Finanças
Controle financeiro não deve ter planilhas e medo do cartão, diz educador
Thiago Martello avalia que controlar despesas com planilhas não é eficaz.
Se as planilhas fossem um método infalível para fazer um bom controle financeiro pessoal, “o grau de endividamento do brasileiro estaria diminuindo”. A frase é do educador financeiro Thiago Martello, que defende a organização das finanças pessoais sem acompanhamento de gastos com planilhas, tabelas ou aplicativos.
Segundo dados mais recentes da Serasa Experian, a inadimplência no Brasil atingia mais de 69,1 milhões de consumidores em outubro de 2022, um aumento na comparação com os 68,4 milhões do mês anterior e a décima piora seguida do indicador.
Martello afirma que, para melhorar esse quadro, o controle financeiro pessoal é, sim, fundamental, mas não com a utilização de planilhas, como defendem muitos especialistas. “As pessoas são displicentes com isso, não têm a disciplina de anotar todos os dias os gastos“, diz ele.
Então, ele indica que o consumidor que deseje organizar as finanças crie uma planilha apenas como ponto de partida, para “ter uma visão da situação financeira de maneira geral”, e não para acompanhamento rotineiro.
O conselho é que esse monitoramento dos gastos seja feito por meios mais práticos, como a própria conta corrente e o cartão de crédito. “O controle fica infalível e atemporal”, diz o profissional, autor do livro “Desplanilhe-se: Mude sua vida financeira agora”.
Cartão de crédito não precisa ser vilão
Dados da Serasa apontam que a maioria dos consumidores que chegam à inadimplência têm problemas com atraso no pagamento a bancos e da fatura do cartão de crédito. Em outubro, eram mais de 28% dos inadimplentes nessa situação, à frente de todos os outros setores, como serviços de utilidade pública (22%), financeiras (14,9%) e varejo (11,9%).
Martello afirma que esses números refletem o mau uso que alguns consumidores fazem do cartão de crédito, e não o recurso de pagamento em si – especialmente considerando o fato de que é a modalidade com juros mais elevados em caso de atraso no pagamento.
“Se as pessoas usarem esse instrumento com a finalidade da criação – ou seja, unicamente um facilitador de pagamento -, vai dar bom”, diz Matello. “Mas se usarem para antecipar futuro, vai dar ruim – e os números mostram isso.”
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