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Santander vê Ibovespa a 160 mil pontos no final de 2024; BofA mira em 145 mil

Analistas estão otimistas com desempenho do principal índice da ações brasileiro, que renovou recordes este ano.

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As casas de análise estão para lá de otimistas com a bolsa brasileira em 2024. A combinação entre queda da taxa de juros no Brasil e a expectativa de um “pouso suave” da economia americana estão entre os fatores que levaram o time de research do banco Santander a projetar o Ibovespa, principal indicador de ações da B3, em 160 mil pontos no final do próximo ano.

O nível representa uma disparada de quase 23% em relação ao atual patamar. Na última quinta-feira (14), o índice fechou em 130.842 pontos, maior nível já registrado pelo indicador, em termos nominais. Contudo, levando-se em conta o ajuste pela inflação, a pontuação ainda não supera o recorde atingido em 2008, segundo levantamento do especialista Einar Rivero divulgado em retrospectiva do InvestNews. 

Em relatório divulgado nesta segunda-feira (18), os analistas do Santander Aline de Souza Cardoso, Luana Fontes e Guilherme Motta argumentam que, além de fatores macroeconômicos que devem favorecer o indicador da B3 em 2024, o múltiplos das companhias listadas continuam atrativos.

O banco destaca que o Ibovespa negocia hoje a um preço da ação por lucro (P/L) de 8 vezes, ainda um nível abaixo da média dós últimos 15 anos.

Além disso, o banco destaca que o lucro por ação (ou EPS, na sigla em inglês) – indicador usado para medir a relação entre o lucro líquido de uma empresa e o número de ações em circulação –, deve recuperar fôlego no próximo ano, com expectativa de alta de 15% no próximo ano, contra uma queda esperada de 15% para o final de 2023.

“Em junho deste ano, chamamos atenção para um ciclo de bull market nas ações brasileiras, na esteira do alívio do aperto monetário no Brasil. De lá para cá, o Ibovespa está 15% mais valorizado, mas ainda vemos espaço para uma alta ainda maior, com o índice alcançando 160 mil pontos até o final de 2024”.

ANALISTAS DO SANTANDER RESEARCH, EM RELATÓRIO.

Os analistas observam que pressões inflacionárias maiores nos Estados Unidos e o risco de piora no cenário fiscal no Brasil, como aumento de gastos fora do previsto, estão entre os fatores que podem “colocar água no chope” das previsões para a bolsa brasileira no ano seguinte.

‘Valuations’ descontados e commodities em alta

Por usa vez, o Bank of America (BofA) também divulgou em relatório projeções otimistas para o Ibovespa em 2024, embora não tanto quanto o Santander. O banco enxerga uma valorização de 14% do maior índice acionário da bolsa brasileira, alcançando 145 mil pontos no final do próximo ano.

“No Brasil, a melhora no consumo doméstico, taxas de juros mais baixas, valuations descontados e preços mais altos do minério de ferro e petróleo devem criar um upside para esse mercado”, avaliou a equipe de research do banco americano.

O BofA destacou, ainda, que a reforma tributária, recém-aprovada na Câmara e que prevê unificar cinco impostos em um duplo (IVA), será um ponto-chave para determinar o lucro das empresas no próximo ano, quando o governo brasileiro deve focar no debate e na legislação complementar.

“Um segundo passo esperado para o próximo ano é aumentar progressividade do sistema tributário, ou seja, focado na reforma do Imposto de Renda. O renovado sistema fiscal deverá aumentar a produtividade do país após um longo período de transição”, ressaltou o banco no relatório.

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