Finanças

Sem realizar ganhos e na véspera do dia de Ação de Graças, Bolsa sobe 0,32%

Índice da B3 renovou máximas desde fevereiro

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O mundo inteiro realizou ganhos nesta quarta-feira (25), mas aparentemente ainda não foi a vez do Ibovespa – que renovou máximas desde fevereiro. O índice da B3 fechou em alta de 0,32% aos 110.132 pontos hoje.

O Ibovespa foi puxado pelo setor de commodities, com Usiminas, Petrorio e CSN subindo com força. Além do maior fluxo de investimento estrangeiro, com um ingresso líquido de R$ 26 bilhões no acumulado de novembro (até o dia 20).

O cenário externo também contribuiu. Com a expectativa por novas vacinas e o início da transição política nos EUA de forma pacífica, os investidores se sentem mais seguros.

Nos Estados Unidos, após os índices S&P 500 e Dow Jones atingirem recordes ontem, foi um dia de realização de lucros. O principal motivo é o feriado de Ação de Graças que ocorre na quinta-feira (26). Dow Jones fechou em queda de 0,58% e o S&P 500 caiu 0,14%. Apenas Nasdaq avançou 0,47%.

Além da realização de ganhos, o mercado americano precificou o aumento de pedidos de seguro-desemprego que somou 778 mil, superando a projeção de 733 mil.

Na Europa, as bolsas fecharam mistas em movimento de realização de lucros em Londres e Frankfurt e diante das incertezas sobre as tratativas entre o Reino Unido e a União Europeia em relação ao acordo comercial pós-Brexit.

O dólar começou o dia em alta mas voltou a cair de forma expressiva nesta quarta-feira em meio à expectativa de mais liquidez no mundo.

O dólar comercial fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,3202. Na máxima do dia a moeda americana chegou a R$ 5,395. O dólar tocou mínimas em cerca de três meses ante uma cesta de pares.

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Destaques da Bolsa

A maior alta do dia foi da CVC (CVCB3) que subiu 9,79%. Segundo Murilo Breder, analista da Easynvest, um dos motivos é que o Donald Trump está estudando derrubar a proibição para entrada de estrangeiros do Brasil, Reino Unido, Irlanda e mais 26 países europeus na terra do Tio Sam.

Foi um dia de forte alta também para as commodities: Usiminas (USIM5) subiu 7,05% e Petrorio (PRIO3) avançou 5,96%.

No lado oposto do Ibovespa recuaram Cogna (COGN3) que caiu 2,79%, seguida de Ambev (ABEV3) com baixa de 1,76% e Yduqs (YDUQ3) que desvalorizou 1,73%.

Fora do Ibovespa, as ações da OSX Brasil (OSXB3) fecharam em alta de 157,09%, cotadas a R$ 27,02 Na abertura do dia, o papel da companhia já subia acima de 50%.

empresa de construção naval, controlada pelo empresário Eike Batista, viu seus papéis dispararem nesta quarta-feira (25), após informar ao mercado que concluiu seu plano de recuperação judicial e de suas subsidiárias, a OSX Construção Naval e OSX Serviços Operacionais.

Bolsas americanas

O índice S&P 500 fechou em baixa nesta quarta-feira, com o aumento de demissões nos Estados Unidos, na sequência de novos lockdowns obrigatórios para conter o aumento de infecções de Covid-19, diminuindo o apetite dos investidores por risco.

Dow Jones caiu 0,58%, para 29.872,74 pontos, o S&P 500 perdeu 0,14%, para 3.629,68 pontos, e o Nasdaq Composite ganhou 0,47%, para 12.094,40 pontos.

Bolsas na Europa

As bolsas da Europa fecharam o pregão desta quarta-feira (25), sem direção única, em movimento de realização de lucros em Londres e Frankfurt, após o rali de ontem, e também diante das incertezas sobre as tratativas entre o Reino Unido e a União Europeia em relação ao acordo comercial pós-Brexit. O tom de cautela também foi reforçado pelo alerta do Banco Central Europeu (BCE) sobre os riscos para estabilidade financeira e a lucratividade dos bancos da zona do euro. O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 0,08%, a 392,09 pontos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou em uma sessão do Parlamento europeu hoje que o bloco está preparado para um cenário sem entendimento comercial com os britânicos. “Não posso dizer se haverá um acordo com o Reino Unido. Os próximos dias serão decisivos”, declarou. O alerta da líder foi o gatilho para a realização de lucros nas bolsas, na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, embora a maioria das praças tenha se recuperado no final da sessão.

Em Londres, contudo, o FTSE 100 caiu 0,64%, a 6.391,09 pontos. “Não vamos estender o período de transição”, reforçou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também em referência ao Brexit. Ele disse a parlamentares nesta manhã que as tratativas para o acordo comercial só farão progressos “se a UE aceitar a soberania britânica sobre suas águas em relação à pesca”.

Também no Reino Unido, o ministro das Finanças, Rishi Sunak, estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve contrair 11,3% em 2020 e só retomará o nível pré-pandemia no último trimestre de 2022.

Além de Londres, o índice DAX, de Frankfurt, também registrou perdas, mas de 0,02%, a 13.289,80 pontos. As ações do Deutsche Bank cederam 1,07%, depois de o BCE estimar que a lucratividade dos bancos da zona do euro só voltará ao nível pré-pandemia em 2022. Em relatório sobre estabilidade financeira, a autoridade monetária também alertou que a força atual nos preços dos ativos e a nova tomada de risco “tornam os mercados suscetíveis a correções”.

Em Paris, o CAC 40 subiu 0,23%, a 5.571,29 pontos. Os papéis da Airbus caíam 2,14%, e os do BNP Paribas tiveram leve alta de 0,05%.

O FTSE MIB, de Milão, avançou 0,72%, a 22.303,58 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 ganhou 1,26%, a 4.628,63 pontos. O IBEX 35, de Madri, por sua vez, subiu 0,26%, 8.164,70 pontos.

Apesar de certa cautela, o pano de fundo que garantiu o rali nos ativos de risco ontem permanece. O mercado segue esperando pela confirmação do nome da ex-presidente do Federal Reserve Janet Yellen para comandar o Tesouro dos EUA e a transição de governo continua em Washington. Além disso, a Moderna confirmou hoje um acordo com a Comissão Europeia para o fornecimento de pelo menos 80 milhões de doses de sua vacina experimental contra a covid-19.

*Com informações de Reuters e Agência Estado

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