Finanças
Bolsa fecha em alta de 0,17%, com vantagem de Biden e dados de emprego nos EUA
Semana muito positiva para o Ibovespa, índice acumula ganhos de 7,4%; dólar recua frente a emergentes
Uma semana curta porém intensa chegou ao fim, enquanto ainda não sai o resultado das eleições americanas o suspense fica no ar. Embora tudo aponte para a vitória de Joe Biden que começa a ganhar vantagem sobre Donald Trump na contagem de votos. Segundo a consultoria Eurasia as chances de Biden ganhar as eleições são maiores que 80%.
O Ibovespa teve sua quarta alta consecutiva, apesar da bolsa ter desacelerado os ganhos nesta sexta-feira (6), o índice fechou em alta de 0,17% aos 100.925 pontos. A semana foi muito positiva para o Ibovespa, com ganhos de 7,4%.
A expectativa do mercado, que não gosta de incertezas, é que Biden consiga se eleger com uma margem de diferencia, caso contrário ainda existiria o risco de um processo de judicialização ocorrer com recontagem dos votos. Uma vitória mais ampla ajudaria a diminuir a instabilidade.
Ainda nos EUA, o Departamento do Trabalho divulgou o relatório de emprego com a criação de 638 mil postos de trabalho, número melhor do que esperado. Dado que amenizou a queda das bolsas americanas. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,24% e o S&P 500 caiu 0,04%. Nasdaq teve alta de 0,04%.
Nos mercados europeus apenas a bolsa de Londres fechou de lado, em leve variação positiva de 0,07%, avançando 5,97% na semana.
No Brasil, a inflação IPCA de outubro teve alta de 0,86%, maior resultado para o mês desde 2002. E um pouco acima da mediana de 0,84%.
O dólar teve queda expressiva precificando a vitória de Biden, a vitória do democrata é vista como positiva para os emergentes pela política expansionista além da maior liquidez global. O dólar comercial fechou em baixa de 2,74%, cotado a R$ 5,393. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,573.
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Destaques da Bolsa
Entre as maiores altas do dia estavam: Hypera (HYPE3) que avançou 6,02%, seguida de Braskem (BRKM5) e Iguatemi (IGTA3), as companhias valorizaram 5,40% e 5,10%, respectivamente.
A Iguatemi divulgou hoje seu balanço, a companhia teve lucro líquido de R$ 61,566 milhões no terceiro trimestre de 2020, queda de 29,2% em relação ao mesmo período em 2019. A empresa teve seu lucro impactado diretamente pela pandemia com descontos concedidos no aluguel dos lojistas além de restrições de funcionamento.
No lado oposto do Ibovespa recuaram: Rumo (RAIL3) com baixa de 3,27%, Suzano (SUZB3) caiu 2,73% e Fleury (FLRY3) com queda de 2,17%.
A Suzano também teve variação negativa na semana acompanhando a queda expressiva do dólar.
Murilo Breder, analista da Easynvest, também destaca outras companhias no radar do mercado corporativo. É o caso de JHSF (JHSF3) que valorizou 4,2% e Totvs (TOTS3) com alta de 1,9%.
Segundo ele, a JHSF teve um resultado trimestral forte apesar de atuar no setor de shoppings que foi afetado pela pandemia. A companhia teve lucro líquido de R$ 176 milhões no terceiro trimestre, alta anual de 87,4%.
Já no caso da Totvs (TOTS3), Breder defende que o mercado está precificando a possibilidade da companhia levar a Linx. “A novela entre Linx, Stone e Totvs já dura meses e ainda não parece perto de acabar”, comenta.
Bolsas americanas
O mercado acionário de Nova York registrou sessão volátil, alternando entre altas e baixas. Houve pressão negativa sobre os índices, após ganhos fortes em pregões recentes, com investidores ainda à espera dos resultados finais da disputa à presidência norte-americana, que agora favorece o democrata Joe Biden.
O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,24%, em 28.323,40 pontos, o S&P 500 caiu 0,04%, a 3.509,44 pontos, e o Nasdaq avançou 0,04%, a 11.895,23 pontos.
Na comparação semanal, os ganhos acumulados foram de 6,87%, 7,32% e 9,01%, respectivamente.
Na semana, a probabilidade de Biden na Casa Branca e um Congresso dividido agradou investidores, já que isso freia planos do democrata de elevar impostos e regulações.
Nesta sexta-feira, porém, o quadro foi de mais fraqueza, após os ganhos fortes em pregões recentes. Entre os setores, o de energia puxou as baixas, em jornada negativa para o petróleo, e o financeiro também recuou – JPMorgan caiu 1,33% e Bank of America, 1,22% -, mas o de tecnologia teve alta modesta, com Microsoft em alta de 0,19% e Apple em baixa de 0,12%.
Os índices futuros das bolsas caíram, mas reduziram as perdas após o relatório de empregos (payroll) melhor do que o previsto, divulgado pela manhã.
Ao longo do pregão, houve oscilações nos mercados, com o noticiário político em foco, mas sem muito impulso.
Bolsas na Europa
As bolsas da Europa fecharam majoritariamente em queda nesta sexta-feira, em processo de realização de lucros após os fortes ganhos dos últimos dias. Ainda assim, os principais índices acionários do continente registraram robusta valorização na semana, enquanto investidores acompanham a apuração das eleições presidenciais nos Estados Unidos, em que o candidato do Partido Democrata, Joe Biden, se aproxima da vitória.
O índice Stoxx 600 encerrou em baixa de 0,20%, a 366,40, mas saltou 7,02% na comparação semanal.
“Acho que é só uma pausa para respiro”, comentou o chefe de estratégias de investimentos para a Europa, Oriente Médio e África da consultoria State Street Global Advisors, Altaf Kassam, em referência às perdas desta sexta depois do rali recente.
Nos últimos pregões, investidores vinham reagindo com euforia ao cenário que se desenha nos EUA, com Biden perto de derrotar o atual presidente, Donald Trump. Por volta das 14 horas (de Brasília), o democrata tinha 253 delegados e só precisava de mais de 17 para chegar à marca de 270, que garante a vitória.
No momento, o ex-vice-presidente lidera as parciais de Pensilvânia, Nevada, Arizona e Geórgia, enquanto o republicano está na dianteira na Carolina do Norte e no Alasca. Para Biden, basta confirmar o favoritismo na Pensilvânia. Trump, por outro lado, precisa vencer todos os Estados que faltam.
Atentos aos desdobramentos da apuração, os participantes do mercado acionário partiram para a realização de lucros nesta sexta-feira.
O DAX, de Frankurt, cedeu 0,70%, a 12.480,02 pontos, em alta de 7,99% em relação à última semana.
Já o CAC 40, de Paris, recuou 0,46%, a 4.960,88 pontos, com ganho de 7,98% no acumulado dos últimos cinco pregões.
Só a Bolsa de Londres contrariou o movimento das bolsas europeias, com o FTSE 100 em leve variação positiva de 0,07%, avançando 5,97% na semana. As ações de Mineradoras puxaram a alta, com destaque para Rio Tinto (+2,88%) e Anglo American (+2,76%).
Em Milão, o FTSE MIB cedeu 0,25%, a 19.681,68 pontos, embora tenha disparado 9,69% na semana.
Nas praças ibéricas, o Ibex 35, de Madri, caiu 0,78%, a 6.870,40, com avanço semanal de 6,48%.
Em Lisboa, o PSI 20 recuou 1,57%, a 6.870,40 pontos, em alta de 2,43% na semana.
*Com Estadão Conteúdo