Finanças
Petrobras tem a 2º maior alta acumulada no ano em mais de 20 anos
Levantamento analisa performance anual de PETR4 até o dia 18 de setembro desde 2000.
A ação preferencial da Petrobras (PETR4) acumula até agora o segundo melhor desempenho no acumulado no ano em mais de duas décadas. Até o fechamento da última segunda-feira (18), a ação tinha alta anual de mais de 73%, atrás apenas dos 96% do mesmo período em 2016.
É o que aponta um levantamento feito pelo consultor Einar Rivero, especialista em dados do mercado financeiro. “É importante ressaltar que essas rentabilidades consideram o reinvestimento dos dividendos distribuídos pela empresa para a compra de novas ações, o que é conhecido como ‘total return'”, explica ele.
O estudo considera dados desde o ano 2000 e mostra que, desde então, o pior desempenho no período foi registrado em 2020, quando PETR4 recuou mais de 28% nesse intervalo.
Perspectivas para PETR4
Apesar da alta acumulada no ano, que está bem acima do avanço de 7% do Ibovespa, parte do mercado segue enxergando espaço para a ação da Petrobras subir ainda mais. De acordo com levantamento feito pela plataforma ValorPro com 11 casas, 5 têm recomendação de compra para o papel, enquanto outras 6 são neutras.
Entre os que recomendam a compra da ação está o UBS, em atualização feita no final de agosto após ter rebaixado a indicação para “venda” em novembro de 2022.
“No final de novembro, rebaixamos a classificação da Petrobras para Venda devido a preocupações com um passado conturbado que poderia mais uma vez ser incorporado à sua nova estratégia e eventualmente levar a retornos mais baixos para os acionistas. No entanto, a realidade até agora é que a Petrobras é uma empresa diferente do que era em 2014”, disseram os especialistas.
“E, embora tenha havido algumas mudanças em relação a 2022, o balanço patrimonial e a capacidade de geração de FCF (fluxo de caixa livre) são muito mais resilientes e os processos de governança implementados desde então provavelmente garantirão a continuação disto”
UBS em relatório
O UBS ainda citou a expectativa de que a “melhor governança e lucratividade se traduza em retornos contínuos aos acionistas por meio de dividendos, incluindo pagamentos extraordinários acima da política”.
Entre os analistas da Genial Investimentos, a recomendação para Petrobras é “manter”, mas no último dia 6 eles elevaram o preço alvo da ação de R$ 25 para R$ 38. “O grande motivo para o incremento do preço-alvo foi devido ao aumento nos preços da curva do Brent e uma menor percepção de risco corporativo ao case da empresa com tudo que foi apresentado até o momento”, disseram em relatório.
Já o Itaú BBA tem recomendação neutra para o papel. Em relatório do último dia 13, os especialistas repercutiram a notícia de parceria entre Petrobras e Weg (WEGE3) para desenvolvimento de uma turbina de geração eólica onshore de 7 megawatts (MW) de potência.
“Esses projetos estão em fase muito inicial e ainda deverão passar por diversas análises de viabilidade técnico-econômica e ambiental antes de estarem maduros o suficiente para serem considerados internamente uma proposta concreta de investimento e serem incluídos no plano estratégico da Petrobras”, disseram.
O Itaú BBA ainda diz que a expectativa é de que “não haja grandes alterações no novo plano da empresa a ser anunciado em novembro”, e avalia que “este compromisso de investimento não se concretizará em breve e, portanto, não afetará o potencial da empresa de pagar dividendos no curto prazo”.
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