*ARTIGO

As companhias esportivas antenadas sabem que criar seu lugar em um cenário de internet em plena mudança é fundamental para sua sobrevivência. Por conta disso, muitas delas, incluindo a FIFA e NBA, estão se esforçando para marcar presença na Web3 e transformar as pessoas em usuários (realmente) engajados.

Quer seja através de investimentos, produtos ou parcerias, tais esforços têm sido tão grandes no meio esportivo que o novo relatório da Web3 Studios prevê que a indústria de metaverso relacionado ao setor atinja U$ 80 bilhões até 2030, estando hoje, em um ponto de inflexão em termos de comercialização e proximidade com os fãs.

Especialmente no caso esportivo, a Web3 atua como uma extensão da marca, por meio da qual se constrói grandes comunidades e abre novas vias de engajamento. Na nova era da internet, é possível incluir outros métodos de pagamento, contratos inteligentes (smart contracts), moedas digitais, NFTs (tokens não fungíveis) e até videogames. 

Descrição: alguns possibilidades para linkar o setor esportivo na Web3/Fonte: Relatório da Web3 Studios

Por sua vez, um exemplo do crescente investimento das empresas de Web3 em esportes tradicionais pode ser visto através do gráfico abaixo, que mostra a ascensão extraordinária nos patrocínios esportivos de projetos de blockchain. Sendo assim, o metaverso poderá representar a próxima transição na sequência das redes sociais.

Descrição: patrocínios de esportes tradicionais linkados à Web3 é muito maior do que em outros setores/Fonte: Relatório da Web3 Studios

Web3 tem potencial ilimitado

Um dos caminhos da Web3 é a internet mais imersiva, mais conhecida como metaverso, um ambiente virtual onde as aplicações da tecnologia de todos setores, incluindo esporte, estão tomando forma.

O mundo mudou e o comportamento humano, também. Neste caso, a “participação proativa ” impulsiona a próxima etapa do consumo online, do qual coloca a Web3 como o “driver” do setor em termos de adequação tecnológica.

Evolução histórica na forma de consumir conteúdos esportivos/Fonte: Relatório da Web3 Studios

Nesse sentido, a Web3 está vindo para transformar a forma como os negócios são construídos, as transações são conduzidas e os dados são protegidos ou compartilhados na rede.

Vislumbre dos metaversos esportivos tem um motivador a mais

O foco da indústria do esporte na Web3 é, sem dúvidas, a construção de comunidades mobilizadas por fãs 100% comprometidos cujo objetivo é acompanhar os novos padrões de consumo da Geração Z, os nativos digitais que ditarão as normas sócio-econômicas na próxima década.

E, como você sabe, onde há um mercado e um fluxo de dinheiro, a demanda para obter uma fatia dessa espiral de crescimento econômico normalmente aumenta – especialmente no espaço de tecnologia voltada para entretenimento esportivo.

Por exemplo, em seu relatório, o Web3 Studios mostrou que Geração Z gosta de pagar por conteúdos esportivos, provavelmente impulsionada pela disponibilidade infinita e a expectativa de ter acesso a algo exclusivo e seu afastamento dos meios tradicionais de comunicação. 

Descrição: Geração Z tem novos padrões de consumo esportivo/Fonte: Relatório da Web3 Studios

Estar por dentro da Web3 e metaverso é questão de sobrevivência 

A tecnologia blockchain está sendo utilizada para criar novas formas de engajamento dos fãs, como a criação de “tokens de fãs” que podem ser usados para acessar conteúdo exclusivo ou participar de experiências únicas. Além disso, é nítido que os itens coleccionáveis e as experiências desportivas acabarão por se tornar digitais — pelo menos em certa medida.

A Web3 alinhada ao metaverso também está sendo utilizada para facilitar o gerenciamento de direitos de transmissão de eventos esportivos e para ajudar a combater a pirataria de entretenimento ao vivo, sem contar as novas maneiras de monetizar o conteúdo do meio.

No geral, como equipes esportivas e celebridades têm um impacto mais direto na vida cotidiana do que os políticos, é difícil ignorar o poder da indústria esportiva global subjacente, principalmente pelas novas oportunidades de engajamento e interação que trazem ao público. 

Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano.

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.