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BVAR11 volta a distribuir dividendos após Marisa pagar parte do aluguel devido

A varejista ocupa 40 lojas pertencentes ao fundo imobiliário, o que representa 80% das receitas do Brasil Varejo.

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O fundo imobiliário Brasil Varejo (BVAR11) informou que a Lojas Marisa (AMAR3), locatária do fundo, pagou parcialmente o aluguel devido. A varejista ocupa 40 lojas pertencentes ao FII, o que representa 80% das receitas do fundo.

Segundo comunicado da administradora do fundo, Rio Bravo Investimentos, o aluguel devido se refere às competências de janeiro a maio de 2023, com vencimento de fevereiro a junho deste ano.

O BVAR11 informou, no entanto, que recebeu o valor de 50% dos aluguéis devidos das competências de abril e maio de 2023, com vencimento nos meses de maio e junho também deste ano, de metade dos imóveis locados.

“A locatária está em processo de negociação dos demais aluguéis inadimplentes das competências de janeiro a maio de 2023. A inadimplência representa um impacto negativo no resultado do fundo de aproximadamente R$ 25,36 por cota”.

rio bravo, em fato relevante

Com a regularização de parte da dívida da Lojas Marisa, o fundo anunciou o retorno do pagamento de dividendos, uma vez que a distribuição estava paralisada desde fevereiro por conta dos atrasos da varejista.

Já neste mês foi anunciado o pagamento de R$ 35,10 por cota. Desde que começou a retornar rendimentos (junho de 2016), o BVAR11 pagou em dividendos o montante de R$ 903,94 por cota. Nos últimos 12 meses os cotistas receberam R$ 166,43 por cota.

O fundo tem R$ 690,5 milhões em patrimônio, sendo que R$ 25,7 milhões estão em caixa. Já o valor patrimonial por cota está avaliado em R$ 1.103,94. O fundo tem apenas 69 cotistas, o que causa iliquidez no mercado. Por isso, suas cotas não apresentam variação.

O BVAR11 não divulga relatório gerencial, o que dificulta o acesso a mais informações.

Segundo sinais técnicos do TradingView, analisando a média móvel do fundo, há indicativos de tendência de alta forte para os papeis negociados na B3.

Entenda a crise da Lojas Marisa

Desde 2017, a Marisa passa por um processo de reestruturação, o que fez cair o número de funcionários e tem afastado executivos e conselheiros durante o processo. Consultorias foram contratadas para reorganizar as operações e aportes milionários de capital foram feitos.

Há anos que a varejista de moda vem passando por um problema estrutural na tentativa de ampliar seu público alvo. Parou de focar em roupa íntima feminina para uma solução de moda para toda a família. No entanto, acabou encolhendo diante das lojas de departamento concorrentes listadas na bolsa, que conseguiram se posicionar em patamares de preço mais altos. 

Somado a isso, o uso de dados para tornar as coleções mais bem sucedidas, de forma que não precisem entrar em constantes liquidações para vender, foi um trunfo da concorrência, segundo analistas.

Há dois meses, credores da Lojas Marisa  entraram na Justiça pedindo a falência da varejista devido a dívidas que totalizam R$ 882,7 mil.

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