Finanças

Como gratuidade no despacho das bagagens afeta Gol e Azul?

O Senado aprovou MP que torna gratuito o despacho de bagagens em voos domésticos ou para o exterior. Texto segue para Câmara.

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O Senado aprovou no último dia 17 a medida provisória que torna gratuito o despacho de bagagens em voos domésticos ou para o exterior. O que significa que será considerada abusiva a cobrança para o despacho de bagagem de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos para os internacionais. No entanto, por causa das mudanças na MP, o projeto volta à Câmara para ser analisado novamente antes de ir para sanção presidencial. 

As companhias aéreas passaram a cobrar pelo despacho de bagagens em 2016 – o que veio a reforçar o caixa destas companhias com essa fonte de receita. À época, a decisão foi da  ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil, sob a justificativa de aumentar a concorrência no setor e assim diminuir o valor das passagens. O que não aconteceu.

Porém, quando analisado o setor de aviação americano, a taxa por bagagem é cobrada desde 2008 sendo até hoje um item importante para as receitas da companhias aéreas. Para o passageiro que não utiliza o serviço, a passagem acaba saindo mais barata – o que acaba sendo uma forma de economia também para a companhia aérea, já que com menos peso na aeronave, o custo para voar cai.

Agora, há temores caso a medida para gratuidade nos despachos seja aprovada por Bolsonaro, já que seria um impeditivo para aumentar a concorrência. Novas empresas que estariam interessadas em vir para o mercado brasileiro podem vir a dar um passo atrás pensando na possibilidade de lucro menor. O que aumenta temores de as passagens virem a encarecer ainda mais com essa decisão.

Para Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, pensando em um ambiente competitivo, a gratuidade não seria tão ruim, mesmo gerando mais custos para as aéreas no curto prazo. No entendimento do analista, a estrutura das companhias sempre acabam se ajustando. O que mais preocupa são os custos com os combustíveis das aeronaves e potenciais ondas de covid-19, a exemplo da ômicron, que penalizou o primeiro trimestre deste ano.

Durante a teleconferência dos resultados da Gol (GOLL4) o CEO da companhia, Paulo Kakinoff, declarou que caso retorne a gratuidade pelo despacho de bagagens, as tarifas serão impactadas, já que a companhia não estava prevendo este custo.

Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio avaliam os impactos da medida para Gol e Azul – listadas em bolsa com os tickers AZUL4 e GOLL4.

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