Finanças

Ação da MMX salta mais de 1.000% no mês com possível retorno de Eike; entenda

Investidores passaram a especular sobre uma possível virada de jogo da mineradora, símbolo da ruína das empresas do Império X.

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Símbolo da ruína do “império X”, do empresário Eike Batista, a mineradora MMX (MMXM3) “ressurgiu das cinzas” nas últimas semanas com uma supervalorização de suas ações na B3. A disparada de mais de 1.000% no acumulado de outubro até esta quarta-feira (14) chamou a atenção de investidores, que passaram a especular sobre uma possível virada de jogo da companhia, que pediu recuperação judicial em 2016.


Os papéis da MMX chegaram a subir mais de 3.000% no mês, fazendo a ação entrar em sucessivos leilões. O motivo foi atribuído a um comunicado divulgado pela companhia ao mercado no dia 30 de setembro. Nele, a mineradora informou que protocolou uma petição em seu pedido de recuperação para retomar o ativo Mina Emma, em Corumbá (MS). Ela havia sido oferecida a credores no plano da empresa. Segundo o comunicado, a exploração desta mina “pode ser de grande relevância econômica”. 

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Outra empresa criada no grupo de Eike, a OSX (OSXB3), braço de construção naval, também disparou nas últimas semanas. Desde o começo de outubro, o papel acumula alta superior a 300% até a tarde desta quarta-feira (14). Ambas companhias que pertenceram ao ex-bilionário foram questionadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) pela movimentação atípica dos papéis na bolsa. 


No caso da mineradora, o volume médio negociado passou de cerca de R$ 10 mil diários para mais de R$ 11 milhões no dia 7 de outubro, dia em que a ação voou 225%. A empresa informou à CVM que acreditar que o comunicado sobre o pedido de retomada da mina motivou a escalada nos preços.


Também teria influenciado uma reportagem publicada pela “Exame” apontando que Eike estaria preparando seu retorno à MMX e OSX, após ter sido afastado do comando por denúncias envolvendo manipulação de mercado. Ele aguarda que sua delação seja homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após ter sido ligado a uma investigação de corrupção do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, em um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro que envolveu a mineradora do grupo X.


Especulação ou oportunidade?


Após a disparada das companhias na B3, ambas em recuperação judicial e com uma dívida que soma R$ 70 bilhões junto aos credores, analistas chegaram a alertar para um movimento especulativo envolvendo os papéis. A expectativa do mercado é de que as notícias abram caminho para que a mineradora saia da recuperação judicial e volte a gerar receitas, de modo a atrair investimentos.


“Não há como avaliar nesse caso qual é o real valor dos ativos que compõem a empresa e que são objeto desta especulação”, afirmou ao InvestNews o analista de investimentos da Easynvest, José Falcão. Ele acrescenta que, diante do histórico envolvendo a governança do grupo de Eike Batista, não recomenda a entrada na MMX, por enquanto.

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