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Bolsa fecha em forte alta e recupera os 118 mil pontos; IRB dispara 17,8%

Ibovespa acompanhou a tendência positiva em Wall Street, mas incertezas internas seguiram no radar.

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A bolsa de valores brasileira fechou em alta nesta quinta-feira (28), quebrando uma sequência de seis quedas consecutivas. A influência positiva veio de Wall Street e de dados econômicos acima do esperado, colocando investidores de volta na ponta compradora. Já o dólar avançou frente ao real, ampliando os fortes ganhos registrados na sessão anterior.

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O principal índice da B3, o Ibovespa, subiu 2,59%, aos 118.883 pontos. Já o dólar comercial fechou negociado a R$ 5,4357, subindo 0,52%. A bolsa caminha para fechar janeiro em queda de menos de 1%, enquanto o dólar já subiu mais de 5% no primeiro mês do ano.

Comentários nas mesas apontaram que o câmbio foi afetado por demanda por “hedge” por parte de investidores que compraram ações na bolsa.

O trade “compra de dólar/compra de bolsa” foi bastante comum nos últimos tempos, mas sofreu um revés mais recentemente conforme o Banco Central sinalizou aumento dos juros, o que tornaria mais cara essa estratégia, já que juros mais altos elevam o custo de carregamento de posições vendidas em real.

Analistas apontaram que o avanço deste pregão foi motivado por movimentos de compra após as consecutivas quedas anteriores. “Mas as preocupações com o aumento do número de casos de covid-19 e seus desdobramentos em vários países seguem pesando sobre os negócios”, apontou em relatório o departamento de pesquisa econômica do Bradesco.

Nesse contexto, a pauta fiscal continuou sob os holofotes, em meio a incertezas sobre o respeito ao teto de gastos por parte do governo diante das fortes despesas geradas pela pandemia.

Do cenário interno, o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) revelou que a taxa de desemprego no país alcançou 14,1% no trimestre de setembro a novembro. É a taxa mais alta para o período desde o início da série histórica iniciada em 2012, mas abaixo dos 14,4% do trimestre anterior.

Destaques da bolsa

O movimento ganhou força na parte da tarde, apoiado em ações de bancos, de Petrobras, construtoras, siderúrgicas e varejistas, além de disparadas pontuais, como de IRB Brasil e de BTG Pactual.

A ação do grupo ressegurador IRB (IRBR3) subiu 17,8%, após investidores brasileiros terem se reunido para tentar replicar o fenômeno que provocou a disparada dos papéis da varejista de jogos Gamestop em Nova York, em um movimento de “short squeeze”.

Itaú (ITUB4) subiu 4,1%, liderando os bancos de varejo, após o Banco Central divulgar que o estoque de crédito no Brasil cresceu 1,6% em dezembro sobre novembro e que a inadimplência em recursos livres caiu de 3% a 2,9%. Banco do Brasil (BBAS3) teve ganho de 2,83% e Santander (SANB11) cresceu 4%.

No plano corporativo, as atenções se voltaram para o retorno dos planos de retomada das ofertas de ações. Na noite do dia anterior, a Caixa Econômica informou que retomou as discussões para listagem da Caixa Seguridade. Nesta manhã, a Vamos anunciou o preço de sua oferta, que movimentou R$ 890 milhões. Na noite desta quinta deve sair a definição do preço do IPO da Espaçolaser.

Bolsas globais

Os mercados acionários dos Estados Unidos encerraram em alta, recuperando-se das expressivas perdas da sessão anterior, na esteira de um forte começo da temporada de balanços e de menor temor sobre novas vendas por parte de fundos hedge para cobrir prejuízos em outras posições.

Pesos pesados, incluindo Microsoft Corp, Amazon.com e Alphabet Inc, estiveram entre os maiores impulsos do S&P 500, um dia depois de os três principais índices dos EUA sofrerem a maior queda percentual diária em três meses.

Segundo dados preliminares, o Dow Jones encerrou em alta de 0,99%, 30.603,92 pontos, o S&P 500 valorizou-se 0,97%, aos 3.787,26 pontos, e o Nasdaq teve alta de 0,5%, a 13.337,16 pontos.

As ações europeias fecharam em alta, com a recuperação nas ações de Wall Street, ganhos em companhias aéreas e balanços positivos gerando uma reversão das perdas iniciais. O índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,1%, a 403 pontos, depois de ter chegado a cair até 2% nas negociações da manhã, ficando com leves ganhos no acumulado do ano.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,63%, a 6.526,15 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,33%, a 13.665,93 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,93%, a 5.510,52 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,17%, a 21.916,50 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 1,02%, a 7.932,50 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 1,47%, a 4.855,56 pontos.

As ações da China despencaram nesta quinta, com os principais índices registrando a maior queda em mais de seis meses, atingidos por preocupações de que as autoridades possam estar começando a adotar uma postura monetária mais rígida para controlar os preços das ações e os mercados imobiliários. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,73%.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,53%, a 28.197 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 2,55%, a 28.550 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 1,91%, a 3.505 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 2,73%, a 5.377 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 1,71%, a 3.069 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 1,82%, a 15.415 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,30%, a 2.920 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,93%, a 6.649 pontos.

*Com Reuters

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