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Bolsa fecha 1º pregão de 2021 em queda de 0,14%, após renovar recorde

Novos casos de covid-19 pelo mundo e escolha de lideranças no Senado americano puxaram queda do índice.

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O primeiro pregão da bolsa brasileira em 2021 foi marcado pela volatilidade. O Ibovespa, principal índice da B3, começou o dia renovando máximas históricas após saltar mais de 1% e bater nos 120.353,81 pontos no seu melhor momento.

Contudo, não conseguiu segurar os ganhos e virou para a queda acompanhando o mercado externo, especialmente com o viés de baixa em Wall Street. O Ibovespa encerrou assim em queda discreta de 0,14%, aos 118.854,7 pontos nesta segunda-feira (4) – primeiro pregão do ano.

Em Nova York, as bolsas americanas até abriram o dia renovando recordes, mas o humor nos mercados azedou com o aumento de casos de coronavírus após as aglomerações de fim de ano. Os investidores também ficaram com receio sobre a escolha da nova liderança do Senado americano.

Os índices americanos fecharam em queda. Dow Jones caiu 1,33%, o S&P 500 recuou 1,53% e Nasdaq perdeu 1,62%.

Na Europa, as bolsas fecharam o primeiro pregão de 2021 em alta apesar do novo lockdown no Reino Unido- que começa amanhã e vai até meados de fevereiro. Os índices foram puxados pelos indicadores de atividade econômica e os investidores monitorando a campanha de vacinação contra a covid-19.

No cenário doméstico, as commodities sustentaram os ganhos do Ibovespa. As siderúrgicas como CSN, Gerdau e Usiminas valorizaram com força acompanhando a alta do minério de ferro de 3% em Qingdão. A Vale (VALE3) avançou 4,46%.

A Petrobras (PETR4) e PetroRio (PRIO3) saltaram 2,01% e 6,57% respectivamente, em meio a impasse da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre cortes na produção global de petróleo nos próximos meses.

O impacto da covid-19 na economia global, com o avanço de casos e na vacinação, também foi observado. Além disso, as tensões no Oriente Médio, em especial com os rumos do Irã, tiveram impacto nos preços do barril.

Os petróleo WTI para fevereiro caiu 1,85%, a US$ 47,62 o barril. Já o Brent para março também recuou, 1,37%, a US$ 51,09 o barril.

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O dólar iniciou 2021 em forte alta contra o real, ao fim de uma sessão em que a moeda oscilou entre ganhos e perdas de mais de 1%, captando a volatilidade dos mercados externos em meio a temores sobre a pandemia e seus efeitos sobre a recuperação econômica.

O dólar comercial fechou em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,2681. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,2816.

A valorização percentual desta segunda foi a maior desde 14 de dezembro passado, quando a divisa saltou 1,57%.

Na semana passada, o Ibovespa fechou o último dia do ano com uma queda discreta de 0,33%, a 119.017,24 pontos.

Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi da CSN (CSNA3) que valorizou 7,28%, repercutindo a alta de 3% no preço do minério de ferro em Qingdão (China). Seguida da PetroRio (PRIO3) que avançou 6,57%, em meio a impasse da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) sobre cortes na produção global de petróleo nos próximos meses.

Subiu também a Gerdau (GGBR4) que teve alta de 6,50% com o rali das siderúrgicas.

No lado oposto do Ibovespa recuaram: Embraer (EMBR3) com baixa de 5,42%. As aéreas recuaram nesta segunda-feira com avanço da covid-19 pelo mundo, as companhias foram as que mais sofreram com os impactos da pandemia em 2020.

Caíram também as ações do setor de shoppings, a JHSF (JHSF3) e Iguatemi (IGTA3) fecharam em baixa de 4,74% e 4,55%, respectivamente. As companhias foram puxadas para a queda após dados fracos de vendas do setor no Natal e medidas restritivas em São Paulo. 

Bolsas americanas

As ações em Wall Street fecharam em forte queda nesta segunda-feira, afastando-se de picos históricos no primeiro dia de negociação do ano, com o apetite por risco diminuindo em meio à expectativa pelo segundo turno nas eleições na Geórgia e ao aumento persistente de casos de coronavírus.

O Dow Jones, que atingiu uma pontuação máxima recorde no início da sessão, mesmo movimento do S&P 500, também foi puxado para baixo por uma queda de 5,3% nas ações da Boeing Co, depois que Bernstein cortou sua recomendação para “abaixo da média do mercado”, citando preocupações sobre o fluxo de caixa.

Todos os três principais índices atingiram mínimas em duas semanas.

Enquanto isso, o destino da agenda do presidente eleito dos EUA, Joe Biden –que inclui reforma do código tributário e impulso a estímulos e gastos com infraestrutura– depende firmemente das disputas de terça-feira para o Senado no Estado da Geórgia, que determinará o controle da Casa.

O índice de volatilidade VIX, termômetro do medo de Wall Street, saltou 18,2% e fechou no maior patamar desde 5 de novembro.

“As ações estão caindo depois de um ano impressionante de ganhos”, disse Brian Reynolds, estrategista-chefe de mercado da Reynolds Strategy.

“Estamos começando (o ano) com um vírus fora de controle. Provavelmente terminaremos 2021 com um vírus que poderia estar sob controle nessa época. Como chegaremos do início ao fim será repleto de retrocessos frequentes, porque as pessoas estarão olhando para as notícias de curto prazo”, acrescentou.

O total de mortes nos EUA por Covid-19 superou 350 mil.

O Dow Jones caiu 1,33%, para 30.223,89 pontos. O S&P 500 recuou 1,53%, para 3.700,65 pontos. E o Nasdaq Composite perdeu 1,62%, para 12.698,45 pontos.

O S&P 500 e o Dow sofreram suas maiores quedas percentuais diárias desde o final de outubro, enquanto o Nasdaq teve sua maior perda desde 9 de dezembro.

Boletim Focus

O mercado reduziu as expectativas tanto para a taxa básica de juros quanto para o desempenho da economia em 2021, de acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira.

Neste ano, a projeção é de que a taxa básica Selic encerre a 3%, contra 3,13% na mediana das projeções da semana anterior, indo a 4,50% no fim de 2022.

A taxa fechou 2020 na mínima histórica de 2% e o Focus aponta manutenção desse valor na primeira reunião deste ano, em 19 e 20 de janeiro.

Para o Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, a Selic também deve fechar este ano a 3% e ir a 4% no ano que vem, sem alterações;

O levantamento semanal apontou ainda que os economistas consultados passaram a ver contração de 4,36% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, de queda de 4,4% antes. Para 2021, o crescimento do PIB passou a ser estimado em 3,4%, 0,09 ponto percentual a menos do que na semana anterior. Para 2022 a expectativa é de crescimento de 2,5%.

Para a inflação, a pesquisa mostra estimativa de 4,38% em 2020, de 4,39% antes. Para este ano a conta é de uma alta do IPCA de 3,32% de 3,34% antes, com avanço de 3,50% em 2022.

O centro da meta oficial de 2020 é de 4%, para 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam o primeiro pregão de 2021 em alta, com o foco dos investidores em indicadores de atividade econômica e na campanha de vacinação contra a covid-19. Novas restrições em países do continente para conter o avanço do coronavírus, porém, levaram a uma redução nos ganhos dos índices acionários.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou com ganho de 0,67%, em 401,69 pontos.

No Reino Unido, começou a ser aplicada a vacina contra a covid-19 produzida pela AstraZeneca, em parceria com a Universidade Oxford. Por outro lado, o governo do premiê Boris Johnson caminhava para impor restrições mais duras à circulação, diante de novo avanço recente dos casos da doença e com uma cepa mais contagiosa do vírus circulando pelo país. O risco de lockdown mais restrito retirou impulso do mercado local.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 1,72%, em 6.571,88 pontos.

O JPMorgan já alertava, em relatório mais cedo, que a cepa mais contagiosa era um fator importante no Reino Unido e que o país caminhava para mais um lockdown. O banco nota que, embora a vacinação local tenha começado, o ritmo dela é longe do suficiente para mitigar o impacto dessa nova variante do vírus.

Indicadores também estiveram no radar, apoiando as primeiras horas do pregão. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da indústria da zona do euro subiu à máxima desde maio de 2018, enquanto o da Alemanha tocou máxima desde fevereiro de 2018. No Reino Unido, o mesmo dado atingiu o maior nível em três anos.

Na Alemanha, havia expectativa de extensão em bloqueios até o fim de janeiro, segundo a imprensa local. O país tem enfrentado aumento no número de casos, na contagem oficial.

Em Frankfurt, o índice DAX terminou em alta de 0,06%, em 13.726,74 pontos.

Em Paris, o índice CAC 40 mostrou ganho de 0,68%, a 5.588,96 pontos. A ação da Peugeot subiu 1,70%, após acionistas da empresa e da Fiat Chrysler terem aprovado a fusão das duas montadoras.

Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB terminou em alta de 0,37%, em 22.315,87 pontos.

O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, avançou 0,32%, a 8.099,20 pontos.

Em Lisboa, o PSI 20 teve ganho de 1,93%, a 4.993,00 pontos.

*Com Reuters e Agência Estado

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