Finanças
Independência financeira: 3 investidores contam como chegaram lá
Entre as estratégias citadas estão traçar metas, ter disciplina para poupar e acompanhar o mercado.
Investir pensando em não precisar mais trabalhar para custear os gastos pessoais – ou seja, juntar dinheiro para chegar à chamada independência financeira – ainda não é um hábito frequente entre os brasileiros. Mas, apesar disso, essa construção é possível para pessoas das mais variadas realidades financeiras.
O cálculo para a independência financeira tem a ver com os gastos mensais de cada pessoa. É preciso saber quanto é necessário juntar para que os rendimentos desse montante sejam suficientes para cobrir as despesas pessoais. O que muda é o caminho que cada um escolhe para chegar a esse objetivo.
É o que comentam três investidores que contaram ao Investnews como conseguiram atingir a independência financeira (veja os relatos no vídeo acima).
Filha de uma costureira e criada em um bairro de periferia de São Paulo, a contadora Cintia Senna conquistou a independência financeira neste ano, aos 33. “De tudo aquilo que eu recebia trabalhando, a primeira coisa que eu fazia era separar essa parte para essa finalidade”, conta ela.
Já o empresário Conrado Navarro, que tem 39 anos e atingiu a independência financeira aos 31, conta que empreender foi um fator chave para conseguir atingir sua meta. “Foi com o empreendedorismo que eu consegui criar as condições para poder alcançar um patrimônio que me permitisse viver dos meus rendimentos”, relata.
A jornalista e economista Yolanda Fordelone, que tem 33 anos, conta que sua estratégia foi construir um patrimônio seguro durante os anos em que trabalhou como CLT, até chegar a um ponto de “tranquilidade financeira” que a permitisse se dedicar apenas ao seu projeto pessoal, um canal de conteúdo sobre educação financeira. “É importante ter essa disciplina para entender o mercado e sempre investir”, aconselha ela.
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‘Construção cotidiana’
Apenas 28% das pessoas têm confiança de que os investimentos são um passaporte para a garantir a tranquilidade financeira no futuro. É o que mostra pesquisa Raio-X do Investidor, feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).
Quando se olha o motivo que leva as pessoas a investir, 35% dizem que querem comprar um imóvel, 17% querem ter dinheiro guardado para alguma emergência e só 9% vão usar o dinheiro na velhice ou aposentadoria. O levantamento foi feito com apoio do Datafolha em novembro de 2019, com 3.433 pessoas em 149 municípios.
“As pessoas investem mais para realizar objetivos concretos de curto prazo do que para conquistar a independência financeira”, diz Ana Leoni, superintendente de educação de investidores e informações técnicas da ANBIMA e conselheira da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar).
“Quem compra um apartamento não tem liberdade financeira, quem faz uma reserva de emergência, mesmo que seja bastante significativa, não tem liberdade financeira. Essa mobilidade econômica é algo cada vez mais distante e que as pessoas estão fazendo pouco”, constata a especialista.
“Precisamos convencer as pessoas que elas precisam poupar mais. Países com a mesma renda per capita do Brasil têm taxa de poupança maior. É uma questão de comportamento. É um processo, a independência financeira não é um lugar aonde você chega, é uma construção cotidiana. É como se alimentar ou fazer atividade física, você precisa fazer pelo resto da vida. Cuidar do dinheiro também. Traçar objetivos muito claros, saber qual renda você quer ter lá na frente. Não tem caminho sem sacrifício, sem fazer concessões”, aconselha Leoni.
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