Finanças
Assaí desbanca Vale e lidera ranking das ações mais recomendadas para setembro
Lojas Renner perdeu posição, enquanto Ambev e Vibra ganharam participação.
As ações do atacadista Assaí (ASAI3) lideram a lista das mais recomendadas para setembro, de acordo com levantamento feito pelo InvestNews com 14 carteiras elaboradas por bancos e corretoras. Com isso, a empresa desbancou a mineradora Vale(VALE3), que desde o início do levantamento, em fevereiro, ocupava a primeira posição do pódio.
O grupo varejista recebeu um total de 7 indicações em setembro, contra 4 em agosto, quando ficou em quarto lugar no ranking. Além de Guide, Nova Futura, Nova Modal e Genial, que decidiram manter o papel em suas carteiras recomendadas, a ação da empresa passa a integrar a lista de indicações de Mirae, Ativa Investimentos e Banco do Brasil. Em contrapartida, o ativo não faz mais parte da carteira da Ágora.
A Vale(VALE3), por sua vez, deixou de ser recomendada pelo BB Investimentos, que citou a volatilidade de preços do minério de ferro, e pela Nova Futura. Com as mudanças, a empresa tem agora 6 indicações, contra 8 no mês passado.
A mesma posição foi alcançada pelo banco Itaú (ITUB3 ITUB4), que na análise de agosto estava fora do pódio das mais recomendadas, com a apenas 3 indicações.
A Lojas Renner (LREN3), que também teve 8 recomendações em agosto junto com a Vale, perdeu posição no ranking e desta vez foi citada por 5 casas de análises. BTG, BB Investimentos, Ativa e Genial retiraram a companhia de suas carteiras, enquanto Guide, Agora, Inter, Nova Futura e Terra investimentos mantiveram a recomendação.
Já a Petrobras (PETR4) manteve as 5 indicações do mês de agosto. Se de um lado o BTG retirou a empresa da lista de recomendações, o Inter adicionou o papel da estatal ao citar o “bom momento ainda para as petroleiras no mercado global”. BB, Ágora, Guide e Ativa Investimentos mantiveram a indicação em suas carteiras.
Também com 5 recomendações estão a fabricante de bebidas Ambev (ABEV3) e a distribuidora de combustível Vibra (VBBR3) (ex-BR Distribuidora).
A Ambev, que em agosto foi citada em 3 carteiras – Toro, Ágora e Nova Futura -, ganhou participação na lista de indicações do BTG e da Mirae.
A Vibra também passou a fazer parte das recomendações de BB, Terra Investimentos e da Ativa Investimentos.
O ranking do InvestNews considera a somatória das ações mais recomendadas pelos especialistas e acompanha mensalmente as recomendações dos seguintes bancos e corretoras:
- Ágora
- Ativa
- BB Investimentos
- BTG Pactual
- Genial
- Guide
- Inter Research
- Mirae Corretora
- ModalMais
- Nova Futura
- NuInvest *
- Órama
- Toro
- Terra
*A partir de junho, o levantamento passou a considerar a carteira de dividendos da NuInvest, no lugar da Top 10, uma vez que ela passou a ser referência de indicações da corretora.
Assaí
Em relatório, a Ativa Investimentos pontuou que incluiu as ações do Assaí nas recomendações de setembro por gostar da estratégia de expansão geográfica da companhia.
A casa citou a conversão e integração das 70 lojas adquiridas do Extra como “ponto-chave”, porque os novos estabelecimentos são bem localizados e têm pouca sobreposição com as atuais lojas do Assaí, além de já entrarem em um estágio mais avançado da curva de maturação.
“A companhia começou a entrega das lojas convertidas do Extra no fim de julho e mantém seu guidance (projeção) de realizar a abertura de 40 dessas lojas ao longo do segundo semestre de 2022 e das outras 30 em 2023, além das aberturas orgânicas, que somadas às conversões, consolidam a abertura de 96 lojas em dois anos, expandindo em 45% a base de lojas da companhia”, escreveu a casa.
O Inter, por sua vez, destacou a recomendação é decorrente de mais um bom resultado no segundo trimestre, impulsionado pelo crescimento orgânico, inflação alimentar e retomada do setor de serviços.
Além disso, o banco de investimentos pontuou que a atual conjuntura incentiva o
consumidor pessoa física a buscar mais economia nas compras com grandes volumes, o que também impacta positivamente a companhia.
Vale
A Vale, que desde o início do levantamento do Investnews ocupava a primeira posição do pódio, foi desbancada após algumas casas cortarem a companhia da lista de recomendações. Ao retirar a mineradora da carteira recomendada para setembro, a equipe do BB Investimentos afirmou que a decisão ocorre em função da volatilidade de preços do minério de ferro.
Em contrapartida, a Ágora mencionou que manteve a mineradora na lista de indicadores de forma “tática” reconhecendo os crescentes desafios das operações da companhia.
“Conforme já mencionamos em outras oportunidades, esperamos que as tendências de demanda na China melhorem no segundo semestre de 2022, apoiando os preços de commodities, o que aliado à redução dos custos do frete marítimo podem aumentar os resultados da companhia nessa reta final do ano “, avaliou a casa.
Entretanto, a Ágora sinalizou esperar que a Vale precifique uma correção nos preços do minério de ferro para algo ao redor de US$ 70 a tonelada já a partir do segundo semestre, o que enxerga “como excessivamente pessimista” – levando em conta o preço atual próximo aos US$ 100.
Itaú
Ao informar a saída da ação do Banco do Brasil e a recolocação do Itaú na carteira de setembro, o BTG Pactual mencionou que o crescimento da carteira de crédito; das linhas de crédito mais arriscadas; da margem líquida de juros mais altas; do NPL (empréstimos não pagos) estável e o controle de custos sinalizam um forte crescimento de 9% nos resultados do segundo trimestre de 2022 e também em 2023.
A Ágora, por sua vez, mencionou que o Bradesco BBI elevou as estimativas de lucro para o Itaú principalmente devido ao seu sólido desempenho no segundo trimestre, com forte resultado com intermediação financeira, receitas de tarifas e resultados de seguros.
“Embora permaneçamos cautelosos com a deterioração da qualidade dos ativos nos próximos trimestres, à medida que o banco continua a se expandir em linhas mais arriscadas, reconhecemos que o forte resultado com intermediação financeira deve continuar a sustentar fortes lucros em 2022”, disse.
Lojas Renner
A Ativa Investimentos afirmou que, por ver uma pressão na Realize (braço financeiro da Lojas Renner), com um aumento das provisões acompanhando a elevação da inadimplência, decidiu encerrar a posição na empresa a fim de reduzir a exposição ao varejo de moda (até por já ter o Grupo Soma, com a ação SOMA3, entre suas indicações) e dar espaço para papéis como Raia Drogasil (RADL3) e Assai.
Já o banco Inter, que manteve o papel na lista de indicações, esclareceu que a recomendação tem como motivação o já esperado resultado robusto em vendas no segundo trimestre de 2022, confirmando a estratégia de precificação e sortimento.
“Ademais, o inverno mais rigoroso esse ano fez com que as pessoas demandassem mais roupas da estação. Acreditamos que esse trigger (gatilho) será impulsionador, fazendo com que o mercado volte a olhar para o benchmark de moda no Brasil”, escreveu o banco.
Para o Inter, a companhia segue com posição relevante de caixa e, por isso, acaba de concluir um programa de recompra de ações, além de antecipar o pagamento de dividendos para os acionistas e anunciar os planos de quitar cerca de R$ 1,1 bilhão em dívidas.
Petrobras
Ao incluir a ação da estatal na carteira recomendada para setembro, o Inter pontuou que as expectativas para a performance operacional de Petrobras se mantêm, considerando que atualmente a empresa passa por uma de suas melhores fases operacionais.
“A recomendação das ações da companhia se baseia tanto em uma relação atrativa de retorno, visto que determinamos um preço-alvo em R$ 46 por ação, bem como um alto DY (rendimentos de dividendo) de 35% para este ano e de 20% para 2023″, disse o Inter.
O Inter também mencionou os três pilares centrais para a continuidade dos bons resultados que a empresa tem entregado: crescimento da produção nos campos do pré-sal; baixo custo de extração do petróleo e manutenção da atual política de preços.
Contudo, a casa alertou que o resultado da companhia é bastante sensível a política de preços. “O preço de paridade internacional (que segue a cotação internacional do barril do petróleo) é a melhor alternativa de curto prazo, em nossa opinião, uma vez que contribui para a manutenção dos bons números da empresa, bem como deverá garantir a oferta de derivados no mercado interno.”
Ambev
Ao citar a inclusão do papel da fabricante de bebidas em sua carteira recomendada no lugar da Petrobras, o BTG afirmou que com a atividade econômica surpreendendo positivamente e o desemprego em seu nível mais baixo desde 2015, os volumes de cerveja estão mais fortes. Além disso, na visão da casa, os programas de renda do governo e a Copa do Mundo FIFA devem ajudar sustentar esse momento.
Ao mencionar que no segundo trimestre de 2022 a Ambev apresentou um volume recorde de vendas de cerveja, a Toro reiterou que as pressões de margem com o custo de commodities atrapalharam e o preço do papel pode ser valorizado, tendo em vista as melhorias operacionais com questões digitais, e ainda com o “efeito Copa”, que pode acelerar a venda de bebidas nesse final de ano, de acordo com a casa.
Vibra
Ao citar a inclusão da ação da Vibra em sua carteira recomendada, a Terra Investimentos afirmou que a empresa mostrou recuperação de margem e deve seguir em recuperação ao longo de 2022 e projetando 2023 melhoras operacionais e nova gestão.
“A empresa possui a maior capilaridade do mercado de distribuição de combustíveis e lubrificantes do Brasil. Opera por meio da maior estrutura logística na categoria do país, estrategicamente distribuída ao longo das cinco regiões brasileiras”, explicou a Terra.
A casa de investimentos também pontuou que a administração da empresa está focada principalmente em três pilares: espaço para aprimoramento operacional, redução de custos e recuperação de participação de mercado.
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