Finanças
Morning Call: a nota oficial do presidente traz alívio, mas não é suficiente
Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.
Cenário global e bolsa de valores
Nesta sexta-feira, as bolsas globais iniciam o dia com viés positivo, após a notícia de um telefonema entre o líder chinês Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, trazendo estabilidade aos mercados, com destaque para o setor de tecnologia que sofre pressão regulatória de Pequim. Dentre os temas abordados, eles destacaram a necessidade de evitar que a competição entre as duas maiores economias do mundo vire um conflito.
As bolsas europeias operam em alta, puxadas pelos setores de tecnologia e luxo, enquanto os investidores avaliavam os riscos de políticas monetárias mais rígidas depois que o Banco Central Europeu sinalizou uma desaceleração nas compras de títulos (tapering) que chegou no nível atual por causa da pandemia. Porém, vale destacar, que o BCE passou uma mensagem de que não vai deixar de manter estímulos, apesar das expectativas de crescimento da economia e mais inflação na zona do euro, com isso, o mercado acionário se sentiu mais confortável e reagiu bem.
Futuros: Dow Jones (+0,47), S&P 500 (+ 0,38%), Nasdaq (+ 0,35%); Petróleo: Brent a US $ 72,14 (+ 1,39%) e WTI a US $ 69,08 (+ 1,38%); Ouro: -0,01%, a US $ 1.799,40 a onça-troy na Comex; Treasuries: T-note de 10 anos a 1.32590 (de 1.30140); Londres (+ 0,26%) a 7.042,57; Frankfurt (+ 0,30%) a 15.672,86; Paris (+ 0,24%) a 6.700,5; Madrid (-0,50%) a 8.756,50.
Cenário no Brasil
A nota oficial do presidente Jair Bolsonaro, na qual afirmou respeito pelas instituições da República, e seus efeitos sobre a cena política devem continuar repercutindo sobre os mercados nesta sexta-feira. Apesar da declaração ser bem recebida pelo mercado financeiro, ela teve impacto negativo entre os grupos de apoiadores mais radicais do presidente nas redes sociais. Representantes de outros poderes (Judiciário e Legislativo) não esperam que o presidente mantenha este tom e que é questão de tempo para mudar o seu posicionamento em busca de apoio da sua base eleitoral, pois o presidente se retroalimenta de conflitos, foi assim que chegou ao poder e é assim que governa. As pautas importantes para o país, como reformas e agenda econômica vão ficando para segundo plano, para não dizer esquecidas. Mas, não podemos ignorar o alívio que a nota, feita com ajuda do ex-presidente Temer, trouxe; puxou quase três mil pontos do Ibovespa, derreteu o dólar e deu alívio para a curva de juros (na ponta longa do DI). O IPCA / agosto acima do teto das estimativas levou a uma onda de revisões para o índice de preço no fim do ano e também para a taxa Selic, ambas acima dos 8%.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta na quinta-feira, reagindo fortemente na última meia hora do pregão após o presidente Jair Bolsonaro divulgar nota oficial, na qual afirmou respeito às instituições da República. O índice da bolsa brasileira avançou 1,72%, a 115.360,86 pontos, com volume financeiro elevado, de R$ 38,9 bilhões. O IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil, 120 mil pontos e por último os 115 mil pontos e segue se afastando abaixo da média móvel curta (21 períodos).
Indicadores econômicos e eventos |
Alemanha Destatis: CPI de agosto (3h) |
Fipe: IPC da 1ª quadrissemana de setembro (5h) |
Rússia: BC divulga decisão de política monetária (7h30) |
IBGE: Vendas no varejo em julho (9h) |
EUA / Dpto. do Trabalho: PPI de agosto (9h30) |
EUA / Dpto. do Comércio: estoques no atacado em julho (11h) |
EUA / Baker Hughes: poços de petróleo em operação (14h) |