindo que novos projetos podem consumir caixa sem resultados operacionais.

Estamos rebaixando nosso rating para venda, pois acreditamos que a estratégia da empresa, principalmente em preços e alocação de capital, vai se deteriorar, o que esperamos que se espalhe em suas finanças. Esperamos um capex mais alto e preços de combustível mais baixos, pressionando os resultados e retornos potenciais para os acionistas.

Embora PETR4/PBRa tenha caído 18%/19% desde os resultados das eleições, não acreditamos que o mercado ainda tenha ajustado as expectativas financeiras no que vemos como um cenário mais pessimista para a empresa, já que o consenso de EBITDA de 2023 para a PBR tem sido praticamente estável desde então.

Sobre as margens de refino, assumindo todas as nossas outras premissas iguais, estimamos que o mercado esteja precificando uma margem de refino de US$ 3-5/bbl no petróleo importado e US$ 7-10/bbl no petróleo doméstico.

Gasolina em posto da Petrobras, em Brasília 22/08/2022 REUTERS/Adriano Machado

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