Finanças
Antes dominado por FIIs de tijolo, IFIX mudou depois da pandemia
Cafeína mostra como o IFIX – índice de fundos imobiliários – é composto hoje e sua evolução após a crise causada pela pandemia.
Antes da pandemia por covid-19 chegar no Brasil, a carteira do IFIX (índice de fundos imobiliários) era bem diferente da atual. Isso porque na época, os FIIs de tijolo tinham a maior concentração do índice.
A modalidade era a preferida dos investidores até então uma vez que entregava bons dividends yields anuais além de crescimento no valor das cotas.
Mas foi na crise que os FIIs de papel desempenharam melhor que os de tijolo, em um cenário de inflação crescente e juros indo na mesma direção. Os maiores rendimentos foram registrados neste período quando comparado as demais modalidades de fundos imobiliários.
Hoje, os fundos de papel têm o maior peso no IFIX – antes dominado pelos fundos de tijolo. E isso aponta para como o índice está correlacionado com os diferentes ciclos imobiliários. Atualmente, entre os dez fundos imobiliários de maior peso no IFIX, sete são de papel.
Rentabilidade após entrada no IFIX
Dos 25 fundos imobiliários que passaram a fazer parte do IFIX neste ano, 16 superaram o índice de fundos em igual período. Analisando os cinco fundos mais rentáveis, RZAK11, AFHI11, ARCT11, VGHF11 e CARE11 viram suas cotas terem um retorno entre 27,5% a 20% no período, segundo dados da TC/Economatica.
No entanto, os fundos que mais tiveram desvalorização nas cotas pagaram yields bem generosos, de até 14,98% (o que é acima da atual Selic). No entanto, quando avaliado estes mesmos fundos um ano antes de entrarem no IFIX, o retorno da maioria das cotas foi menor nesse período. O que significa que entrar para o índice acabou sendo mais lucrativo. Dos 25 FIIs que entraram no índice neste ano, 20 tiveram um desempenho superior quando comparado com os retornos vistos antes de entrarem no índice.
Mas apesar de o fato de um fundo imobiliário passar a compor o IFIX não ser sinônimo de maior rentabilidade, aqueles que fazem parte do índice são os mais negociados, mais líquidos, o que de certa forma alavanca seus ganhos em bolsa. O analista da Nu Invest, José Falcão, recomenda apenas fundos imobiliários que estejam no IFIX. Segundo ele, são fundos mais robustos, com maior giro diário, o que de certa forma traz maior segurança pro investidor.
Falcão aponta que os fundos que apresentaram retornos expressivos foram puxados pelas fortes distribuições de rendimentos acima de 15% nos últimos 12 meses. E isso naturalmente contribui para o resultado total (rendimento mais valorização da cota) além de atrair investidores em busca de um yield maior.
Veja também:
- Os fundos imobiliários que pagaram os maiores dividendos em 12 meses
- Confira os fundos imobiliários mais “baratos”da bolsa
- Qual o melhor investimento em renda fixa para a reta final de 2022? Especialistas respondem
- Como escolher o melhor CDB e fugir das armadilhas
- Investir em LCI e LCA são as melhores opções até o fim de 2022? Especialistas opinam