Finanças
Bolsa fecha em leve alta de 0,01% com incerteza sobre pacote fiscal americano
Índice superou a marca psicológica dos 100 mil pontos, mas ainda está distante de patamares maiores
Dia esquisito para o Ibovespa que foi pressionado pela volatilidade nas bolsas americanas. Apesar de ter superado a marca psicológica dos 100 mil pontos, o índice ainda está muito distante dos 101 mil. O Ibovespa fechou em alta de 0,01% aos 100.552 pontos nesta quarta-feira (21).
Houve certa expectativa com a aprovação do pacote fiscal nos EUA com a declaração de Mark Meadows, chefe do gabinete de Trump, à Fox Business onde apontou que o objetivo era conseguir algum acordo nas próximas 48h. O mercado se animou, mas começou a desconfiar da possibilidade disso ocorrer.
Logo a incerteza tomou conta do mercado quando o líder republicado do Senado, Mitch McConnell pediu para Casa Branca não firmar o acordo e alfinetou Nancy Pelosi afirmando que ela age de má-fé. McConnell reforçou que seria difícil o pacote sair antes das eleições em novembro.
As bolsas americanas fecharam em queda, Dow Jones caiu 0,35%, Nasdaq recuou 0,28% e o índice S&P 500 fechou em baixa de 0,24%.
O dólar se valorizou frente ao real mas não com muita força. O dólar comercial fechou em alta de 0,05%, cotado a R$ 5,614. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,627.
No cenário interno o índice foi puxado pela alta do setor bancário com projeções de bons resultados no terceiro trimestre.
Foi um dia ruim para a Petrobras, a companhia foi impactada pela queda nos preços do petróleo internacional além das expectativas sobre produção no terceiro trimestre.
O barril Brent para dezembro caiu 3,38%, cotado a US$ 41,70 o barril. Enquanto o petróleo WIT teve queda de 4,08%, cotado a US$ 40 o barril.
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) recuaram 0,09%, enquanto as ordinárias (PETR3) caíram 0,05%.
No cenário político houve ruídos em relação a vacina com a briga entre Doria e Bolsonaro. O presidente do Brasil se mostrou rígido em não aceitar vacinas sem ter certeza da eficiência. Assim como há incertezas com pacote de estímulos americano, o Brasil agora lida também com a incerteza sobre ter uma vacina ou ter seu uso aprovado nacionalmente.
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Destaques da Bolsa
O destaque positivo do dia foi da Qualicorp (QUAL3) que fechou em alta de 5,75%. Os papéis da companhia dispararam após a rede de hospitais D’Or anunciar um planejamento de ampliação na sua participação da empresa.
Subiu também a Braskem (BRKM5) com valorização de 4,73%, seguida da Eztec (EZTC3) com alta de 3,81%.
Entre as maiores altas também estava a Multiplan (MULT3) que avançou 3,73%. Os shoppings valorizaram após o banco Credit Suisse destacar em relatório que o setor está se recuperando rapidamente e que as soluções de ominchannel devem ajudar na retomada.
A maior queda do dia foi da Weg (WEGE3) que recuou 6,16%. As ações da Weg desvalorizaram apesar do ótimo resultado do seu balanço no terceiro trimestre que surpreendeu os investidores. A companhia teve lucro líquido de R$ 644,24 milhões, 54% maior do que no mesmo período em 2019, quando teve um lucro de R$ 418,243 milhões.
A queda aconteceu por um movimento de realização de ganhos, após muitos investidores comprar o ativo antecipando o resultado do balanço.
Caiu também a IRB (IRBR3) que fechou em baixa de 3,80%. Seguida de Lojas Americanas (LAME4) e CVC (CVCB3), os papéis das companhias recuaram 2,99% e 2,90%, respectivamente.
Bolsas americanas
As bolsas de Nova York fecharam com perdas moderadas, após um pregão volátil em que investidores monitoraram as negociações por uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos. Governo e oposição demonstraram otimismo de que uma legislação possa ser aprovada, embora ainda haja resistência dentro da própria bancada republicana.
O índice Dow Jones cedeu 0,35%, a 28.210,82 pontos, o S&P 500 caiu 0,22%, a 3.435,56 pontos, e o Nasdaq recuou 0,28%, a 11.484,69 pontos.
A presidente da Câmara dos Representantes americana, Nancy Pelosi, teve mais uma reunião nesta quarta-feira com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. Antes do encontro, a deputada havia afirmado que estava otimista de que um acordo pode sair.
Em entrevista à Fox News, o chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, revelou que o governo tem trabalhado com uma proposta no valor de US$ 1,9 trilhão, um pouco acima do US$ 1,8 trilhão mencionado anteriormente. “Em algum momento, Pelosi terá que dar sim como resposta”, declarou.
Na avaliação do economista Alec Phillips, do Goldman Sachs, o projeto de alívio vai depender do resultado da eleição de 3 de novembro. Para ele, se o partido do ex-vice-presidente Joe Biden obtiver o comando do Legislativo, é improvável que uma legislação de assistência econômica seja aprovada antes da posse do novo Congresso, marcada para janeiro. “Senadores republicanos provavelmente seriam contra um pacote maior e congressistas democratas teriam poucos incentivos para aprovar um projeto reduzido quando poderiam aprovar um muito maior no início de 2021”, destaca.
À tarde, investidores reagiram timidamente à divulgação do Livro Bege, sumário das condições econômicas elaborado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que ressaltou que a atividade econômica continuou melhorando recentemente.
Entre papéis específicos, a ação da Netflix despencou 6,92%, um dia após a gigante do streaming informar lucro liquido no terceiro trimestre menor que o esperado por analistas.
A empresa também revelou que o número de novos assinantes do serviço desacelerou para uma alta líquida de 2,2 milhões de julho a setembro, de 6,8 milhões em igual período do ano passado.
*Com Estadão Conteúdo