Ibovespa fecha estável; novos casos de Covid e IRB Brasil ofuscam dados dos EUA

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou com leve variação positiva de 0,03% aos 96.234 pontos, nesta quinta-feira (2). A bolsa de valores operava em alta durante o dia após divulgação do Relatório de Emprego dos EUA. Contudo, teve um movimento de correção com o aumento de casos de coronavírus nos EUA, que chegaram a 50 mil.

O desempenho do IRB Brasil (IRBR3), que despencou 12,24%, também impactou no índice. Outro papel que caiu com força foi a Magazine Luiza (MGLU3), que recuou 3%, e cujas ações respondem por 2,75% da carteira teórica do Ibovespa.

No quesito indicadores, o Relatório de Emprego nos EUA mostrou que no mês de junho houve a criação de 4,8 milhões de postos de trabalho, dado superior a média esperada pelos economistas de 3 milhões de empregos no mesmo período.

Já os pedidos de seguro-desemprego recuaram levemente ficando em 1,427 milhão na semana passada, comparados com os dados de uma semana antes onde foram 1,48 milhão de pedidos. Contudo, o dado também superou as projeções dos economistas que esperavam 1,35 milhão de solicitações.

No Brasil, os indicadores econômicos também animaram os mercados. A produção industrial brasileira subiu 7% em maio sobre abril. A alta na indústria interrompeu um ciclo de quedas, em março e abril o setor recuou 9,2% e 18,8%, respectivamente.

Com estes indicadores, o dólar também subiu. O dólar comercial fechou cotado a R$ 5,350, com alta de 0,60%. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a R$ 5,359.

No cenário político, a Câmara dos Deputados finalmente adiou as eleições municipais de 2020. O primeiro turno deve ocorrer em 15 de novembro e o segundo turno no dia 29 do mesmo mês.

Entre as ações mais negociadas do dia subiram: os papéis da Petrobras (PETR4) que avançaram 1,61%, puxados pela recomendação de compra das ações reforçada pelo Credit Suisse. E também a alta de mais de 1% dos contratos de petróleo Brent e WTI.

Subiram também as ações da Vale (VALE3), com alta de 1,74%. O Bradesco BBI atualizou a recomendação outperform da companhia. E avançaram os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4), com alta de 1,74%. As ações de instituições financeiras fecharam o pregão em alta em meio a um cenário do mercado mais otimista.

Recuaram Via Varejo (VVAR3) e IRB Brasil (IRBR3), com queda de 3,75% e 12,24%, respectivamente.

Destaques da Bolsa

Entre as maiores altas do dia subiram: as ações do BTG Pactual (BPAC11), com alta de 3,27%. O Banco do Brasil cedeu uma carteira de créditos ao BTG no valor de R$ 2,9 bilhões, mas o impacto da transação será de R$ 371 milhões. A estratégia tem o objetivo de dinamizar o portfólio de crédito.

Avançaram também as ações da Siderúrgica Nacional (CSNA3) e da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) que subiram 2,55% e 2,26%, respectivamente.

O destaque negativo do dia foi da IRB Brasil (IRBR3) que despencou 12,24%. A companhia acumula três perdas nos pregões após a divulgação dos resultados do 1ª trimestre de 2020. Credit Suisse e JPMorgan rebaixaram a recomendação da ação para venda.

Recuaram também Lojas Americanas (LAME4) e Intermédica (GNDI3), 4,27% e 4,07%, respectivamente.

Cenário doméstico

O aumento de 7% da produção industrial brasileira em maio ante abril ficou acima da mediana das expectativas do mercado (6,15%) e dentro das projeções (alta de 12,2% a recuo de 1,50%). O indicador fica em segundo plano no câmbio.

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Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,39% em junho, revertendo a queda de 0,24% observada em maio e acima da mediana das estimativas de 0,35%.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ganhou tração em todas as sete capitais pesquisadas no fechamento do mês de junho. No período, o indicador subiu 0,36%, 0,27 ponto porcentual acima da taxa de 0,09% apurada na divulgação anterior.

Bolsas americanas

As bolsas de Nova York registraram ganhos, no último pregão de uma semana abreviada por feriado com mercados fechados nesta sexta-feira, 4. Hoje, o relatório de empregos (payroll) surpreendeu positivamente, embora investidores também tenham estado atentos aos riscos de novas ondas da covid-19 e seus potenciais impactos na atividade.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,36%, a 25.827,36 pontos, o S&P 500 avançou 0,45%, a 3.130,01 pontos, e o Nasdaq registrou alta de 0,52%, a 10.207,63 pontos, nova máxima histórica de fechamento. Ao longo desta semana, o Dow Jones avançou 3,25%, o S&P 500 teve alta de 4,02% e o Nasdaq, de 4,62%.

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A economia americana gerou 4,8 milhões de vagas em junho, com a taxa de desemprego recuando a 11,1%, resultados melhores do que as previsões dos analistas. A notícia foi celebrada pelo presidente Donald Trump e impulsionou as bolsas. Além disso, o otimismo e as sinalizações de mais estímulos à economia de Trump e do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, ajudaram a apoiar as ações.

Mais adiante, porém, houve perda de força, diante de notícias de disseminação da covid-19 em Estados americanos, que podem atrapalhar a atividade. “Está muito óbvio que não estamos indo na direção correta” na pandemia, disse hoje em entrevista o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci.

Entre ações em foco, Moderna recuou 4,90%, após relatos de atraso nos testes de uma potencial vacina da companhia para a covid-19. Por outro lado, Tesla subiu 7,95%, a US$ 1.208,66, nível recorde para o papel, após a companhia registrar vendas de carros elétricos superiores às previsões no segundo trimestre.

Entre as ações de bancos, Citigroup subiu 0,40%, Bank of America avançou 0,13% e Goldman Sachs recuou 0,09%. Apple ficou estável, Facebook caiu 1,74% e Microsoft subiu 0,76%. O papel da Boeing fechou em alta de 0,27% e Caterpillar avançou 1,32%.

*Com Estadão Conteúdo