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Fundos assumem notas zeradas do Credit de olho em ação jurídica

Marathon Asset Management, Redwood Capital e Sona Asset Management estão entre os fundos que estão comprando os títulos de olho em reembolso lucrativo.

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Grandes fundos estão assumindo os títulos AT1 do Credit Suisse e preparam o campo de batalha para recuperar alguma coisa dos US$ 17 bilhões de dívida reduzidos a zero no balanço do banco.

Marathon Asset Management, Redwood Capital e Sona Asset Management estão entre os funds que estão comprando os títulos, agora negociados como reivindicação de dívida a uma fração do valor de face, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto. Eles apostam que os títulos podem receber um reembolso lucrativo, possivelmente por meio de litígio.

Os representantes da Marathon não responderam a um pedido de comentário, enquanto os da Redwood e da Sona não quiseram comentar.

A baixa nas notas AT1 foi a parte mais controversa da aquisição do Credit Suisse pelo UBS, orquestrada pelo governo suíço. Do inglês ‘Additional Tier 1’, essa categoria de dívida de alto risco foi concebida para ajudar as instituições financeiras a cumprirem requisitos de capital de nível 1 junto a seus respectivos bancos centrais em épocas de crise.

A medida provocou uma reação furiosa de detentores das notas porque eles normalmente só enfrentariam a baixa da dívida depois que fosse dada baixa no capital dos acionistas. Mas com a decisão do governo suíço, o Credit Suisse preservou US$ 3,3 bilhões em valor para os acionistas.

As negociações diárias com as notas atingiram centenas de milhões de dólares esta semana, e seu valor, que chegou a despencar para 1 cent por dólar, já subiu para cerca de 5 a 7 cents, disseram algumas das pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as transações são privadas.Play Video

Muitas corretoras já estão fornecendo documentos de recuperação de dívida aos investidores, disse Louisa Watts, sócia e co-presidente da equipe de situações e negociações especiais da Brown Rudnick. Ela disse que seu escritório de advocacia está negociando em nome de alguns fundos.

Batalhas jurídicas para recuperar dívida podem levar anos. A dívida subordinada do Lehman Brothers foi objeto de um debate judicial até o ano passado, e investidores ainda apostam em títulos do extinto credor português Banco Espírito Santo quase nove anos após sua quebra.

Em entrevista à Bloomberg TV na quarta-feira, o CEO da Marathon, Bruce Richards, disse que o fundo está de olho nos AT1s do Credit Suisse, depois de evitá-los anteriormente. “Eles caíram tanto, e agora é uma questão de documentação e de potencial de recuperação”, disse.

Fundos como Marathon e Redwood são especializados em comprar dívidas problemáticas. Ambos estavam entre os fundos que compraram dívidas da Evergrande, a incorporadora chinesa em apuros. O Sona, de John Aylward, teve um salto de 25% em 2022 com apostas em créditos problemáticos.

A Pimco e a Invesco estavam entre os maiores detentores de AT1s do Credit Suisse antes da compra de emergência do UBS.

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