Finanças
Dólar sobe no mês, mas segue no vermelho em 2023; bitcoin faz caminho inverso
Ranking dos melhores investimentos em 2023 até agora mostra dólar e bitcoin em destaques opostos.
Em um ranking dos melhores investimentos em 2023, o dólar liderou os ganhos para o investidor em agosto, mas tem o pior resultado no acumulado do ano até agora. Enquanto isso, o cenário o inverso para o bitcoin (BTC): a principal criptomoeda do mercado foi um dos piores investimentos em agosto, mas no acumulado do ano lidera com a maior rentabilidade.
É o que apontam dados do TradeMap divulgados nesta quinta-feira (31). Em agosto, o dólar Ptax teve alta de 3,8%, mas no ano acumula baixa de 5,67%. Enquanto isso, o bitcoin caiu 5,68% neste mês, mas em 2023 já subiu mais de 46% até agora.
Sobe e desce do dólar
O dólar segue impactado por expectativas em relação às taxas de juros nos Estados Unidos, com o mercado de olho nas indicações do Federal Reserve (Fed) sobre os próximos passos na condução da política monetária.
Enquanto isso, no Brasil, o mês foi marcado por um aumento das preocupações sobre o cenário fiscal, mesmo após a sanção do novo arcabouço fiscal. Nesta quinta, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que a peça orçamentária para 2024 tem meta de resultado primário zero, mas será necessária uma receita bruta extra de R$ 168 bilhões.
“A situação fiscal do país voltou a preocupar os investidores nesta semana, na medida em que o governo, que entregou hoje o PLOA de 2024, encontra dificuldades para aumentar a receita necessária para zerar o déficit primário, conforme esta previsto na meta do novo regime fiscal.”
Guide, em relatório
Na véspera, o Tesouro Nacional reportou que o governo central registrou déficit fiscal primário de R$ 35,9 bilhões em julho, o segundo resultado pior da série histórica iniciada em 1997.
Bitcoin em agosto
O bitcoin teve picos de baixa em agosto. Em um deles, no dia 18, a cotação chegou à mínima em 2 meses, batendo também a maior queda diária desde novembro de 2022, quando a corretora norte-americana FTX entrou em colapso.
Em um cenário macro que inclui expectativas de juros nos Estados Unidos e dados decepcionantes na China, uma notícia sobre a redução da posição da SpaceX, de Elon Musk, em bitcoins ajudou a puxar a criptomoeda para baixo.
Segundo reportagem do jornal “The Wall Street Journal”, a SpaceX se desfez de US$ 373 milhões em bitcoin entre os anos de 2021 e 2022.
“Isso trouxe uma certa insegurança em relação ao futuro não só do mercado do cripto, mas também sobre por que o Elon Musk estaria se desfazendo de um ativo de volatilidade que estava no seu caixa”, comentou na ocasião Felipe Medeiros, analista de criptomoedas e sócio da Quantzed Criptos.
Outros fatores também impactaram, como o cenário mais avesso ao risco no mercado de forma geral, além de questões técnicas.
“Primeiramente, nós passamos praticamente 60 dias numa lateralização bem forte na região que compreende dos US$ 29 mil até os US$ 31 mil. E, nesse período, a volatilidade foi se espremendo cada vez mais, chegando aos níveis mais baixos dos últimos 5 anos”, comentou Ricardo Pegnoratto, especialista em criptomoedas da Top Gain, na ocasião.
“Nessa região muitos traders se alavancaram em posições de compra, apostando num movimento de alta”, diz, explicando que o mercado “estourou nesse sentido para buscar a liquidez desses contratos em aberto”.
“Como nós tínhamos 85% aproximadamente dos contratos em abertos em compra, então foi necessário que o mercado fizesse uma volatilidade negativa, ou seja, que ele buscasse o ‘stop’ desse pessoal que eram stops de venda, então o preço desabou.”
Melhores e piores investimentos: agosto
Veja abaixo o levantamento do TradeMap com a rentabilidade de diversas modalidades de investimento no mês, incluindo renda fixa e renda variável.
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