Finanças

Dólar volta a subir ante o real e Ibovespa tem leva queda com EUA no radar

Expectativa de menos cortes de juros nos EUA tem movimentado os mercados

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O Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, encerrou com variação negativa de 0,04%, a 124.119,11 pontos, de acordo com dados preliminares. Na máxima do dia, chegou a 125.140,22 pontos. Na mínima, a 123.396,53 pontos.

O volume financeiro somava R$ 19,67 bilhões antes dos ajustes finais.

Já o dólar registrou leve alta ante o real, após o pequeno alívio da véspera, acompanhando o avanço da moeda norte-americana ante outras divisas em meio à expectativa de menos cortes de juros nos EUA este ano, reforçada por declarações de dirigentes do Federal Reserve.

O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,2508 na venda, em leve alta de 0,12%. Em abril a divisa acumula alta de 4,69%.

A moeda norte-americana oscilou entre leves altas e baixas no início do dia, em meio à divulgação de dados mistos sobre a economia dos EUA e em sintonia com o cenário externo. Quando o dólar começou a acelerar um pouco mais em outras praças ele também ganhou força no Brasil.

“O dólar deu uma acelerada após declarações dos ‘Fed boys’ no sentido de que é muito cedo para cortar juros nos EUA. A moeda subiu ante o real e ante pares como o rand sul-africano e o peso mexicano”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, em referência a declarações de autoridades do Fed.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, disse que não há motivos urgentes para reduzir os juros nos EUA neste momento, enquanto o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que não está com “muita pressa” para cortar as taxas.

Essas declarações contribuíram para um novo dia de alta dos rendimentos dos Treasuries, o que também deu certo suporte ao dólar ante as demais divisas.

No Brasil, após marcar a cotação mínima de R$ 5,2288 (-0,30%) às 9h01, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,2800 (+0,68%) às 14h45.

Banco Central

À tarde, durante evento em Washington, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ponderou que um cenário com dólar forte “é sempre um problema” e pode gerar reação de bancos centrais pelo mundo.

“No caso do Brasil, o dólar é flutuante. O que é relevante para nós é o impacto do dólar na nossa função de reação, no que fazemos no BC, mas entendo que o Brasil tem uma situação diferente porque nossas contas externas são muito fortes”, afirmou Campos Neto.

Os dados de fluxo cambial divulgados durante a tarde pelo BC corroboraram esta percepção. O Brasil registrou fluxo cambial total positivo de US$ 1,278 bilhão em abril até o dia 12, com saídas líquidas de US$ 4,236 bilhões pelo canal financeiro e entradas de US$ 5,514 bilhões pela via comercial.

Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de julho.

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