Finanças

Morning Call: mercados esperam CPI em desaceleração para motivar subida mais lenta em juros

Mercados buscam confirmar seu otimismo na divulgação do CPI, mesmo com alertas de Jerome Powell que a taxa de juros deve ficar em um patamar mais elevado e por mais tempo do que o esperado anteriormente.

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Depois de mais um dia de descolamento do desempenho entre o Ibovespa e os mercados globais, a maioria dos investidores no exterior começa esta terça-feira (13) otimista no dia de divulgação de dados do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA.

Na Ásia os principais índices têm um desempenho misto com alta de 0,40% do Nikkei e 0,68% de Hang Seng enquanto Shanghai, Taiex e Kospi encerraram o dia com quedas de 0,09%, 0,61% e 0,03% respectivamente. As notícias de novas flexibilizações das medidas restritivas em Hong Kong ajudaram o Hang Seng enquanto as ações de fabricantes de chips em queda pesaram contra o índice de Shanghai.

Na Europa, o Índice de Preços ao Consumidor da Alemanha registrou uma retração de 0,5% nos preços em novembro, em linha com as projeções de mercado, desacelerando o acumulado em 12 meses de 10,4% para 10%.

O Índice de Percepção Econômica ZEW alemão teve uma melhora dos -36,7 pontos em novembro para -23,3 pontos em dezembro, melhor do que as expectativas e o índice para a Zona do Euro também registrou um resultado acima das projeções ao sair de -38,7 pontos para -23,6 pontos, ajudando no desempenho positivo dos índices europeus.

No começo do dia, o DAX tinha ganhos de 0,86%, o FTSE subia 0,36%, o CAC avançava 0,72% e o Euro Stoxx registrava uma alta de 0,95% com investidores aguardando os dados de inflação dos EUA hoje (13), decisão de juros pelo Fed na quarta-feira (14) e decisão de juros no Reino Unido e zona do Euro na quinta-feira (15).

Mercado aposta em uma alta menor de juros pelo Fed mas CPI de hoje pode influenciar mercados

Mesmo com a maioria dos investidores acreditando em uma alta mais leve de juros pelo banco central norte-americano de 0,5 pp ao invés de 0,75 pp, os dados de inflação do CPI referente a novembro, divulgados às 10:30, devem pesar hoje e as reações do mercado podem variar de acordo com os números contidos.

As projeções esperam uma alta de 0,3% no índice no mês, desacelerando a alta em 12 meses de 7,7% para 7,3%. O núcleo do índice pode registrar uma alta de mesma intensidade, 0,3%, trazendo a alta em 12 meses de 6,3% para 6,1% em novembro.

Enquanto isso, o mercado continua a acreditar em uma alta nos juros até o intervalo entre 5% e 5,25% no primeiro semestre de 2023 seguida de cortes no semestre seguinte mesmo com avisos do presidente do banco central, Jerome Powell, de que os juros devem permanecer em patamares elevados por mais tempo do que o esperado anteriormente.

E os contratos futuros dos índices confirmam esse otimismo do mercado com a alta de 0,58% do Dow Jones, 0,52% do S&P 500 e 0,51% do índice Nasdaq além da queda na taxa da treasury de 10 anos, principal referência de taxa livre de risco global, dos 3,608% da abertura para 3,585% registrados durante esta manhã.

Ata do Copom e rumores sobre a mudança da Lei das Estatais

Foi divulgada sem grandes surpresas nesta terça-feira (13) a ata da última reunião do ano do Copom, realizada entre os dias 6 e 7 de dezembro, quando a taxa Selic foi mantida em 13,75% ao ano.

O Banco Central avalia que a condução da política fiscal pode afetar a inflação não só por meio dos efeitos diretos na demanda, como também via preços de ativos, grau de incerteza na economia, expectativas de inflação e taxa de juros neutra.

O documento ressalta ainda que o tema das contas públicas foi debatido de forma extensa na reunião de dezembro do Copom e entre os recados da ata, o Comitê reforçou que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas e que enfatiza que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.

E depois de um dia de fortes quedas no ibov, o mercado ainda se mostra volátil em relação a notícias referentes à condução do governo eleito. Os papéis de estatais tiveram uma queda forte ontem (12) como os papéis da Petrobrás e Banco do Brasil que recuaram mais de 3%.

Entre as preocupações que motivaram essas quedas estavam as especulações sobre a possibilidade de mudança na Lei das Estatais e a possível indicação de Aloizio Mercadante para assumir o comando do BNDES ou Petrobras. Tudo isso enquanto a PEC da Transição ainda precisa ser aprovada na Câmara, motivando o Ibov a ter um desempenho tão divergente de outras bolsas globais nas últimas semanas.

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