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Com real desvalorizado, como investir em moedas fortes?

Veja no Cafeína de hoje como proteger a carteira de investimentos através da exposição cambial, além de entrevista com George Wachsmann.

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Entre as moedas de países emergentes, o real é um dos que mais têm perdido valor frente ao dólar. Desde o início da pandemia, o dólar subiu cerca de 19% sobre o real. No mesmo período, uma cesta com 19 moedas de outros emergentes subiu perto de 7%. Isso é o que aponta um cálculo feio pela Austin Rating.

E quando considerado um maior período, isto é, desde 2018 (bem antes da pandemia) a alta do dólar acumulada sobre o real foi de 41,2%, contra o avanço de 16% sobre a cesta destas mesmas moedas. E com isso, fica a pergunta: até onde vai essa diferença contra a moeda americana? E a resposta é uma: é impossível prever. Sendo assim, o mais fácil é proteger a carteira de investimentos. E uma das formas é investindo em moedas mais fortes que a brasileira.

No Brasil, dos 57 fundos cambiais disponíveis ao investidor pessoa física, 55 tem como benchmark a moeda norte-americana. Entre esses, a rentabilidade média foi de 8,26% no acumulado do ano, segunda a Anbima. Em paralelo, o dólar teve uma rentabilidade de na casa dos 8,5% em igual período.

Entretanto, existem duas únicas aplicações que não têm ligação direta com o dólar. O fundo BB Euro FIC Cambial LP, do Banco do Brasil, e o Vitreo Moedas Life FI Cambial, da gestora Vitreo. No ano passado, estes fundos tiveram uma rentabilidade superior aos fundos de dólar. Isso porque a moeda americana estava menos valorizada que algumas moedas de outros países dos quais o fundo da Vitreo está exposto.

Este fundo passivo investe em quatro moedas estrangeiras: a libra, o iene, o franco suíço e o euro. O portfólio é distribuído igualitariamente entre os ativos, com cada um tendo 25% da parcela. A questão é que apesar de o dólar ser uma moeda forte, nada garante que ele não perca valor ante outras moedas. Isso foi visto no semestre passado justamente devido aos pacotes de estímulos econômicos adotados pelo governo de Joe Biden na pandemia. E com mais dólares circulando na economia, mais desvalorizado o ativo fica. Além disso, com as taxas de juros mais baixas nos Estados Unidos, muitos acabam buscando diversificar o portfólio em moedas mais fortes.

Veja no Cafeína de hoje como proteger a carteira de investimentos através da exposição cambial, além de entrevista com George Wachsmann, CIO e sócio fundador da Vitreo.

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