Finanças

Com ‘guerra do petróleo’, dólar está cada vez mais perto dos R$ 5

Na máxima do dia moeda americana chegou a R$ 4,77

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A moeda americana encerrou nesta segunda-feira (9) com forte alta. O motivo foi o tombo de mais de 20% nos preços do petróleo no mercado internacional provocado pela briga entre os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e o aumento da produção da Arábia Saudita que derrubou índices do mundo todo.

O dólar comercial fechou com alta de 1,96% frente ao real, negociado a R$ 4,72. Na máxima do dia a moeda estrangeira chegou a R$ 4,77.

Mesmo com as tentativas do Banco Central (BC) de operar no mercado à vista, o câmbio está cada vez mais perto dos R$5. O diretor de política monetária do BC garantiu que a autarquia vai lançar mão de todos os instrumentos possíveis para conter a alta. “As intervenções têm sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas, mas podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”, apontou Bruno Serra, a partir de documentos publicados pela assessoria de imprensa.

Por que o dólar sobe quando o petróleo cai?

Existe uma correlação negativa entre a cotação do petróleo e o dólar americano. Em português claro, quando o preço do petróleo cai, geralmente a moeda dos EUA se valoriza. O motivo por trás disso é que a maior parte dos contratos da commodity é liquidada em dólar, e como os EUA são o país que mais importa petróleo, esta relação é ainda mais forte.

Novo capítulo de tensão global

A decisão dos sauditas, que foi interpretada como uma guerra de preços, veio após a Opep e os aliados da Opep+ não conseguirem fechar um acordo, na última sexta-feira (6), para cortar ainda mais a produção do grupo, como parte de uma estratégia para lidar com o impacto econômico do coronavírus. A Rússia, líder informal da Opep+, não aceitou uma proposta da Opep de reduzir a oferta coletiva em mais 1,5 milhão de barris por dia.

Em reação à atitude da Arábia Saudita, os preços do petróleo WTI e Brent chegaram a despencar até cerca de 30% entre a noite de ontem e madrugada de hoje, o que não ocorria desde a Guerra do Golfo Pérsico de 1990-91. Na sexta, as cotações já haviam caído em torno de 10% após o fracasso das negociações da Opep+.

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