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Outra bolha da bitcoin? Desta vez é diferente, dizem defensores

Expectativa é que menor número de investidores reduza volatilidade, mas aposta não é considerada segura.

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Com a bitcoin avançando para perto do recorde registrado em 2017, os que defendem a moeda digital esperam que menos investidores de varejo implique em menos chance de ocorrência de um “crash” desta vez.

Mas com pouco uso amplo como forma de pagamento e incerteza global sobre os mercados financeiros, a bitcoin ainda está longe de ser uma aposta segura, afirmam analistas.

“Há muitas diferenças em relação ao que aconteceu antes”, disse Larry Cermak, diretor de pesquisa da empresa de mídia sobre criptomoedas The Block.

“O preço tem avançado de maneira estável, estamos vendo pouca participação de investidor de varejo e os mercados estão muito mais líquidos e mais acessíveis a investidores institucionais. Mas, por enquanto, definitivamente não é um investimento seguro, ainda é muito arriscado.”

A bitcoin atingiu valor de US$ 18 mil nesta quarta-feira (18), maior nível desde dezembro de 2017, acumulando alta de cerca de 160% neste ano.

A trajetória acentuada do rali de 2020 ecoa o de 2017, quando uma onda de compras impulsionada por investidores de varejo levou a moeda digital quase a US$ 20 mil, apenas para cair mais de 50% no intervalo de um mês.

Diferente de 2017, porém, a moeda digital possui um mercado de derivativos em operação e serviços de custódia de instituições financeiras estabelecidas.

O valor de negócios com futuros de bitcoin na bolsa CME Group superou a marca de US$ 1 bilhão nesta semana pela primeira vez desde o lançamento em dezembro de 2017. Enquanto isso, as posições em grandes mercados de opções cresceram de praticamente zero em 2019 para mais de US$ 4 bilhões, segundo dados da empresa de informações sobre criptomoedas Skew.

Além disso, grandes companhias como Fidelity Investments e Nomura Holdings começaram a guardar bitcoins e outras criptomoedas para investidores institucionais.

“Absolutamente não há comparação em termos de maturidade de mercado entre este ano e 2017”, disse Ryan Selkis, presidente-executivo da empresa de dados de criptomoedas Messari. “Lá atrás, mercados de crédito e derivativos mal existiam e não havia custódia institucional.”

O surgimento deste tipo de infraestrutura tornou mais simples para investidores profissionais de fundos de hedge a family offices buscarem exposição em moedas digitais.

“A acessibilidade mudou em relação a três anos atrás e por isso os tipos de investidores interessados aumentou”, disse Tim Swanson, diretor de inteligência de mercado da companhia de software blockchain Clearmatics.

O envolvimento deles, afirmam os defensores do mercado, pode levar a mais liquidez e menos volatilidade nos preços.

A regulação também evoluiu. Apesar do setor de moedas digitais ainda ser pouco regulado, padrões globais em áreas como ação contra lavagem de dinheiro surgiram, abrindo caminho para investidores maiores ingressarem no ativo.

No mês passado, a PayPal Holdings afirmou que vai abrir sua plataforma para criptomoedas enquanto a rival Square afirmou que investiu 1% de seus ativos totais em bitcoins.

Diferente de 2017, o preço da bitcoin tem sido apoiado por apetite por ativos de risco após medidas de estímulo monetário tomadas por governos do mundo todo para combater os impactos da Covid-19.

A oferta de bitcoin é limitada a 21 milhões, o que protege a moeda de inflação, segundo seus defensores.

Isso instiga “um grupo mais amplo de investidores, incluindo aqueles com um posicionamento mais fundamentalista, a participar da definição de preços”, disse Richard Galvin, do fundo de criptomoedas Digital Asset Capital Management.

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