Finanças
Indústria da música ganha 1º ETF que mede desempenho global do setor
Lançado no começo de julho, MUSQ mede a performance de empresas do streaming à bilheteria de shows.
Em meio à volta de grandes turnês, a indústria da música acaba de ganhar mais uma opção de investimento. Na primeira semana de julho, a EQM Indexes lançou na bolsa de Nova York (NYSE) um ETF (fundo de índice) exposto às principais ações de empresas ligadas ao mercado musical no mundo. Boa parte destes papéis acumula forte alta em 2023.
Sob o ticker MUSQ, o ETF segue o índice MUSQ Global Music Industry, que acompanha o desempenho de empresas de capital aberto e fundos de royalties da indústria musical global. O portfólio inclui segmentos como streaming, conteúdo e distribuição, bilheteria de shows, rádio via satélite e tecnologia musical.
O lançamento acontece após o mercado da música ter recuperado o fôlego perdido durante a pandemia. Segundo o Relatório Global Music State of the Industry da IFPI de 2023, a indústria global do setor registrou receitas de US$ 26,2 bilhões em 2022 – aumento de 9% em relação ao ano anterior.
Para a EQM, a retomada da economia local em várias partes dos EUA foi impulsionada, em parte, pelos recentes shows da cantora Taylor Swift, com a turnê The Eras Tour. Mas a gestora acrescenta que o fenômeno foi apenas a “ponta visível do iceberg da música”. Em países como a Suécia, shows da Beyoncé mexeram com a inflação local. “A indústria musical global está atualmente experimentando um crescimento robusto”, diz a EQM, em nota.
Enquanto EUA ainda são o maior mercado da música, países como Japão, Reino Unido, Alemanha, China, França, Coreia do Sul, Canadá, Brasil e Austrália, respectivamente, compõem o restante dos 10 principais, de acordo com o white paper do fundo.
- Confira: Quem é Martin Lorentzon? Conheça a história do co-fundador do Spotify
De Spotify a Hybe
Primeiro índice a capturar o desempenho do mercado global de música, ele é exposto a 48 ações de empresas ligadas à música. Na carteira, há companhias como Spotify (S1PO34), cujo BDR listado na B3 acumulava valorização superior a 110% no ano até esta terça-feira (18), e Sony Music (SNEC34), que subia quase 14% no mesmo período.
Universal Music, Warner Music, Amazon, Live Nation, Hybe e SM Entertainment também compõem a carteira. Para garantir um equilíbrio do portfolio, os ativos do índice possuem um peso máximo de 7%, além de também considerar a liquidez e ser rebalanceado trimestralmente.
Desde o lançamento, em 5 de julho, o MUSQ acumulava alta de 3,71%. “Estamos facilitando o acesso dos investidores ao crescimento e inovação contínuos da indústria”, disse por nota o idealizador do ETF e CEO do MUSQ, David Schulhof.
Garimpando investimentos alternativos
A EQM desenvolve produtos negociados em bolsa (ETPs), com o objetivo de rastrear indústrias em crescimento e assuntos de investimento emergentes. Suas outras ofertas incluem ETPs com foco em cannabis, terras raras e blockchain.
Mas o MUSQ não é o primeiro fundo focado em música no mercado. Existem fundos mais “nichados”, que rastreiam gêneros e geografias específicos.
Por exemplo, em 2022 foi lançado em ETF de K-pop (“KPOP”), que mede o desempenho de empresas de entretenimento sul-coreanas, incluindo gigantes como HYBE, YG Entertainment e JYP.
Veja também
- Bitcoin sobe e atinge nova máxima histórica de US$ 94 mil após estreia de opções do ETF da BlackRock
- ETF de Bitcoin da BlackRock já supera em US$ 10 bilhões o ETF de ouro
- Regulador americano aprova ETFs de opções de bitcoin na bolsa de NY
- Fundo usa inteligência artificial para imitar estratégias de Warren Buffett
- Um ETF de ações estáveis; outro, de papéis espevitados; e o 1º de dólar. Conheça o trio