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Blockchain: o que é, para que serve e como funciona

Entenda a tecnologia que já avançou para outros mercados além dos criptoativos.

Conceito de blockchain

Com o avanço acelerado da tecnologia, transações estão ganhando espaço em meio a um cenário tecnológico inovador. E no universo das criptomoedas não foi diferente. Com ele, surgiu a tecnologia chamada blockchain, criada para garantir segurança e transparência em negociações digitais. Tanto que a tecnologia já avançou para outros mercados além dos criptoativos.

Apesar de a palavra blockchain ter conquistado notoriedade em nosso vocabulário, ainda gera dúvidas. Você sabe o que é, como funciona e para que serve essa tecnologia?

O que é blockchain?

Blockchain é uma base compartilhada de dados que faz o registro e validação de transações digitais, trocas de informações processadas por usuários de uma rede descentralizada de computadores.

Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, explica que blockchain nada mais é que uma base de dados que os computadores estão acessando e comunicando.

“Sempre gosto de pensar a blockchain como um livro-razão. O que seria isso? Quando a gente pensa na ideia do bitcoin, temos um sistema por trás dele que registra tudo o que acontece para saber a quantidade de ativos existentes, onde está o ativo de cada carteira e as pessoas precisam desse sistema para registrar. É algo bem similar a um livro-razão”, diz Telles.

A blockchain surgiu em 2008 junto com o bitcoin. A criptomoeda foi a primeira a introduzir essa aplicabilidade no formato.

Como funciona a tecnologia blockchain?

Telles explica que para um registro de uma nova transação neste sistema blockchain, é necessário que 50% + 1 dos computadores ligados nessa rede validem e anotem essa transação em sua cópia do arquivo na rede.

Assim, a transação é registrada na blockchain e as cópias dela serão atualizadas nesses computadores, conhecidos como nós (node), que tem o papel de validar as transações.

O sistema ganhou esse nome por ser formado por uma cadeia de blocos onde são armazenadas informações de transações de forma sequencial. Ou seja, cada bloco possui uma parte das transações realizadas. O objetivo é ser um grande registro de tudo o que está acontecendo em uma determinada rede, de forma rápida, transparente e imutável.

Os blocos são dependentes uns dos outros e, juntos, formam uma cadeia tornando a tecnologia importante para o registro de informações. Nela, as transações validadas na rede não podem ser alteradas.

Francisley Valdevino da Silva, CEO da Intergalaxy SA, especializada em softwares, interfaces e aplicativos pela rede blockchain, explica que o primeiro bloco, chamado Gênesis, é preenchido com as informações e, depois, é distribuído com cópia para outros blocos. Cada novo dado é agregado a um novo bloco e ligado, primeiramente ao Gênesis, e seguindo uma sequência de blocos. Dessa forma, os dados ficam descentralizados e interligados.

Onde é usada a blockchain

Apesar de ter surgido junto do bitcoin, atualmente, a blockchain não é mais exclusiva para transações de criptomoedas. Devido à confiabilidade, o seu uso passou para outros segmentos, como games, financeiro e entretenimento.

Segundo Silva, diversas fintechs já utilizam blockchain e a plataforma também é analisada para uso em validações de usuários, registros acadêmicos, execução de pagamentos em empresas entre outros.

Com uma função ampla, o sistema pode ser aplicado em controle transparente e seguro de armazenagem de dados, seja para transferências, acessos, contratos, logins, seguradoras e startups, atendendo uma infinidade de diferentes necessidades.

“Ao permitir acompanhar e visualizar dados sem conseguir modificá-los, o blockchain alinha atributos fundamentais como credibilidade, transparência, rapidez e segurança para transações digitais”, completa o CEO da Intergalaxy SA.

Outro exemplo de aplicabilidade da blockchain são os contratos inteligentes. A tecnologia permite que qualquer pessoa consiga fazer o seu modelo de código para ser usado nos mais variados tipos de contratos. Por ser um contrato digital, não corre o risco de ser perdido ou alterado.

Uma outra possibilidade de uso é nas cadeias de suprimentos, facilitando na identificação ou rastreio, colaborando para a transparência dos processos de empresas.

Blockchain é a mesma coisa que bitcoin?

Não. Blockchain é uma tecnologia que funciona como um banco de dados formado por blocos de informações de transações que integram uma cadeia de ligações que não podem ser alteradas depois de processadas.

Já o bitcoin é uma moeda virtual que não possui um sistema centralizado para o controle das suas transações, ou seja, ela funciona de maneira descentralizada, sem controle de governos ou entidades.

A relação do bitcoin com a blockchain está na validação das transações da criptomoeda, que é feita por meio da blockchain, onde tudo é criptografado e público. Ou seja, a blockchain é uma espécie de banco de dados onde as negociações de bitcoins ficam gravadas.

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Blockchain é seguro?

Para Telles, a blockchain é segura. “Naturalmente, quanto mais pessoas estiverem dentro, a depender do formato que são validada as transações, mais seguro esse sistema tende a se tornar. Então, blockchain menores, com menos validadores, tendem a ser mais inseguras que as maiores. E aí é fundamental observar isso”, afirma.

Para quem investe em criptoativos, o diretor de research da Mercurius Crypto orienta que o passo fundamental é entender a dinâmica da blockchain da criptomoeda, assim como o investidor em ações precisa entender sobre a empresa e o modelo de negócio antes de investir.

“Entender isso dará mais segurança e noção maior se é escalável para o longo prazo, para quem vai servir e como vai servir. Por isso é tão fundamental o estudo e a compreensão. Essa é a parte mais técnica do mercado de cripto”, alerta Telles.

Francisley Valdevino da Silva, CEO da Intergalaxy SA, explica que a blockchain é dividida em alguns princípios básicos que fazem com que esta tecnologia seja cada vez mais utilizada e integrada a dia a dia.

Um desses princípios é o armazenamento seguro. Silva explica que a blockchain apresenta uma capacidade de “armazenamento em nuvem” onde as informações são inseridas dentro da blockchain de maneira criptografada e distribuídos em uma rede descentralizada. Segundo ele, isto assegura que as informações que estão armazenadas não podem ser acessadas e alteradas por hackers e pessoas que buscam de alguma forma aplicar golpes através de sistemas.

“O fato de possuir um armazenamento seguro é fundamental para diversos setores de nossa sociedade como, por exemplo, sistemas educacionais. Imaginemos que após a aprovação de ano de um aluno, esta informação jamais poderá ser alterada e evitará possíveis fraudes ou erros manuais no sistema”, explica Silva.

Outro ponto que o CEO da Intergalaxy SA destaca é a descentralização. Segundo ele, o fato de a blockchain não limitar as suas informações a apenas uma pessoa ou empresa, faz com que haja clareza e transparência em todas as informações que são colocadas na rede.

“Em um exemplo prático, hoje, qualquer pessoa consegue verificar qualquer transferência de criptomoeda que já foi realizada. Basta apenas acessar o explorador de transações e possuir o endereço de wallet que deseja verificar. E essas informações ou transferências, após inseridas, não podem ser alteradas”, afirma Silva.

Por que estão falando tanto sobre blockchain?

Telles explica que a chegada da pandemia de covid-19 intensificou a necessidade de realização de muitos processos de forma digital e isso despertou algumas necessidades, além de evidenciar alguns riscos, como o de uma empresa ter seu servidor concentrado em um único local, ou até de um modelo de negócio que precisasse de um espaço físico para movimentá-lo. Na avaliação dele, isso sinaliza que o caminho da digitalização seria o mais interessante.

“A blockchain nada mais é que uma ferramenta que faz com que a gente evolua neste processo da digitalização. É criar formatos de base de dados, compartilhado com todo o público, auditáveis, mas extremamente seguras. Essa ideia por si só consegue revolucionar diversos formatos de negócios que a gente tem”, considera.

O diretor de research da Mercurius Crypto avalia ainda que é um formato que gera mais eficiência, transparência e abre grandes possibilidades, especialmente quando se pensa no universo digital.

“Particularmente, eu vejo muito potencial e é uma tendência que a gente vai caminhar nos próximos 5, 10 anos”, diz Telles.

Silva explica que o bitcoin, em 2020, passou pelo halving, acontecimento que é realizado de 4 em 4 anos e faz com que a distribuição de recompensa dessa criptomoeda seja diminuída em 50% para os mineradores de bitcoin. Assim, o ativo digital se torne cada vez mais escasso, trazendo valorização para ele.

“Este foi um dos fatores primordiais que fizeram com que a blockchain, junto do bitcoin, entrassem em um dos assuntos mais pesquisados no Google em 2021. Além disso, a adoção por grandes empresas como Amazon (AMZO34), Tesla (TSLA34), Wallmart e até empresas de transporte por aplicativo têm chamado atenção. Blockchain, por muito tempo, foi tratada como o futuro da tecnologia, mas esta perspectiva mudou. Hoje, é uma realidade e na maioria dos casos nem sabemos que a blockchain está lá”, conclui Silva.

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