Dólar cai novamente, aos R$ 5,43, e encerra o semestre no menor valor desde setembro

O dólar à vista fechou em baixa de 0,88%, aos R$ 5,4350, no menor valor de fechamento desde 19 de setembro do ano passado

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O dólar emplacou nesta segunda-feira (30) a terceira sessão consecutiva de queda no Brasil e encerrou o dia no menor valor desde setembro do ano passado, puxado pela disputa entre investidores pela formação da Ptax de fim de mês e trimestre e pelo recuo da moeda norte-americana no exterior.

O dólar à vista fechou em baixa de 0,88%, aos R$ 5,4350, no menor valor de fechamento desde 19 de setembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,4213. No mês a divisa acumulou baixa de 4,99% e, no trimestre, recuo de 4,76%. Nos primeiros seis meses de 2025, a queda é de 12%.

O mercado de câmbio brasileiro foi influenciado desde o início do dia pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês e trimestre.

Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

A disputa é especialmente intensa nos finais de trimestre — como visto nesta segunda-feira — porque a taxa também serve de referência para conversão de valores em moeda estrangeira nos balanços e demonstrações financeiras de muitas empresas no Brasil.

Assim, o dólar à vista até chegou a oscilar no território positivo no início do dia, marcando a máxima de R$5,5083 (+0,46%) às 9h39, impulsionado pelos comprados, mas nas janelas de coleta da Ptax foram os vendidos que puxaram as cotações para baixo. As janelas de coleta da Ptax são próximas de 10h, 11h, 12h e 13h.

“Tivemos já a primeira janela da Ptax com os vendidos mais fortes, pressionando para baixo, ajudados pelo exterior”, comentou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik. “O dólar estava perdendo para os pares do real e outras moedas, com a perspectiva de que o Federal Reserve pode iniciar o processo de corte de juros no curto prazo”, acrescentou.

Com o auxílio do exterior, os vendidos puxaram o dólar à vista para a mínima de R$5,4240 (-1,08%) às 12h54, já perto da última janela de coleta da Ptax.

Formada a Ptax (R$5,4571 na venda) no início da tarde, ainda assim a divisa à vista seguiu no território negativo até o fechamento, em uma sessão em geral positiva para os ativos brasileiros, de avanço firme do Ibovespa e queda forte das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).

O cenário no exterior também era favorável para a maior parte das demais divisas. Às 17h24 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,41%, a 96,798.

À tarde, o boletim Firmus divulgado pelo Banco Central mostrou que as empresas não-financeiras no Brasil reduziram suas projeções para a taxa de câmbio no período de seis meses à frente, mas mantiveram a expectativa de que a inflação nos próximos anos seguirá acima do centro da meta.

A mediana das expectativas em maio para a taxa de câmbio seis meses adiante aponta para um dólar a R$5,80, ante R$6,00 projetados na pesquisa anterior, de fevereiro.

No boletim Focus divulgado pela manhã, a mediana das projeções das instituições financeiras para o dólar no fim de 2025 estava em R$5,70.

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